Rescaldo do jogo de ontem
Não gostei
Do empate que o Braga veio impor em Alvalade. Novo tropeção do Sporting no campeonato num jogo em que estávamos a perder a um minuto do apito final contra uma equipa que teve menos dois dias de descanso após a jornada europeia. Valeu-nos um penálti mesmo ao cair do pano para conseguirmos um pontinho. O jogo terminou 2-2 e já vemos o FC Porto quatro pontos à nossa frente.
Do nosso meio-campo. Bruno Fernandes e Bruno César, em constantes trocas posicionais, não conseguiram pressionar a saída do Braga para o ataque nem conter o caudal ofensivo da equipa adversária. Battaglia esteve sempre muito desacompanhado como médio de contenção.
Da ausência de William Carvalho. Este jogo deixou bem evidente a falta que nos faz o capitão para recuperar bolas, ligar a defesa ao ataque, abrir linhas de passe, temporizar e distribuir jogo.
Dos sucessivos falhanços em zona de finalização. Não podemos desperdiçar tantas ocasiões de golo como aconteceu neste Sporting-Braga. Pelo menos três. A primeira, logo aos 5', por Bruno Fernandes. Depois, aos 63, por Bas Dost: o holandês desperdiçou um excelente cruzamento de Bruno César. Finalmente aos 87, quando Doumbia, bem colocado, cabeceou muito por cima da baliza.
Da síndrome dos minutos finais. Uma vez mais, tombamos à beira do fim. Vencíamos por 1-0 aos 85' e até ao fim do tempo regulamentar, em quatro minutos, sofremos dois golos. A história repete-se: é algo inaceitável numa equipa ainda com aspirações ao título.
De Jonathan Silva. Fábio Coentrão, como aqui se alertou em devido tempo, está com sérios problemas físicos que o deixam mais tempo fora do que dentro da equipa. O argentino, que em regra o substitui, voltou a mostrar que está longe de ter o mesmo talento. É impressionante sobretudo a quantidade de passes que falha ao longo de um jogo, como hoje voltou a acontecer.
Da onda de lesões. Já tínhamos quatro jogadores titulares no estaleiro: William Carvalho, Fábio Coentrão, Matthieu e Piccini. Hoje mais dois ficaram incapacitados, em pleno jogo, devido a lesões musculares: Acuña aos 41', Bas Dost aos 78'. Consequências evidentes da baixa rotação da equipa: Jorge Jesus aposta por sistema nos mesmos jogadores, mesmo quando o calendário de partidas aperta.
Da reacção tardia de Jesus. O treinador errou ao lançar em campo os mesmos titulares que enfrentara a Juventus: faltava frescura física à equipa. Errou novamente ao demorar a mexer no onze: viu-se forçado a trocar Acuña por Podence aos 44' e esperou que Bas Dost quebrasse para fazer enfim entrar Doumbia, iam decorridos 80'. Mais incompreensível ainda a última substituição, aos 89', trocando Bruno César por Alan Ruiz,
De ver jogar Esgaio com a camisola errada. O lateral formado na Academia de Alcochete regressou a Alvalade, mas com a camisola errada. Fez uma boa partida pelo Braga e deixou a sensação de que tinha condições para integrar o nosso plantel.
De termos deixado de depender só de nós. Mesmo que consigamos vencer no Dragão, naquele que promete ser o jogo mais complicado da segunda volta, teremos de aguardar novo desaire da equipa treinada por Sérgio Conceição. Já vimos este filme em qualquer lado.
Gostei
Do golo de Bas Dost. Bem assistido por Bruno Fernandes, o nosso artilheiro concluiu da melhor maneira um bom lance de ataque aos 66'. Já leva nove marcados neste campeonato.
Do penálti bem marcado por Bruno Fernandes. Mesmo ao cair do pano, no último fôlego da partida, o nosso médio ofensivo não claudicou na linha da grande penalidade, empatando a partida.
De Battaglia. Num jogo em que poucos jogadores do Sporting se destacaram pela positiva, o mais regular foi o médio argentino, que nunca virou a cara à luta e travou parte do ímpeto ofensivo dos bracarenses. Merecia ter sido mais acompanhado nesta batalha desigual.
Da comparação com o ano passado. O Braga de Abel Ferreira venceu-nos na época passada por 1-0. Do mal, o menos: desta vez não perdemos. Só empatámos.
Do apoio do público. Éramos 42.844 em Alvalade. Merecíamos ter visto melhor espectáculo. E sobretudo merecíamos que a equipa nos tivesse dado uma alegria, o que não aconteceu.