Rescaldo do jogo de hoje
Não gostei
Do miserável comportamento dos dirigentes leoninos. Deixaram abalar por completo o balneário, num dia totalmente dominado pela notícia de que Silas seria o quinto treinador corrido em 18 meses do Sporting por Frederico Varandas, sem a menor intervenção no espaço mediático, deixando assim a equipa entrar em campo já derrotada. Não custa adivinhar o ambiente de cortar à faca no balneário, onde um técnico que já não o era, na prática, se sentiu obviamente impotente para juntar aqueles cacos. O resultado de tudo isto viu-se em campo desde o primeiro minuto. Perdemos 1-3, no terreno do Famalicão. E vemos o acesso à Liga Europa na próxima época cada vez mais longe.
Desta manta de retalhos com listas verdes e brancas. A desastrada política de contratações posta em marcha por Varandas, acolitado pelo director desportivo Hugo Viana, redundou nisto: um conjunto de 11 jogadores a que mal podemos aplicar o nome de equipa. Um conjunto que em cinco meses perdeu três dos melhores titulares: Bas Dost, Raphinha e Bruno Fernandes, vitais em 2018/2019 para a conquista de dois troféus. Todos tiveram substitutos claramente inferiores, como muitos de nós alertámos aqui. O resultado está à vista.
De Frederico Varandas. Assiste ao naufrágio da equipa profissional de futebol do Sporting com uma passividade chocante. E prepara-se para agravar a situação trazendo do Braga, a preço insustentável, um técnico que nem treinador é: estreou-se em Dezembro na Primeira Liga, onde até ao momento só cumpriu nove jogos. Palavras como mérito, esforço e excelência, neste Sporting, parecem ter emigrado para parte incerta.
De Hugo Viana. O que dizer dum director desportivo que passa o tempo atrás da cortina, jamais se expondo na praça pública mesmo nos momentos de maior crise anímica da equipa, e que parece privilegiar a contratação de amigos do Braga, onde jogou, valendo-se para o efeito do claro ascendente que exerce sobre um presidente que já demonstrou nada perceber de futebol?
De Eduardo. Entrou de início, na aparente tentativa - inteiramente mal sucedida - de travar as investidas ofensivas do Famalicão. Entregou a bola ao adversário, falhou passes, foi incapaz de colocar a bola a mais de cinco metros e de progredir com ela controlada. Uma nulidade. Ao ser substituído por Francisco Geraldes, aos 75', concluiu-se o óbvio sem margem para dúvidas: permaneceu 75 minutos a mais em campo.
De Rosier. Enquanto Ricardo Esgaio, jogador formado no Sporting, brilha como lateral direito no Braga - nosso rival directo - temos de contentar-nos com o medianíssimo Rosier, sem categoria para jogar nesta posição no Sporting. Outra "pérola" descoberta pela dupla Varandas-Viana, a preço nada módico: custou 5,3 milhões de euros, acrescidos da entrega ao Dijon do passe de Mama Baldé, outro jogador que formámos e largámos da mão. Parece que nadamos em dinheiro, não é verdade, doutor Zenha?
De Sporar. Tentou, mas não marcou. Nem andou lá perto. Vendo bem, mal tentou. Não é Bas Dost quem quer. Para já, podemos concluir que Sporar nem uma réplica muito longínqua de Dost consegue ser.
Dos primeiros dez minutos. Foram catastróficos - prova inequívoca de que os nossos jogadores actuaram sobre brasas, arrasados psicologicamente por efeito das notícias sobre a decapitação da equipa técnica horas antes do apito inicial deste Famalicão-Sporting. Um golo sofrido logo aos 2', outro aos 8'. A sorte do jogo estava lançada.
Desta rendição antecipada ao Famalicão. A equipa minhota não vencia um jogo desde 11 de Janeiro. Nas últimas 13 jornadas, só tinha ganho duas partidas. Hoje desforraram-se. Levando o Sporting ao tapete, aliás à semelhança do que já sucedera na primeira mão em Alvalade.
De um novo recorde negativo batido. Até esta noite, nunca tínhamos perdido no estádio do Famalicão. A triste estreia aconteceu hoje.
Da péssima finalização. Fizemos cerca de 40 cruzamentos: nenhum deles originou golo. Só uma vez a pusemos no fundo das redes. De bola parada, num livre cobrado por Acuña, que funcionou como assistência. E foi preciso um defesa metê-la lá dentro.
De vermos o Braga já a quatro pontos. Mas como agora até somos um "clube amigo" deles, Varandas e Viana nem devem importar-se.
De termos igualado o histórico de derrotas numa temporada. Somam-se já 15 - a mesma marca que foi registada na catastrófica época 2012/2013. No campeonato, temos tantas derrotas acumuladas como o Gil Vicente, o Moreirense e o V. Setúbal.
Gostei
De Coates. Pareceu-me o menos mal dos sportinguistas. Por ter marcado o nosso golo solitário, aos 45'+1. E por ter feito preciosos cortes e desarmes aos 32', 60' e 63', evitando danos maiores.
Do apoio dos adeptos. Eram cerca de 400 concentrados numa das bancadas do estádio. Não deixaram de puxar pela equipa do princípio ao fim.