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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Desta goleada em casa. Derrotámos por 4-0 o Tondela, equipa que nas cinco épocas anteriores viera empatar três vezes em Alvalade. Triunfo claro e sem a menor margem de discussão do onze leonino, que só peca pela escassez dos números: face às oportunidades criadas, com domínio total da nossa equipa, poderíamos ter vencido por sete ou oito. Não marcávamos quatro golos na Liga há 11 meses, desde a vitória frente ao Santa Clara, nos Açores, na primeira volta do campeonato anterior.

 

Da exibição. O Sporting não empolgou apenas pelo resultado, mas também pela exibição, a melhor desde que o actual técnico foi contratado. Conjunto organizado, com boas movimentações colectivas, simplicidade de processos e sem perder de vista a baliza adversária. Também a evoluir na condição física, após os percalços iniciais desta temporada. É uma equipa jovem, coesa, confiante, ambiciosa - e que promete ir longe, sob a condução de Rúben Amorim. Que hoje apostou num onze titular com nove jogadores que há um ano não integravam o plantel principal leonino: só Coates e Neto já cá estavam. Mas todos parecem jogar juntos há muito tempo. E mostram uma alegria em campo que vem contagiando os adeptos.

 

Das mudanças na equipa. Amorim deixou no banco Jovane, Matheus Nunes e Nuno Santos, por opção técnica, fazendo alinhar Sporar, João Mário e Tiago Tomás. Acerto do treinador, em termos globais: a equipa funcionou com mais acutilância do meio-campo para a frente, como os números bem demonstram.

 

De Pedro Gonçalves. Alguém tinha dúvidas de que era mesmo reforço? Se tinha, já as dissipou. O jovem ex-Famalicão marcou mais dois golos - os nossos primeiros nesta partida, aos 45' e aos 49', ambos à ponta-de-lança. Terceiro jogo consecutivo a facturar. Destaca-se já como o nosso artilheiro desta época, ainda no início: cinco golos só à sua conta. E continua em excelente nível nos duelos individuais. Volta a ser o melhor em campo.

 

De Sporar. Falhou algumas oportunidades claras nesta sua primeira actuação como titular em 2020/2021, mas foi sempre um elemento de grande utilidade no ataque leonino. Fez a assistência para o segundo golo com um cruzamento perfeito e marcou enfim, acreditando sempre, aos 90'+3. Era a referência no ataque posicional que estava a faltar ao jogo do Sporting. Útil também no trabalho sem bola, arrastando marcações e abrindo opções de passe. 

 

De Porro. Outro reforço que já ninguém se atreve a discutir. O jovem internacional sub-21 espanhol traz um evidente acréscimo de qualidade em relação às anteriores opções leoninas naquela posição - basta lembrar Bruno Gaspar, Ristovski e Rosier para se fazer a comparação. Hoje esteve em três dos quatro golos. No primeiro, centra com precisão milimétrica. No segundo, inicia o lance com um passe vertical de 40 metros junto à linha que Sporar recolheu lá à frente, livre de marcação. E o terceiro é dele, na sua estreia como goleador de verde-e-branco, com um remate de primeira aos 79', após centro de Nuno Santos. Excelente exibição - mais uma. 

 

De João Mário. Pura classe em campo. Faz toda a diferença termos de novo um campeão europeu na nossa equipa. Alinhando pela primeira vez a titular, desde o seu regresso ao Sporting, o médio criativo traz um futebol artístico mas também eficaz, imprimindo fluidez ao jogo leonino e funcionando como referência para os mais jovens, incutindo-lhes confiança e espírito de grupo. Tentou, sem conseguir, o golo de meia-distância. Mas foi dele a assistência para o quarto, no último minuto da partida, com um passe longo a isolar Sporar. É um prazer vê-lo de volta a uma casa onde foi muito feliz.

 

Da contínua aposta na formação. Outros prometeram sem cumprir, mas Amorim continua firme nas suas convicções nesta matéria. Entre titulares e suplentes, havia 11 elementos oriundos da Academia de Alcochete convocados para este Sporting-Tondela.

 

Da veia goleadora da equipa. Levamos 15 golos marcados à sexta jornada - tantos, até agora, como o Benfica e o FC Porto. Continuamos a marcar pelo menos dois em cada ronda do campeonato. E permanecemos invictos, com cinco vitórias e um empate.

 

De ver o Sporting em primeiro. Pelo menos por 24 horas, à condição, lideramos isolados a Liga 2020/2021. Algo que já não acontecia desde o início do campeonato 2016/2017. E levamos seis pontos de avanço ao FC Porto. Uma diferença inédita, à sexta ronda, desde que as vitórias passaram a valer três pontos, na já longínqua temporada 1995/1996.

 

 

Não gostei
 

 

Do tardio golo inicial. O marcador só foi inaugurado nos instantes finais da primeira parte, quando já tínhamos criado 12 oportunidades e pensávamos ir para o intervalo com o resultado ainda em branco. Muito desperdício, sobretudo nessa fase da partida. O remate vitorioso de Pedro Gonçalves acabou por funcionar como uma espécie de saca-rolhas, pondo fim à débil oposição do Tondela, que desta vez não nos causou qualquer verdadeiro problema em Alvalade. Se não marcámos mais cedo, foi só por alguma falta de pontaria - e graças à excelente exibição do guarda-redes Pedro Trigueira.

 

Dos cartões amarelos. É incompreensível que o Sporting, sendo apenas a 13.ª equipa mais faltosa da Liga portuguesa, seja a primeira em número de cartões. Desta vez o árbitro exibiu mais três - um a Palhinha, outro a Matheus Nunes (que rendeu o primeiro aos 66'), outro a Nuno Santos (em campo também desde os 66', tendo substituído Tiago Tomás). Balanço: 21 amarelos à sexta jornada. Parece uma turma de vândalos, mas nada pode estar mais distante da realidade. É apenas consequência do duvidoso critério dos senhores do apito, que teimam em inclinar o campo, sempre em benefício dos mesmos.

 

Do público mantido à distância. Continuamos escorraçados do nosso estádio. O mesmo estádio que, apesar da pandemia, chegou a ter cinco mil espectadores num recente Portugal-Suécia, disputado a 14 de Outubro, com organização da Federação Portuguesa de Futebol. Mas para o campeonato, prova organizada pela Liga, nem cinco são admitidos nas bancadas de Alvalade. Alguém consegue descortinar o menor sentido nesta absurda discriminação imposta pelas mesmas autoridades sanitárias que há poucos dias autorizaram 27 mil pessoas no autódromo de Portimão? Eu não. 

2 comentários

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    Pedro Correia 02.11.2020

    Não tenhamos ilusões: o campo continua inclinado.
    A prova ficou à vista no vergonhoso Paços-FCP, em que o árbitro e o VAR tudo fizeram para dar pontos ao emblema do velho crocodilo. Só faltou irem lá metê-las dentro da baliza.
    A prova ficou à vista no cartão amarelo que Palhinha recebeu aos 36 segundos do jogo anterior. Algo inimaginável a um jogador da casa na Luz ou no Dragão. Dando assim razão às recentes palavras de Varandas.

    Não podemos embandeirar em arco, claro. Daí Amorim ter falado muito bem quando advertiu, no final do jogo: «Já disse aos jogadores para amanhã não lerem jornais. Vão dizer que é tudo bom e eles vão pensar que são melhores do que realmente são.»
    Jovens jogadores que merecem todos os elogios. Mas que não poderão embandeirar em arco. Porque o futebol português é como é.
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