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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da vitória. Dois golos num minuto, a antever uma goleada que afinal não aconteceu, chegaram a aquecer a modorra instalada nos momentos iniciais no nosso estádio. Primeiro Diaby, num cabeceamento defeituoso mas com muita sorte à mistura, na sequência de um canto bem apontado por Bruno Fernandes. Depois Raphinha, numa jogada muito rápida e muito bem concluída pelo corredor direito. Estavam decorridos 11 minutos, parecia que iríamos ter uma noite de muitos golos e bom espectáculo em Alvalade. Pura ilusão: vencemos 3-1, mas poderíamos ter sofrido um empate. Ou até perdido.

 

De Bruno Fernandes. Marcou o terceiro golo, de grande penalidade. O golo que enfim tranquilizou os adeptos, aos 90'+1, numa altura em que já largas centenas de pessoas tinham abandonado o estádio, insatisfeitas com a produção da equipa. Com um pontapé de canto, já tinha ajudado a fabricar o primeiro e endossou a Raphinha a bola que o brasileiro, de forma espectacular, conduziu largos metros adiante até a meter na baliza. Não foi uma das melhores prestações do nosso capitão, que se mostrou mais fatigado do que é hábito, mas o n.º 8 voltou a ser muito útil, sobretudo ao nível dos passes longos e das mudanças de flanco na construção ofensiva. 

 

De Raphinha. Para mim, o melhor em campo. Sobretudo pelo que fez na primeira parte, conduzindo três jogadas muito perigosas nos primeiros 11 minutos - a última das quais concluída com êxito por ele próprio, num belo golo (com o pé direito) que fez levantar o estádio. Aos 34', centrou muito bem - Dost e Diaby desperdiçaram a oferta. Aos 37, novo cruzamento - e novo desperdício do holandês. O brasileiro, que havia sido preterido na jornada anterior, frente ao Marítimo, foi desta vez titular e mereceu a aposta. Saiu aos 72', muito desgastado fisicamente e provavelmente até lesionado.

 

Do regresso de Mathieu. Nem parecia que vinha de uma lesão prolongada: o francês foi claramente o patrão da nossa defesa e, exceptuando um desentendimento pontual com Acuña, teve uma actuação irrepreensível, cortando tudo quanto havia para cortar - incluindo um golo quase feito. E ainda foi várias vezes à frente, conduzindo a bola com velocidade e perícia técnica. Numa dessas ocasiões, aos 80', cruzou da ala esquerda, como se fosse um extremo, com conta e medida para a grande área, com Diaby a falhar escandalosamente.

 

De Acuña. Exibição muito positiva do argentino, que nunca desistiu de disputar a bola, criou constantes desequilíbrios e ganhou quase sempre os confrontos individuais. É um desperdício tê-lo como lateral esquerdo, à semelhança do que hoje sucedeu. A equipa ganhou quando avançou com mais ousadia no terreno, após a entrada de Idrissa Doumbia, passando a projectar-se sistematicamente no ataque. Destacou-se com um lance aos 75', servindo Wendel lá à frente, numa jogada que Bruno Fernandes concluiu mal. Foi sempre um dos mais inconformados. E é um dos que merecem esta vitória, bastante mais sofrida do que o resultado deixa antever.

 

De Renan. Uma vez mais, foi decisivo. Com três grandes intervenções, todas na primeira parte (21', 45', 45'), impediu o Portimonense de empatar a partida e até de poder levar os três pontos de Alvalade. A baliza do Sporting está muito bem defendida, digam o que disserem os fanáticos que desde a primeira jornada do campeonato mostram uma alergia visceral ao guardião brasileiro.

 

Da pequena conquista aritmética. Iniciámos a 24.ª jornada com menos 24 pontos do que o conjunto das três equipas que se encontram à nossa frente na classificação. Esta distância reduziu-se agora para 21: ganhámos três pontos ao FC Porto, graças ao Benfica, que foi vencer ao Dragão.

 

 

 

Não gostei

 

Da atitude da equipa a partir dos 2-0Estranhamente, os nossos jogadores pareceram atemorizar-se ao ganharem por dois golos de diferença a partir do minuto 11. Recuaram muito no terreno, passaram boa parte do tempo a trocar bolas no reduto defensivo, sem progressão nem construção de lances atacantes, o que deu motivação ao Portimonense. Aos 29', a equipa algarvia reduziu a vantagem. E esteve a um pequeno passo de marcar, ao fazer a bola embater com estrondo no travessão da nossa baliza, no tempo extra da primeira parte. Desta vez tivemos sorte.

 

De Bas Dost. Confirma-se: o holandês está num péssimo momento de forma. Não física, mas psicológica. Nada lhe sai bem. Pior que isso: parece que ganhou fobia à baliza. Isso ficou evidente, nesta partida, ao falhar três possíveis lances de golo - um dos quais, mesmo ao terminar a primeira parte, gerou reacções de incredulidade nas bancadas de Alvalade. Percebe-se mal que não haja acompanhamento psicológico dos jogadores - ou, se há, no caso de Bas Dost é como se não houvesse. Keizer, que parece não saber gerir bem esta situação com o seu compatriota, mandou enfim retirá-lo de campo aos 59'. O avançado saiu de cabeça baixa, frustradíssimo, provocando divisão entre os adeptos: uns aplaudiram-no (foi o meu caso), outros assobiaram-no.

 

De Gudelj. Exibição medíocre, mais uma. Parece sempre desposicionado, perde inúmeros lances, mostra-se incapaz de fazer um passe certeiro para além de dez metros e pouco mais faz do que lateralizar. De uma perda de boa sua, aos 29', nasceu o golo do Portimonense. É um dos mistérios deste Sporting 2018/2019: o que faz o técnico holandês apostar com tanta insistência, de jogo para jogo, neste sérvio sem atributos nem predicados?

 

De Luiz Phellype. Outra nulidade. Substituiu Bas Dost aos 59', mas voltou a ficar muito aquém daquilo que se exige de um avançado numa equipa como a do Sporting. Continua sem marcar um só golo, suscitando dúvidas crescentes sobre o mérito da sua contratação como "reforço de Inverno". Mas pior que isso: não protagonizou sequer um lance de possível perigo para as redes do Portimonense. Conclusão: cerca de 35 minutos em campo para nada.

 

De Ilori. Actuação muito deficiente do nosso central, que desta vez procurou preencher a posição de Coates, ausente por acumulação de cartões, mas nem por um momento fez esquecer o internacional uruguaio. Praticamente nada lhe saiu bem - nem a articulação com o regressado Mathieu, seu parceiro no eixo da defesa, nem as dobras a Ristovski na ala direita do nosso corredor defensivo, nem os passes. Aos 7' e aos 15' foi facilmente ultrapassado, colocando em perigo a nossa baliza. Aos 45', falhou uma intercepção em zona proibida, valendo Renan para evitar o golo. Muito abaixo das expectativas geradas pelo seu recente regresso a Alvalade.

 

Da entrada de Francisco Geraldes só aos 90'. Procurando aparentemente defender a magra vantagem por 2-1 em casa, frente ao Portimonense, Keizer apostou num segundo médio defensivo, fazendo entrar Idrissa Doumbia aos 72' para o lugar de Raphinha. Impunha-se outra dinâmica no terreno, até para compensar a nula eficácia de Gudelj, mas o técnico holandês mostrou receio. Só aos 90' fez enfim entrar Geraldes, sob um clamor de aplausos. Não serviu para nada. Ou antes: serviu apenas para o nosso médio criativo receber um cartão amarelo. Outra oportunidade desperdiçada, por responsabilidade exclusiva do treinador.

 

Da deserção dos adeptos. Desta vez, numa noite amena de quase fim de Inverno, só havia 24.907 espectadores em Alvalade. É certo que o jogo começou às 20 horas de domingo e que muita gente saiu de Lisboa por estes dias, aproveitando a tolerância de ponto do Carnaval. Mas não serve de desculpa ou de atenuante para tão fraca adesão de público.

 

Do balanço sofrível da nossa prestação no campeonato. Só conseguimos vencer cinco dos últimos dez jogos da Liga 2018/2019. Dá que pensar.

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