Rescaldo do jogo de ontem
Gostei
Da nossa subida ao segundo lugar no campeonato. Consequência do empate 0-0 desta noite em Alvalade, frente ao Benfica. Num jogo em que a equipa visitante foi superior, sobretudo pelo que fez na primeira parte, quando teve três oportunidades soberanas de golo. Os encarnados precisavam de marcar pelo menos um golo para manterem o segundo posto: não conseguiram.
De Rui Patrício. O melhor jogador em campo, com uma excelente exibição - mais uma. Impediu golos aos 38' (a remate de Grimaldo), aos 43' (Samaris) e aos 44' (Pizzi). Devemos-lhe o ponto conquistado esta noite e a subida ao segundo lugar. Teve ainda a sorte de ver Rafa, aos 8', atirar a bola ao poste. O melhor guarda-redes português continua a ser um talismã do Sporting.
De Fábio Coentrão. Entrega total ao jogo, sem desistir de um lance. Controlou o seu corredor defensivo e subiu várias vezes com perigo. Numa dessas subidas, aos 40', podia ter marcado de cabeça: a bola passou ligeiramente ao lado. Recebeu merecida ovação ao ser substituído por Lumor, a poucos minutos do fim.
Da meia hora final. Único período do jogo em que conseguimos equilibrar a partida frente aos encarnados. Mesmo assim, o guarda-redes Bruno Varela não chegou a fazer uma defesa digna desse nome.
De termos chegado ao fim invictos em casa. Nem uma derrota nestes 17 desafios disputados no nosso estádio. E apenas quatro golos sofridos em Alvalade na Liga 2017/18. Números positivos, que em muito contrastam com a nossa prestação fora de portas.
Do apoio dos adeptos. Éramos 49.339 presentes nas bancadas de Alvalade - pelo menos 45 mil a torcer pelo Sporting. Ninguém pode queixar-se de falta de incentivo.
Não gostei
Da superioridade táctica do SLB. Mesmo sem Jonas, que só entrou a dez minutos do fim, Rui Vitória conseguiu imprimir maior acutîlância à sua equipa, que dominou o jogo no flanco esquerdo e em parte no corredor central. Jesus manteve Acuña no banco até ao minuto 62 e apostou em três jogadores recém-chegados de longas lesões e que estiveram muito abaixo daquilo a que nos habituaram: Mathieu, Piccini e William. Os dois últimos, sobretudo, com erros posicionais que podiam ter-nos custado muito caros. O italiano foi sucessivas vezes batido por Rafa em velocidade, enquanto o internacional português abria crateras no nosso meio-campo defensivo por onde os adversários se infiltravam.
De ver Bas Dost falhar na nossa única oportunidade clara de golo. Decorria o último minuto do tempo extra da primeira parte quando o artilheiro holandês, após uma boa recuperação de bola, encontra o guardião benfiquista pela frente e em vez de rematar decide lateralizar. Asneira evidente. E quase imperdoável num ponta-de-lança.
Das tochas lançadas para o relvado por um bando de imbecis. Elementos alegadamente pertencentes à Juve Leo decidiram brindar Rui Patrício com diversos engenhos incendiários, logo no primeiro minuto, forçando o árbitro a suspender a partida. Um gesto totalmente reprovável e que devia ser alvo de duras sanções internas por parte da estrutura leonina. Agravado por ter como destinatário o nosso guarda-redes. Que tem mais anos de Sporting do que alguns desses meninos irresponsáveis têm de vida.
Do desempenho do árbitro. Carlos Xistra permitiu jogo faltoso e até violento dos benfiquistas, deixando passar sem cartão uma entrada agressiva de Pizzi a Bryan Ruiz logo aos 14' e uma cotovelada de Rúben Dias na cara de Gelson Martins, aos 85' - esta última sem qualquer sanção. Também fez vista grossa a penáltis cometidos pelo mesmo Rúben: aos 15', sobre Mathieu, e aos 57', sobre Dost. Arbitragem para esquecer.
De pressentir que esta foi a última partida em Alvalade de alguns jogadores. Fábio Coentrão (muito aplaudido), Bryan Ruiz, William Carvalho e Rui Patrício, provavelmente, estarão quase a ser transferidos do Sporting. Teremos certamente saudades deles. Ainda espero, no entanto, que o melhor guarda-redes do Euro 2016 possa permanecer em Alvalade.
De chegarmos ao fim do campeonato sem termos ganho um clássico. Dois empates com o Benfica, um empate e uma derrota com o FC Porto. E também fomos incapazes de vencer o Braga. Tudo isto dá que pensar.