Rescaldo do jogo de hoje
Gostei
Da vitória. Trouxemos três pontos de Chaves, um estádio sempre difícil: vitória por 3-1. Não houve exibição de gala, muito longe disso, mas a equipa soube ser solidária e compacta em momentos decisivos. O essencial foi feito perante um onze que ocupa o penúltimo lugar na Liga, lutando para não descer. Sem esquecer que a turma flaviense terminou o encontro só com nove jogadores e viu-se forçada a substituir o guarda-redes.
De Bruno Fernandes. Mesmo vindo de lesão, o que aliás condicionou a sua actuação em campo, foi o melhor jogador desta partida. Marcou um grande golo, aos 80', com um disparo fortíssimo fora da grande área. Foi o golo que nos valeu os três pontos - e também o melhor do jogo. Já tinha participado na construção do primeiro. Leva 41 marcados em cem desafios com a camisola verde e branca, o que o confirma como o médio mais goleador do futebol europeu actual. Se todos revelassem tanta intensidade numa partida como ele, o Sporting estaria bem melhor do que está.
De Luiz Phellype. Com Bas Dost de novo lesionado, o ponta-de-lança brasileiro - hoje titular - aproveitou enfim para fazer o gosto ao pé. Não apenas uma vez, mas duas: abriu o marcador aos 24', dando o melhor caminho à bola na sequência de um centro de Ristovski após uma boa jogada colectiva ao primeiro toque; e aos 90'+10, quase ao cair do pano, num belo lance de insistência, após aguentar uma carga. Emocionou-se ao festejar o golo de estreia - e era caso para isso: antes tinha participado em 11 partidas sem marcar.
De Mathieu. Voltou a ser um elemento fundamental do onze leonino. A sua experiência foi vital em cortes providenciais aos 14', 20' e 42', revelando agilidade e reflexos rapidíssimos. Essencial também no processo de construção, empurrando a equipa para diante: soube lutar sempre contra a apatia que por vezes parecia apoderar-se de alguns dos seus colegas.
De Acuña. Não foi uma das suas melhores exibições, mas em momentos cruciais demonstrou todo o seu profissionalismo. Combativo, tenaz, foi dele o grande cruzamento que descobriu Bruno Fernandes isolado, funcionando como assistência para o segundo golo. Como tantas vezes tem acontecido, fez duas posições no mesmo jogo. Primeiro à frente, depois atrás.
De Jovane. Vários desafios depois, voltou a ter uma oportunidade digna desse nome: o técnico holandês apostou nele como substituto de Borja, a partir dos 73', enquanto fazia recuar Acuña para lateral esquerdo. O jovem luso-caboverdiano soube aproveitar o repto: rematou com perigo aos 78', provocando uma defesa apertada do guardião do Chaves, e fez a assistência para o terceiro golo. Merece mais.
De termos ultrapassado o Braga. Com esta vitória, regressamos ao pódio no campeonato. Em igualdade pontual com a turma braguista (58 pontos acumulados à 27.ª jornada) mas em vantagem relativa, pois no confronto em Alvalade triunfámos por 3-0. O que pode fazer toda a diferença nas contas finais da Liga 2018/2019.
Não gostei
Da substituição de Gudelj por Idrissa. Aconteceu aos 66'. O jogo estava empatado e começava a pairar entre os adeptos o receio de deixarmos dois pontos em Chaves. Em vez de reforçar o ataque, Keizer optou por uma troca directa no meio-campo defensivo. Como se estivesse resignado a tão medíocre resultado, jogando com um adversário em inferioridade numérica (por expulsão de Jefferson aos 51'). A primeira opção ofensiva saída do banco ocorreu só aos 73', com a entrada de Jovane. Sete minutos depois, desfazíamos o empate.
Da agressividade dos flavienses. É inconcebível ver uma equipa que disputa a primeira divisão do futebol profissional português recorrer de forma tão sistemática a faltas grosseiras. Que, não por acaso, tiveram como alvo principal Bruno Fernandes. Dois jogadores do Chaves foram expulsos, o que só pode surpreender quem não assistiu ao jogo.
De arbitragem. Manuel Mota, um dos mais incompetentes apitadores que ainda se arrastam nos relvados portugueses, exibiu o cartão vermelho directo a Ristovski, aos 88', por uma entrada limpa de carrinho, impedindo assim o nosso lateral direito de jogar a segunda mão da meia-final da Taça, na quarta-feira, contra o Benfica. Exige-se a pronta reclamação da SAD leonina junto do Conselho de Disciplina para anular esta absurda penalização em tempo útil.
Da nossa incapacidade para rematar a meia-distância. Bruno Fernandes é a excepção. Mais ninguém parece conseguir afinar a pontaria na hora de rematar à baliza a partir de linhas mais recuadas. Gudelj tentou, mas à figura do guarda-redes. Acuña atirou para a bancada, Wendel também. Eis um dos aspectos em que se sente a necessidade de reforçar as sessões de treino.
Do golo sofrido. Cumpriu-se a regra: raro é o jogo, sobretudo quando disputado fora, em que não deixamos a nossa baliza à mercê das equipas adversárias. Voltou a acontecer hoje, aos 66', devido a uma falha de posicionamento defensivo: o Chaves empatou nesse momento e podia ter feito estragos ainda maiores.
Da nossa exibição. Fraquinha, para não variar.