Rescaldo do jogo de ontem
Não gostei
Da derrota em Barcelos (3-1). Perdemos sem discussão possível, levados ao tapete pelo Gil Vicente, muito bem orientado por Vítor Oliveira. Aos 18', já estávamos com o primeiro enfiado nas nossas redes. Ainda empatámos antes do intervalo, mas aos 55' sofremos o segundo, de penálti, e nunca mais conseguimos acompanhar a pedalada da equipa anfitriã. O terceiro aconteceu mesmo ao cair do pano, conferindo mais justiça ao resultado.
Da péssima exibição. Basta anotar que o primeiro remate do Sporting surgiu apenas aos 43', com um pontapé de Wendel à malha lateral. Mediocridade absoluta da nossa linha dianteira, incapaz de desmontar a teia bem urdida pela muralha defensiva do Gil Vicente, que há duas épocas militava no terceiro escalão do futebol português. Na maior parte do tempo a equipa ainda orientada por Silas limitou-se a trocar a bola em zonas recuadas do terreno, de forma totalmente inofensiva, num reflexo evidente do descalabro exibicional dos jogadores que vestem de verde e branco. Nenhum deles teve desempenho positivo. Bruno Fernandes limitou-se a ser o menos mau neste primeiro jogo da Liga em que não fez qualquer remate à baliza nem ensaiou um só tiro de meia-distância.
De termos somado quatro derrotas à 12.ª jornada. Um terço dos jogos perdidos quando faltam duas rondas para terminar a primeira volta do campeonato. Segundo desaire consecutivo fora de casa após a derrota em Tondela. Somamos já tantas derrotas como o Rio Ave, o Moreirense e o próprio Gil Vicente. E mais do que o V. Guimarães, o V. Setúbal, o Boavista e o Famalicão. Só conseguimos vencer metade dos jogos disputados sob o comando de três técnicos: Keizer, Pontes e Silas.
De Ilori. Numa equipa que vai exibindo preocupantes carências e gritantes defeitos, o central chamado a titular por lesão de Coates demonstrou uma vez mais que não tem categoria para integrar o plantel leonino. O golo inaugural do Gil Vicente nasce de dois erros indesculpáveis deste defesa que há quase um ano regressou a Alvalade: entregou a bola ao extremo adversário e colocou-o em jogo. O descalabro colectivo do Sporting começou neste lance. Nunca é de mais repetir: este jogador veio "substituir" Demiral e Domingos Duarte, despachados a troco de quase nada, o que configura gestão danosa.
De Jesé. Silas continua a apostar nele por motivos que ninguém consegue descortinar. Desta vez o "DJ" foi mesmo titular - e mais uma vez demonstrou que, ao trazê-lo por empréstimo para Alvalade, Frederico Varandas falhou em toda a linha. Exímio apenas a atirar-se para o chão e a protestar com a equipa de arbitragem, o espanhol não criou lances de perigo, chegou sempre atrasado à zona de decisão, mostrou-se incapaz de articular lances com os companheiros. E mesmo assim o técnico manteve-o em campo durante 76 minutos. Um verdadeiro mistério.
De Vietto. Se não foi o rei dos passes falhados nesta partida, andou lá muito perto. Incapaz de criar desequilíbrios e de rasgar espaço entre as linhas, desistindo com facilidade da disputa da bola, revelou uma chocante falta de intensidade na organização ofensiva do Sporting. Não basta ter boa técnica: é fundamental ter compromisso com a equipa, algo que faltou ao argentino.
De Eduardo. Outra nulidade. Silas deu-lhe ordem para entrar aos 83', quando finalmente mandou sair Ilori. O ex-médio do Belenenses SAD, inexplicavelmente contratado pela actual administração da SAD, continua a deixar bem evidente que não reúne condições mínimas para integrar o plantel leonino. Nas primeiras duas vezes em que tocou na bola, chutou para fora. Se estávamos a jogar com dez, com ele em campo ficámos à mesma com menos um.
Da classificação. Seguimos em quarto, a uma distância cada vez maior do Benfica, que lidera o campeonato com mais 13 pontos. Já perdemos 16 nestas 12 jornadas iniciais da Liga 2019/2020. E fomos incapazes de reduzir a distância de quatro pontos que nos separa do Famalicão, igualmente derrotado nesta jornada.
De levarmos já 15 golos sofridos. "Apenas" mais dez do que o FC Porto e mais onze do que o Benfica. E mais sete do que o Boavista e o V. Setúbal. E, em golos sofridos, vamos ainda atrás de outras quatro equipas: Gil Vicente, Rio Ave, Santa Clara e Tondela.
Do balanço provisório desta temporada futebolística. Acumulamos sete derrotas e sete vitórias em jogos oficiais, com 12 golos sofridos em dez partidas do campeonato.
Gostei
De ver Luís Maximiano na baliza leonina. O jovem guarda-redes, lançado por incapacidade física de Renan, não merecia ter sofrido três golos neste seu jogo de estreia como titular no campeonato.
De ver Wendel empatar aos 45'+1. O brasileiro beneficiou de um grande passe de Bruno Fernandes (mais uma assistência) e da deficiente prestação do guarda-redes adversário, que praticamente lhe ofereceu o golo, surgido na melhor altura para nós. Infelizmente, à má primeira parte sucedeu-se um péssimo segundo tempo: o golo do empate não funcionou como tónico.
Do Gil Vicente. Merece respeito, esta equipa. No seu terreno já derrotou FC Porto e Sporting, além de impor um empate ao Braga. Vantagem de ter um treinador experiente em vez de um caloiro.