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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de hoje

Gostei

 

Da grande vitória do Sporting na Choupana. Num terreno absolutamente impróprio para a prática desportiva, muito menos para uma competição de futebol profissional, o onze leonino dominou do primeiro ao último minuto, vulgarizando o Nacional, que não produziu qualquer lance de perigo para a nossa baliza. Vencemos por 2-0, com um golo em cada parte, e podíamos ter marcado pelo menos mais dois. Mas melhor do que o resultado foi a exibição, num autêntico futebol de lama, sob um dilúvio implacável que se abateu sobre o Funchal: triunfo da vontade, da atitude competitiva, do espírito colectivo, da garra leonina. Quem vence um jogo destes arrisca-se mesmo a ganhar o campeonato.

 

Da inegável superioridade da nossa equipa. Grande parte do jogo foi disputado só em metade do terreno, designadamente na segunda parte, quando o vento soprou com força a nosso favor. O Nacional quase não conseguiu sair do seu meio-campo. Uma diferença que pode medir-se, por exemplo, no número de cantos: dez a nosso favor e apenas um para os madeirenses.

 

Da adaptação da equipa ao lamaçal. Rúben Amorim percebeu de imediato que, dado o péssimo estado do terreno e a chuva que caía sem cessar, não podia impor aos jogadores o habitual futebol controlado, com a bola a sair em passes curtos desde a baliza. Até porque muitas vezes ela não rolava, ficando presa em diversas partes daquele relvado absolutamente impróprio para consumo. Restava o pontapé para a frente, à moda antiga, imitando o fio de jogo dos campeonatos distritais. Os nossos jogadores rapidamente se adaptaram às circunstâncias, nunca virando a cara à luta, apesar do risco acrescido de lesões. A verdade é que ganhámos quase sempre os lances divididos e foi irrepreensível a nossa reacção a ocasionais perdas de bola.

 

De Pedro Gonçalves. Para mim, o melhor em campo. Veio buscar a bola atrás, actuando como terceiro médio na faixa central. Desta vez sem rendilhados nem virtuosismo técnico, pois o campo não permitia, mas sempre com fulgor ofensivo. É dele a primorosa assistência para o primeiro golo, marcado por Nuno Santos aos 43', indo recuperar quase junto à linha final, do lado direito, a bola centrada por Nuno Mendes e colocando-a nos pés do colega, que só teve de empurrar à boca da baliza. Aos 34' e aos 64', com remates rasteiros, pôs à prova os reflexos do guardião Daniel Guimarães. E aos 83' fez embater a bola no poste - seria um golo bem merecido.

 

De Palhinha. Absolutamente indispensável no onze titular leonino - e jogos como este ainda o tornam mais imprescindível. Muito eficaz nas acções de cobertura, funcionou como dique para travar a manobra ofensiva do Nacional. E foi mantendo acesa a vontade de marcar, quase o conseguindo: aos 36', cabeceou ligeiramente ao lado, na sequência de um canto; aos 78', num disparo de meia distância, fez a bola roçar o poste.

 

De Nuno Santos. Poço de energia, pulmão inesgotável, vontade indómita. Funcionou como acelerador permanente do jogo leonino, procurando eficácia máxima. Esforço recompensado com o nosso golo inaugural. É já o seu quinto de Leão ao peito. E promete muitos mais.

 

Do regresso de Jovane. Já tínhamos saudades dele, após mês e meio de afastamento - primeiro por lesão, depois por opção técnica. Entrou aos 87', substituindo Nuno Santos, e três minutos bastaram para marcar o golo da tranquilidade, fixando o resultado. Não podia ter sido mais feliz.

 

Do nosso bloco defensivo. Voltou a funcionar com simetria perfeita e uma irrepreensível organização, sem tremer perante as péssimas condições atmosféricas nem temer a lama que crescia no lugar da relva. Não é por acaso que o Sporting apresenta a melhor defesa da Liga 2020/2021: apenas oito golos sofridos em 13 jogos já disputados. Continuamos a ser a única equipa invicta no campeonato. 

 

De Rúben Amorim. Uma vez mais, o treinador soube ler muito bem o jogo e fazer as alterações que se impunham, sobretudo para refrescar a equipa - mas sem esgotar as substituições. Aos 66', trocou Sporar por Tiago Tomás. Aos 76', fez entrar Matheus Nunes por troca com João Mário. Aos 87, deu ordem para Jovane substituir Nuno Santos. Dois dos jogadores que saltaram do banco - Tiago Tomás a assistir, Jovane a marcar - foram cruciais para ampliar o resultado e consolidar a vitória. Haverá "estrelinha" do técnico, decerto. Mas há sobretudo muita competência - desde logo nas instruções iniciais que deu à equipa para posicionar-se em campo, adaptando-a aos obstáculos concretos deste desafio.

 

De ver seis portugueses no onze titular. Neto, Palhinha, João Mário, Nuno Mendes, Pedro Gonçalves e Nuno Santos. Com a entrada de Tiago Tomás e Jovane, esta noite alinharam oito. Que diferença em relação aos nossos principais rivais, que entram em campo quase só com estrangeiros.

 

Que só um dos nossos tivesse visto o amarelo. Feddal, somando cinco cartões, fica fora do próximo jogo. Mas poderemos contar com Coates, Neto, Nuno Santos e Palhinha, que passaram incólumes.

 

De vermos a liderança reforçada. Somamos já 35 pontos, em 39 possíveis. Cumprimos a sexta vitória consecutiva, há 16 jogos que não perdemos em casa para a Liga. Vencemos 11 dos últimos 12 jogos do campeonato. Estamos há sete jornadas consecutivas no primeiro posto. E continuamos a marcar em todas as partidas já cumpridas desde o início da temporada. 

 

 

Não gostei
 

 

Das condições do terreno. Reza o lugar-comum que o futebol é desporto de Inverno. Mas hoje abusou-se da invernia - ainda por cima no Funchal, que costuma ser terra de clima ameno: chuva torrencial, vento fortíssimo, granizo, trovoada, muito frio. Mas pior foi o estado miserável do tapete que em vez de ser verde, como mandam os regulamentos, era afinal castanho. Indigno de futebol da primeira divisão. Noutros países, onde as condições atmosféricas são muito mais inclementes, não se encontra nada disto. Uma vergonha. E um perigo, até por potenciar lesões de alto risco.

 

Do adiamento do jogo. Este Nacional-Sporting devia ter-se disputado ontem. Mas as rajadas de vento quase ciclónico que ontem se registavam na Choupana, a 632 metros de altitude, tornaram impossível a utilização do estádio, que só hoje pôde ser utilizado. Passámos assim do péssimo para o simplesmente mau. E a nossa equipa fica com menos 24 horas para preparar o próximo desafio, que irá desenrolar-se também no Funchal: o Marítimo-Sporting, dos oitavos-de-final da Taça de Portugal, a realizar nesta segunda-feira.

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