Rescaldo do jogo de hoje
Não gostei
De termos sido derrotados pelo FC Porto no nosso estádio (1-2). Fomos superiores à turma portista, mas a equipa visitante foi mais feliz. Marcou logo aos 6', no primeiro lance ofensivo que protagonizou, e fechou o resultado aos 73', num lance de bola parada. Beneficiando, em ambos os casos, de graves erros defensivos do Sporting.
Que o árbitro tivesse perdoado um penálti ao Porto. Aos 23', Alex Telles travou Bolasie à margem das leis, em zona proibida. O senhor Jorge Sousa fez vista grossa. Nada que deva surpreender-nos. O coração deste apitador só tem duas cores: azul e branco.
De ver tantas oportunidades desperdiçadas. A nossa segunda parte foi um festival de golos falhados. Aos 49, lançado por Bruno Fernandes, Vietto rematou ao ferro lateral. Aos 55', a centro de Acuña, Luiz Phellype cabeceou a rasar o poste antecipando-se aos centrais portistas. Aos 58', correspondendo a novo cruzamento do compatriota, Vietto rematou de primeira também ligeiramente ao lado. Aos 62', outro desperdício de Vietto, a rematar cruzado levando a bola a fazer uma tangente ao segundo poste. Aos 63', perante nova solicitação de Acuña, o protagonista pela negativa voltou a ser Vietto, fazendo a bola sobrevoar a trave. Aos 85', na sequência de um canto apontado por Bruno Fernandes, Coates falhou por centímetros, cabeceando à barra. Não há volta a dar: sem meter a bola lá dentro as vitórias são impossíveis.
Da ausência de Pedro Mendes. O ponta-de-lança alternativo a Luiz Phellype está enfim inscrito nas competições nacionais. Mas Silas decidiu prescindir dele, devolvendo-o à Liga Revelação, onde Pedro Mendes voltou a destacar-se, marcando mais um golo - o 15.º nessa competição. Leva já 16 marcados nesta temporada, contando com o que fez ao PSV para a Liga Europa. Estranhamente, permanece fora da equipa principal.
De Ristovski. Má exibição, com responsabilidade evidente no primeiro golo, deixando Marega movimentar-se como quis. Foi pelo seu flanco que o FCP fez sempre as incursões mais perigosas, nomeadamente por intermédio de Nakajima. O macedonio foi, de longe, o elemento mais permeável do nosso quarteto defensivo. Enquanto Acuña brilhava no corredor contrário.
Da reacção de Silas. Ao contrário do que tem sucedido noutros jogos, desta vez o técnico leonino demorou a mexer na equipa e nenhuma das substituições que fez resultou. Trocar Ristovski por Camacho e Idrissa por Plata aos 79', fazendo recuar Bruno Fernandes para a posição de médio defensivo, nada trouxe de positivo. É certo que estes suplentes utilizados funcionaram como talismã contra o Portimonense, mas não há dois jogos iguais.
De Jesé. Continua a ser um mistério, a contratação deste espanhol que parece ter um brilhante futuro atrás das costas. Entrou aos 87', substituindo o dinâmico Bolasie, e destacou-se apenas por ter visto um cartão amarelo por falta absolutamente desnecessária, contra um adversário que até tinha perdido a bola. Uma falta que em nada abona a favor da inteligência táctica do espanhol. Podemos chamar-lhe muita coisa, menos um reforço.
Que se tenha quebrado a tradição. Há 12 anos que o FC Porto não vencia um jogo em Alvalade. Quando Jesualdo Ferreira comandava a equipa azul e branca e Paulo Bento treinava o Sporting. Terminou esse enguiço, infelizmente para nós.
Da descida na classificação. Fomos ultrapassados no terceiro lugar pelo Famalicão. Vemos agora o Benfica a 16 pontos e o FCP a 12.
Do hino alternativo que ficou por tocar. A Direcção leonina decidiu esperar pelo apito inicial do árbitro para fazer soar os acordes iniciais d' O Mundo Sabe Que, aliás logo interrompidos, levando os adeptos a entoar este cântico sem suporte musical nem a respectiva letra reproduzida nos ecrãs do estádio, tudo isto enquanto o jogo já decorria. Uma imbecilidade sem nome.
Dos energúmenos da Curva Sul. Assobiaram os jogadores, insultaram o presidente, negaram incentivo à equipa durante toda a primeira parte. E no segundo tempo divertiram-se a mandar tochas incendiárias para o relvado, com o jogo a decorrer, confirmando as tendências pirómanas que já lhes conhecíamos. São os mesmos de sempre. Letais ao Sporting.
Gostei
Da nossa exibição. Os erros pontuais, com destaque para os que nos custaram os dois golos, não invalidam que o Sporting tivesse sido a melhor equipa em campo. O resultado é lisonjeiro para o FC Porto, que dispôs de menos oportunidades e sai de Alvalade como um vencedor feliz.
De Luís Maximiano. Podia ter feito mais nos lances dos golos sofridos, mas teve intervenções absolutamente decisivas em dois momentos, aos 75' e aos 90'+2, impedindo Luis Díaz de rematar com sucesso em ambas as ocasiões.
De Acuña. O melhor em campo. Se alguém não merecia perder este jogo, foi ele. Autor do solitário golo do Sporting, aos 44', fuzilando Marchesin num remate indefensável, de um ângulo muito difícil, após assistência de Vietto. A recuperação de bola, neste lance, foi dele também. Tal como dos pés dele nasceram os cruzamentos mais perigosos da nossa equipa. No capítulo defensivo, o craque argentino cumpriu igualmente com distinção.
Da assistência. Apesar do frio, apesar das péssimas arbitragens que teimam em desequilibrar os campos, apesar de não vencermos um campeonato profissional de futebol há quase 18 anos, não desistimos. Hoje estivemos mais de 41 mil em Alvalade.