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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

De começar o campeonato com uma vitória. Três pontos conquistados, num estádio sempre difícil: triunfo claro e sem margem para discussão do Sporting frente ao Paços de Ferreira, na Mata Real, por 2-0. Mais expressivo do que o suado 2-1 que lá conseguimos na época anterior, num onze que ainda integrava Bruno Fernandes, Mathieu e Acuña.

 

Da nossa organização defensiva. As equipas começam a construir-se de trás para a frente. É o que tem vindo a acontecer neste Sporting 2020/2021. Sem esquecer que a manobra defensiva, para ter sucesso, deve iniciar-se na zona mais adiantada do relvado. Os números confirmam que estamos no bom caminho: dois jogos oficiais disputados com apenas três dias de diferença, nenhum golo sofrido e apenas uma defesa do guardião Adán (no desafio anterior, em Alvalade, frente ao Aberdeen). Já quer dizer alguma coisa.

 

De Coates. Incansável na posição de libero, em que comanda o sector mais recuado, o nosso capitão insiste em marcar presença nas bolas paradas ofensivas e até consegue marcar em lance corrido, como desta vez aconteceu, ao sentenciar a vitória com um remate certeiro, aos 63', às redes do Paços. Foi o nosso segundo golo, pondo fim às dúvidas sobre o desfecho da partida. Voto nele como melhor em campo.

 

De Nuno Mendes. É um caso muito sério de talento, energia e disponibilidade criativa posta ao serviço da equipa. Com apenas 18 anos, assenta-lhe como uma luva a função de titular da ala esquerda neste sistema táctico, cabendo-lhe a pesada responsabilidade de suceder a Acuña nesta posição. Teve intervenção directa no segundo golo e fez uma sucessão de excelentes cruzamentos. O primeiro, logo aos 2', foi a régua e esquadro para Tiago Tomás, que desperdiçou a oportunidade isolado perante o guarda-redes. A partir dos 79', com a entrada de Antunes, fixou-se na ala direita, onde continuou a dar boa conta do recado.

 

De Wendel. Nem sempre se dá por ele, mas é um elemento pendular no onze do Sporting. Pauta o ritmo e o modo do ataque com a sua visão de jogo e a sua inegável capacidade técnica: com a  bola nos pés, é talvez o melhor elemento do plantel leonino. Isto permite-lhe pausar e acelerar o jogo, adequando-o às prioridades tácticas da equipa, e fazer variações de flanco com uma capacidade de passe muito acima da média. Desempenho positivo, uma vez mais.

 

De Daniel Bragança. O jovem médio entrou aos 65', rendendo Vietto, e posicionou-se no eixo do trio de avançados, contribuindo para a eficácia ofensiva da equipa, que nunca cessou de pressionar a saída de bola do Paços. Grande pormenor aos 75', deixando pregado ao chão um adversário com o seu virtuosismo técnico. Merecia uma ovação das bancadas, que continuam lamentavelmente vazias por incompreensível discriminação da Direcção-Geral da Saúde contra o futebol.

 

Dos reforços. Dos que jogaram hoje de início, todos aprovados. Adán muito seguro na baliza, com bons reflexos e competente a jogar com os pés. Porro, dono e senhor do corredor direito, confirmando a excelente impressão que já causara no jogo contra o Aberdeen. Feddal fazendo boa parceria com Coates - o que até ficou confirmado no lance do segundo golo. Nota positiva também para Nuno Santos, que entrou aos 31', substituindo o lesionado Jovane.

 

Do nosso jogo colectivo. A equipa joga mais ligada, mais organizada e até com mais alegria do que na época anterior. Exemplo disto é o lance do nosso segundo golo: Nuno Santos toca para Tiago Tomás junto à linha direita, o jovem avançado dribla um adversário e cruza em arco para o segundo poste, com a bola a ser aliviada em esforço e a sobrar para Nuno Mendes, que mesmo de pé direito a devolve à área, onde Feddal a recolhe e assiste de cabeça para Coates, que se liberta de marcação e a mete lá dentro. Este lance ilustra a magia do futebol como desporto colectivo.

 

Da contínua aposta em jovens. Média de idades do conjunto leonino neste jogo: 24 anos. Com seis jogadores sub-23 no onze titular: Porro, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Wendel, Jovane e Tiago Tomás. Três deles oriundos da nossa formação. E ainda contámos com um quarto elemento da Academia de Alcochete: Daniel Bragança.

 

 

Não gostei
 

 

Da ausência de Rúben Amorim. O técnico leonino, diagnosticado com Covid-19, mantém-se de quarentena, afastado fisicamente da equipa. Um obstáculo que já deve ser superado na próxima jornada da Liga, a 4 de Outubro, quando nos deslocarmos a Portimão.

 

Do curto intervalo entre o jogo anterior e este. Decorreram apenas 69 horas entre o fim da partida em Alvalade frente ao Aberdeen, na passada quinta-feira, e o apito inicial deste Paços de Ferreira-Sporting. Sem sequer serem cumpridas as 72 horas recomendadas nos manuais para atenuar os índices de fadiga física. E segue-se outro desafio, já na quinta-feira: vamos receber o Lask Linz na campanha de pré-qualificação para a Liga Europa.

 

De Vietto. O argentino teve bons apontamentos ocasionais, mas foi o que esteve menos em evidência na nossa frente atacante: o melhor que fez foi um passe de calcanhar para Tiago Tomás aos 38'. Continua mal adaptado ao sistema táctico de Rúben Amorim - à semelhança do que sucede com Sporar, que ontem só entrou aos 79' (substituindo TT). E parece estar longe da melhor condição física: aos 65', visivelmente esgotado, foi rendido por Daniel Bragança.

 

Da lesão de Jovane. O luso-caboverdiano saiu aos 31', com muitas queixas musculares, agarrado a uma coxa. Já depois de ter marcado o nosso primeiro golo, convertendo da melhor maneira um penálti, logo aos 23'. Esperemos que não seja nada de grave. Este Sporting precisa de um Jovane na melhor forma.

 

Do árbitro Fábio Veríssimo. Típico apitador à portuguesa. Interrompeu o jogo a todo o momento e demonstrou uma chocante dualidade de critérios, aliás bem expressa nas estatísticas: os jogadores do Paços cometeram 18 faltas e só viram dois cartões, enquanto os do Sporting, com apenas 12 faltas, foram brindados com seis amarelos. Entre eles, um a Adán por "retardar" a reposição de bola (aos 48') e outro a Porro por falta inexistente. Estes árbitros que teimam em dar nas vistas pelos piores motivos deviam ver muitos jogos do campeonato inglês. Para aprenderem como e quando devem apitar.

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