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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

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Gostei

 

Da estreia vitoriosa de Rúben Amorim.  O quarto técnico do Sporting desta temporada entrou com o pé direito, mas num cenário favorável: defrontou o último classificado do campeonato, praticamente já despromovido, e viu a equipa do Aves reduzida a nove a partir do minuto 20 por expulsões inquestionáveis. Nem assim foi fácil este triunfo em Alvalade: o golo inicial só surgiu após mais de uma hora de jogo e o segundo nasceu de um penálti, convertido por Vietto aos 66'.

 

De termos chegado ao fim sem sofrer qualquer golo. Quinta vitória consecutiva em casa, segundo triunfo seguido por 2-0 (há duas semanas tinha sido contra o Boavista), embora com um treinador diferente. Amorim acabou de substituir Silas, é ainda muito cedo para extrair conclusões. Mas já foi possível perceber que os sectores estão mais ligados e que há uma reacção mais intensa à perda da bola. Além das apostas - que esperemos sejam consistentes e não conjunturais - em Plata como titular e Francisco Geraldes como suplente utilizado ainda a tempo de deixar marca no encontro. 

 

De Sporar. Terceiro golo leonino do internacional esloveno, único reforço de Inverno do Sporting. Frente ao Aves, foi fundamental o seu cabeceamento que levou a bola ao fundo das redes, desbloqueando assim o nulo inicial. Estavam decorridos já 62' e este golo foi muito saudado pelos adeptos no estádio, muitos dos quais já desesperavam. Aos 44', estivera quase a marcar, na melhor oportunidade da primeira parte, mas acabou por finalizar de forma deficiente.

 

De Mathieu. Melhor jogador em campo na primeira parte, em que tomou parte activa na construção ofensiva com a qualidade de passe a que já nos habituou e uma leitura de jogo que merece ser assinalada. Já não voltou do intervalo, aparentemente devido a problemas físicos após ter estado cerca de um mês afastado dos relvados.

 

De Acuña. Elejo-o como figura do jogo. Pela determinação, pela combatividade, por nunca desistir de um lance, por saber empurrar a equipa para a frente com oportunidade e critério. O primeiro grande cruzamento partiu dos pés dele, logo aos 7'. Aos 45'+3, constrói o lance que culmina no tiro de Vietto à trave. E é também o argentino que inicia a jogada que dá origem ao primeiro golo, colocando a bola em Wendel, que depois a centra para o esloveno.

 

De Wendel.  Foi um dos elementos que subiram claramente de rendimento em relação a exibições anteriores, querendo mostrar serviço ao novo técnico. As duas expulsões de jogadores do Aves (Macedo e Luiz Fernando) ocorrem por faltas cometidas contra ele, quando conduzia a bola no meio-campo. E é o brasileiro quem faz a assistência para o golo de Sporar, num cruzamento com precisão cirúrgica.

 

De Plata e Francisco Geraldes. O jovem equatoriano parece enfim ter a oportunidade, mais que merecida, de figurar entre os titulares da equipa: não foi certamente por acaso que Rúben Amorim o incluiu no onze inicial. O português, formado na Academia de Alcochete, teve também oportunidade de mostrar o que vale, actuando pela primeira vez 45 minutos nesta temporada, ao substituir Mathieu na segunda parte. Revelou bons pormenores - com destaque para um passe de ruptura, servindo Sporar, aos 89'.

 

De termos conquistado dois pontos a quatro equipas nesta jornada. O Benfica empatou em Setúbal, FC Porto e Rio Ave empataram no Dragão, o Famalicão foi incapaz de superar o 0-0 inicial, fora de casa, contra o Belenenses SAD. Entre as que ocupam os sete primeiros lugares da tabela, só Sporting, Braga e V. Guimarães amealharam três pontos.

 

 

Não gostei
 
 

Do 0-0 que se mantinha ao intervaloApesar de jogarmos contra dez desde os 11' e contra nove desde os 20', nesse primeiro tempo fomos incapazes de derrubar a muralha defensiva do Aves, que passou a actuar com duas linhas de quatro jogadores, confinando a partida a uma área de 30 metros. Com óbvios reflexos na qualidade do espectáculo desportivo, que chegou a ser confrangedor.

 

Que o nosso primeiro remate digno desse nome só tivesse ocorrido aos 34'.  Mesmo com clara superioridade numérica, fomos incapazes de dar expressão prática a esta vantagem. E a primeira oportunidade clara de golo surgiu apenas aos 45'+3, com uma bomba de Vietto que foi embater na barra.

 

Da reacção de Ristovski ao ser substituído.  O macedónio recebeu ordem de saída aos 25' para a entrada de Jovane. Uma troca que fazia todo o sentido: a jogar contra nove, Rúben Amorim precisava muito mais de um ala do que de um lateral para tornar mais acutilante o corredor direito. Ristovski parece não ter entendido esta troca, embora tivesse obrigação de a perceber, e rumou de imediato ao balneário, sem cumprimentar os colegas, recusando sentar-se no banco. Uma atitude inaceitável.

 

Do nervosismo de Max.  O guarda-redes pareceu estranhamente intranquilo numa partida em que o Aves abdicou quase por completo do ataque. A tal ponto que protagonizou o momento mais insólito do jogo, aos 16', ao abandonar a sua área para tentar interceptar a bola, sem a conseguir, permitindo que Matos Milos lhe fizesse um chapéu potencialmente muito perigoso. Felizmente para nós, o jogador do Aves acertou mal na bola.

 

Da falta de talento de alguns jogadores.  O patético Jesé, o irrelevante Bolasie e o inútil Eduardo ficaram fora da convocatória, o que foi útil para separar águas logo à partida. Mesmo assim, continua a notar-se muita falta de talento nesta equipa. Dois exemplos: Ilori revela recorrentes lapsos de concentração e uma exasperante falta de intensidade competitiva; e Rosier (que substituiu Acuña aos 78') continua sem demonstrar qualquer atributo que o torne digno de figurar no plantel leonino - muito menos ao preço a que a Direcção o foi buscar.

 

Dos assobios.  Estavam decorridos apenas 15 minutos quando começaram a escutar-se, de forma bem audível, vaias insistentes aos jogadores leoninos, cruzadas com gritos como "joguem à bola", "corram", "chutem". Quando será que estes adeptos perceberão que um ambiente tão hostil só perturba e desconcentra a equipa?

 

De só haver 26 mil espectadores, numa tarde de domingo, Dia da Mulher.  Havia o aliciante da estreia de Rúben Amorim, embora apenas o adjunto Emanuel Ferro se tivesse mostrado junto à linha. Mas defrontar o último da classificação quando já não temos objectivos nesta época desportiva, em boa verdade, é um fraco incentivo para atrair gente ao estádio.

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