Rescaldo do jogo de ontem
Gostei
De vencer em Arouca. Desafio difícil, triunfo sofrido por 2-1, num relvado encharcado, com chuva persistente durante toda a partida. O mais importante foi conseguido: viemos de lá com os três pontos.
Do golo marcado cedo. Desta vez não esperámos muito para ver o Sporting adiantar-se no marcador: apenas 14 minutos. Bela jogada colectiva, concretizada em sete toques rápidos. Intervenientes: Porro, Daniel Bragança, Sarabia, Paulinho, Nuno Santos, de novo Sarabia e Matheus Nunes, que a meteu lá dentro. Sem perdoar, à ponta-de-lança.
Da primeira parte. Domínio claro da nossa equipa. Indiscutível. Com processos simples, sem complicar. O 1-0 registado ao intervalo sabia a pouco para o jogo que desenvolvemos.
De Nuno Santos. Melhor em campo. E o mais influente no desfecho da partida. Teve intervenção decisiva no primeiro golo e marcou o segundo, aos 54'. Um golo que nos valeu os três pontos. Logo aos 9', fez excelente cruzamento que Paulinho não conseguiu converter em golo.
De Daniel Bragança. O nosso "Modric" estreia-se enfim a titular nesta época. Boa prestação, com notória qualidade de passe e grande capacidade para fazer circular a bola com critério e visão de jogo. Influente na construção ofensiva. Tem envolvimento nos dois golos. Saiu esgotado, aos 81'. Dever cumprido.
De Sarabia. O internacional espanhol vem apurando as exibições de jogo para jogo. Esta foi, de longe, a seu melhor. Coroada nas assistências para os dois golos. Quase marcou ele próprio, em dois remates consecutivos aos 40' travados a custo pelo guarda-redes. Após ser substituído, aos 71', a prestação da equipa baixou.
De Coates. Não foi uma das suas melhores actuações, longe disso, mas merece referência. Por ter cumprido o 250.º jogo vestido de verde-e-branco. É quanto basta para o nosso bravo capitão merecer destaque pela positiva.
De manter a tradição. Quinto jogo disputado pelo Sporting em Arouca para o campeonato nacional de futebol, quinta vitória. Sem hipóteses para a turma anfitriã.
De ver o Sporting ainda invicto. À oitava jornada, continuamos sem perder.
Da nossa prestação como equipa visitante. Três vitórias em quatro desafios disputados fora de portas na Liga 2021/2022. E marcamos há sete meses em jogos do campeonato.
Do apoio dos adeptos. Foram muitos, e sempre a puxar pela equipa, no estádio do Arouca. Indiferentes ao frio e à chuva que já revelam a mudança de estação.
Da estrelinha. Está de regresso. Três jogos, três triunfos tangenciais, três brindes dos guarda-redes: primeiro o do Estoril, depois o do Marítimo, desta vez o do Arouca, facilitando-nos a vida com a sua péssima intervenção no lance do nosso segundo golo. A sorte faz parte do futebol.
Não gostei
Dos vinte minutos finais. Entregámos a iniciativa ao Arouca, que nos confinou ao nosso reduto defensivo nesse período crucial do encontro. Jogámos aos repelões, perdendo o controlo do meio-campo, acusando cansaço físico e até emocional. Comportamento impróprio de campeão nacional.
De haver só um central de raiz no onze inicial. Nada é mais revelador das carências do plantel leonino do que ver o tridente defensivo composto por Coates ao meio, coadjuvado por Matheus Reis à esquerda e Esgaio à direita. Apenas o uruguaio actuou na sua posição natural: os colegas foram adaptados. Isto contribuiu para o desposicionamento de Esgaio no lance do golo que sofremos, aos 51', muito facilitado pela nossa desorganização defensiva.
De Paulinho. Oitavo jogo cumprido neste campeonato, apenas um golo marcado - na jornada inaugural, frente ao Vizela. Voltou a ficar em branco. E até teve duas oportunidades, aos 9' e aos 35'. Na primeira, permitiu a defesa; na segunda, cabeceou ao lado. Parece andar de relações cortadas com a baliza.
De Tiago Tomás. Em teoria, é alternativa a Paulinho. Mas também ele está muito longe da veia goleadora de outros tempos. Parece desmotivado ou com falta de confiança, até na forma displicente como recebe a bola. Actuação decepcionante.
De Jovane. Desta vez calçou apenas aos 81', rendendo Matheus Nunes. Prestação negativa: passou mal, perdeu a bola. Pareceu ter entrado em campo já cansado.
Das substituições. Amorim esgotou-as entre os 64' e os 81'. Trocando Porro, Sarabia, Paulinho, Daniel e Matheus Nunes por Neto, Tabata, Tiago Tomás, Ugarte e Jovane. Nenhuma destas alterações beneficiou a exibição leonina.
Das ausências de Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves. Continuam a fazer falta.
Da comparação com a época passada. À oitava jornada, temos agora menos dois pontos do que em 2020/2021. Seguimos em terceiro, quando há um ano comandávamos. Pior: levamos menos oito golos marcados.
De continuarmos a registar só vitórias tangenciais. Felizmente qualquer delas nos tem valido três pontos.