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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da vitória em Tondela. Haverá quem pense que estes jogos são fáceis: pura ilusão. Neste mesmo estádio, onde ontem vencemos por 1-0, só Benfica e V. Guimarães tinham saído antes com três pontos na Liga 2020/2021. Nós próprios perdemos lá nos dois campeonatos anteriores: 1-2 em Janeiro de 2019 e 0-1 em Novembro de 2019. O que torna esta vitória ainda mais saborosa. Foi a décima nos últimos 11 jogos.

 

Do golo da vitória. Exemplar lance de futebol colectivo, aos 81', numa fase do jogo em que a equipa anfitriã já estava muito desgastada. Com envolvimento de Daniel Bragança a recuperar, Nuno Mendes a conduzir e a centrar a toda a largura da esquerda para o poste do lado contrário, e Pedro Gonçalves a recolher assistindo Tiago Tomás que, livre de marcação, a meteu lá dentro. Sinal de maturidade e competência numa equipa muito jovem.

 

De Nuno Mendes. Depois de alguns jogos com exibição apagada, ontem ressurgiu em Tondela como um dos pilares do nosso onze titular - e, quanto a mim, o melhor em campo. Compensando Porro, que no corredor oposto acusava ainda os efeitos da recente lesão. O jovem ala esquerdo foi sólido a defender e acutilante nas acções ofensivas. Destaque para um excelente centro aos 45'+1 que atravessou toda a área do Tondela, infelizmente sem ninguém para a meter lá dentro. E, claro, para o lance do golo, em que teve um papel decisivo.

 

De Palhinha. Fundamental na nossa organização colectiva. No preenchimento de espaços, na recuperação da bola, no desenho de passes longos, no modo prático e eficiente como inicia os lances ofensivos, sem nunca complicar. Tem visto o seu nome associado a "casos" mediáticos, mas nota-se em campo que isso não o afecta. Ainda bem.

 

De Tiago Tomás. Merece destaque pelo golo que marcou: desde 27 de Dezembro, frente ao Belenenses SAD, que não fazia o gosto ao pé. Sempre muito batalhador, implacavelmente rodeado de adversários que lhe tolhiam os movimentos na grande área, compensou com a conquista dos três pontos um cabeceamento deficiente, de olhos fechados, quando podia ter posto o Sporting em vantagem aos 43'. Está em processo de amadurecimento numa posição nada fácil, onde é alvo de constantes faltas à margem das regras: ontem voltou a acontecer, aos 76', quando sofreu um pisão dentro da área. Era penálti, não assinalado pelo árbitro Nuno Almeida.

 

Das substituições feitas por Rúben Amorim. O treinador voltou a acertar quando decidiu mexer na equipa para desfazer o empate a zero que teimava em prolongar-se. Daniel Bragança (substituiu Nuno Santos aos 60'), Tabata (substituiu Porro aos 73'), Matheus Reis (substituiu Feddal aos 73'), Jovane (substituiu João Mário aos 73') e Matheus Nunes (substituiu Pedro Gonçalves aos 85') imprimiram rapidez de processos e maior objectividade ao nosso jogo colectivo. Já tínhamos encostado o Tondela ao seu reduto: faltava só marcar. E assim aconteceu. Levamos 38% dos golos marcados (17 em 45) após o minuto 80. Será só "estrelinha"? Tenho a certeza que não.

 

Da eficácia da equipa. Duas oportunidades claras de golo, uma das quais aproveitada. Ambas por Tiago Tomás: desperdiçou a primeira, concretizou a segunda. Continuamos muito próximos da eficiência máxima. Em evidente contraste com o que sucedia noutras épocas.

 

Da aposta deliberada na juventude. Terminámos o jogo com Tiago Tomás (18 anos), Nuno Mendes (18 anos), Gonçalo Inácio (19 anos), Daniel Bragança (21 anos), Matheus Nunes (22 anos), Jovane (22 anos) e Bruno Tabata (23 anos). Com outros treinadores, estavam na bancada. Ou andavam a "rodar" por outros clubes.

 

De ver mais um recorde batido. Continuamos sem derrotas à 23.ª jornada. Uma marca que iguala o melhor registo de sempre do Sporting nesta fase de um campeonato nacional de futebol. Se há palavra que dá motivação a uma equipa e alegria aos verdadeiros adeptos, é esta: a palavra invictos.

 

De já somarmos 61 pontos. Correspondentes a 19 vitórias e quatro empates. Ultrapassámos a classificação de toda a época passada, quando faltam ainda 11 jornadas para concluir a Liga 2020/2021. Lideramos o campeonato há 17 jornadas. Estamos a oito vitórias de nos sagrarmos campeões.

 

De nos mantermos como equipa menos batida. Sofremos apenas 11 golos em 23 desafios já disputados. Menos de meio golo por jogo. Um dos nossos melhores registos defensivos de sempre.

 

 

Não gostei
 

 

Do 0-0 ao intervalo. Primeira parte com pouca acutilância ofensiva, quando tínhamos os corredores tapados pela boa organização defensiva do Tondela. Nesse período abusámos da troca de bola entre os nossos defesas, com sucessivos atrasos ao guarda-redes, na aparente (e fracassada) tentativa de chamar a equipa adversária ao nosso meio-campo. E nunca tentámos o remate de meia-distância para quebrar a muralha. O espectáculo foi prejudicado. Felizmente o mais importante acabou por se conseguir, na etapa complementar. 

 

Da ausência de Paulinho. É verdade que já temos um ponta-de-lança. Mas, por enquanto, só em teoria: o ex-avançado do Braga continua lesionado e ficou fora da convocatória para este jogo. Faz cada vez mais falta.

 

De Nuno Santos. Recuperou a titularidade, mas acabou por ser rendido aos 60': teve um desempenho muito abaixo daquilo a que já nos habituou. Os corredores estavam muito bem cobertos pelos defensores adversários e não teve engenho para procurar outros espaços, fora da sua zona de incursão habitual. Deu lugar a Daniel Bragança, quando Amorim percebeu que tinha de desembrulhar o jogo. 

 

Do amarelo a Coates. O nosso capitão, que andava há várias jornadas em risco de ser excluído, recebeu ontem o quinto cartão. Vai ficar fora da próxima partida, frente ao V. Guimarães em Alvalade.

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