Rescaldo do jogo de hoje
Gostei
Da onda verde. Hoje mais inequívoca que nunca nesta temporada. Comunhão total entre sócios e jogadores, entre adeptos e equipa técnica, até entre a direcção e as claques - quem diria? Quando estamos a um curto passo de nos sagrarmos campeões nacionais pela segunda vez nesta década, com Rúben Amorim ao leme da equipa. Desta vez derrotámos o Portimonense em nossa casa: 3-0: desafio de toada única desde o apito inicial. Vencemos e convencemos, uma vez mais. Com domínio total do jogo.
De Paulinho. Melhor Leão em campo. Desbloqueou o empate a zero muito cedo, logo aos 13', numa finalização perfeita, bem enquadrado com a baliza - marcando com o seu pé menos bom, o direito. Leva já 13 golos marcados nesta Liga. E ainda foi ele a fazer a assistência para o segundo, indo à linha de fundo e servindo Trincão. Só a excelente exibição do guarda-redes adversário o impediu de brilhar ainda mais.
De Nuno Santos. O médio esquerdo, muito activo na manobra ofensiva, brilhou em vários momentos. Fez um cruzamento teleguiado que funcionou como assistência para Paulinho no primeiro golo: e vão 14, só à sua conta, nesta temporada. Novo centro perfeito aos 36', com o mesmo colega desta vez a enviar a bola ao poste. E foi ainda dele a pré-assistência no segundo golo. Ao ser substituído, um minuto antes do fim do tempo regulamentar, recebeu calorosa ovação dos adeptos, com inteira justiça.
De Gyökeres. Parecia que desta vez ficaria em branco, mas não foi assim. Aos 90'+2 meteu-a lá dentro, dando a melhor sequência a um espectacular lance de Daniel Bragança dentro da grande área. Com este golo, terceiro e último na recepção ao Portimonense, o internacional sueco isolou-se ainda mais na lista dos artilheiros da Liga 2023/2024. Os números confirmam: 27 golos em 31 partidas disputadas - cinco dos quais nos últimos três encontros. Mais seis do que o segundo - Banza, do Braga. É craque, ninguém duvida.
De Gonçalo Inácio. Desta vez devolvido à sua posição natural (central do lado esquerdo), brilhou ao iniciar a construção de dois dos nossos golos. O primeiro, com um passe junto à linha a solicitar a desmarcação de Nuno Santos. E o terceiro, colocando a bola em Daniel Bragança a uma distância de 30 metros. Um dos obreiros deste triunfo indiscutível que já nos torna pré-campeões.
Do guarda-redes da turma visitante. Grande exibição do internacional nipónico Nakamura: só ele evitou que o Portimonense saísse goleado de Alvalade. Impediu pelo menos cinco golos: de Pedro Gonçalves (21'), Paulinho (45' e 60'), Gonçalo Inácio (45') e Gyökeres (81').
Da homenagem a Manuel Fernandes. Lutando contra grave doença numa cama de hospital, o eterno capitão leonino recebeu impressionante manifestação de carinho dos adeptos, que exibiram cartolinas com a sua cara. E foi brindado com uma vibrante ovação das bancadas ao minuto 9 deste jogo - em alusão ao número que o nosso querido Manel usava na camisola que envergou durante 12 épocas no Sporting.
De estarmos há 19 jogos sem perder na Liga. Marca extraordinária: a nossa última derrota aconteceu na distante jornada 13, disputada em Guimarães, a 9 de Dezembro. Há quase cinco meses.
De já termos marcado 136 golos em 2023/2024. Destes, 92 foram nas 32 jornadas da Liga até agora disputadas. Há precisamente meio século, desde a época 1973/1974, que não fazíamos tantos golos num campeonato.
Dos 84 pontos amealhados. Quando nos faltam só 180 minutos para chegar ao fim, basta-nos um empate nestes dois desafios por disputar. O título já não foge.
De podermos ainda bater o recorde de pontos. O máximo, no Sporting, foi estabelecido por Jorge Jesus há oito anos: 86 pontos. Tudo indica que será batido nesta Liga. Conquista suplementar de Rúben Amorim, a merecer aplauso ainda mais prolongado.
Da nossa 26.ª vitória consecutiva em casa na Liga. Alvalade é talismã para a equipa desde a época passada. Fizemos o pleno no campeonato em curso: 16 triunfos nos 16 desafios disputados como anfitriões na Liga 2023/2024. Nunca tinha acontecido nada semelhante desde que o nosso actual estádio foi inaugurado, em 2003. Outra conquista que ficará ligada à liderança de Amorim.
De ver o estádio cheio. Havia 49.557 espectadores nas bancadas - a melhor casa da época, ultrapassando o número de presenças registado na recepção ao Benfica. Torna-se mais fácil encher Alvalade quando os jogos decorrem em dias e horas apropriados - neste caso, às seis da tarde de sábado.
Daquela enorme tarja da Juventude Leonina. «O sonho será real», assim se lia. Reflectindo aquilo que sentem todos os verdadeiros adeptos do Sporting.
Da arbitragem. Boa actuação do luso-romeno Iancu Vasilisa neste seu primeiro jogo a apitar a equipa principal do Sporting.
Não gostei
Do 1-0 ao intervalo. Resultado escasso para as oportunidades criadas. Sabia a pouco.
Da impaciência dos adeptos. Ao minuto 44, ouviram-se vaias bem sonoras quando Coates, com a bola nos pés, fazia aquilo que tão bem sabe: temporizar o jogo, procurando atrair a turma algarvia para o nosso meio-campo com a intenção de abrir clareiras lá na frente. É uma estupidez haver quem insista em assobiar a equipa - sobretudo uma equipa como a nossa, que não perdeu até agora um só ponto no nosso estádio.
Do Portimonense. Paulo Sérgio arrumou a sua turma, de início, num hiperdefensivo 6-4-0. Com o autocarro totalmente estacionado. De nada lhe valeu esta atitude medrosa: continua em 16.º na classificação, orienta a equipa que mais golos sofreu até agora (69) e corre sério risco de descer à Liga 2. Chegou ao fim deste jogo sem esboçar uma oportunidade de golo nem fazer um único remate enquadrado à nossa baliza.