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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de hoje

Não gostei

 

 

De termos perdido mais dois pontos. Empate a zero no Funchal: há 33 anos que não se registava este desfecho num Marítimo-Sporting para o campeonato. Um resultado decepcionante que nos coloca novamente 11 pontos abaixo do FC Porto, líder da Liga. Nas últimas quatro épocas, temos saído sempre do estádio dos Barreiros sem a vitória: é algo que dá que pensar.

 

Das oportunidades desperdiçadas. Contei pelo menos seis. Duas na primeira parte, protagonizadas por Bruno Fernandes (5') e Bas Dost (23'). E quatro na segunda, protagonizadas por Diaby (47'), Bas Dost (72'), Raphinha (76') e Bruno Fernandes (79'). De nada nos valeu termos esmagadora superioridade na chamada "posse de bola" (77%) se continuamos incapazes de transformar oportunidades em golos.

 

De Gudelj. Nulidade absoluta durante o tempo que esteve em campo - ou seja, durante toda a primeira parte. Já amarelado, desde os 39', foi remetido ao balneário pelo treinador, que mandou entrar Idrissa Doumbia para o seu lugar - reforçando assim a dinâmica da equipa. Não consigo entender o que leva o técnico holandês em apostar teimosamente no médio sérvio.

 

De Bas Dost. O holandês continua divorciado dos golos. Atravessa uma notória crise de confiança: parece que a bola o queima quando lhe vai à cabeça ou aos pés. Chega ao fim de mais um jogo com a folha em branco. E desta vez não foi por falta de assistência dos colegas, como ficou bem patente aos 47': com a bola em seu poder, de frente para a baliza, optou por lateralizá-la para Diaby, muito menos bem posicionado. O lance perdeu-se.

 

De Luiz Phellype. Jogo após jogo, continua sem demonstrar o mérito da sua contratação, está quase a fazer dois meses. Hoje esteve mais um quarto de hora em campo, sem qualquer proveito para a equipa. Um goleador sem golos de verde e branco.

 

Da brunodependência. Bruno Fernandes, talvez por cansaço após a eliminatória europeia, esteve vários pontos abaixo do habitual. Nem nos lances de bola parada foi capaz de fazer a diferença. Isto desequilibrou a equipa, que tem demonstrado excessiva dependência face ao capitão leonino. Na primeira parte, sobretudo, os colegas optavam quase sempre por lhe endossar a bola, desperdiçando oportunidades de construir jogo por vias alternativas. Nenhum homem, por mais atributos que possua, pode sobrepor-se ou substituir-se a uma equipa.

 

Que Geraldes não tivesse saído do banco. Desta vez Keizer incluiu o nosso médio criativo, formado em Alcochete, na convocatória da jornada. Mas Francisco voltou a não sair do banco. Apetece perguntar porquê.

 

Da expulsão de Coates. O uruguaio ficará fora da próxima partida, frente ao Portimonense. E pode já antecipar-se que irá fazer-nos muita falta.

 

Da péssima arbitragem de Tiago Martins. Há quem o considere o melhor árbitro português do momento. Hoje ninguém de boa fé pode subscrever esta frase. O apitador de Lisboa estragou o espectáculo ao assumir o protagonismo com um critério disciplinar absurdo, culminando na ordem de expulsão que deu segundos antes do fim do jogo a Marcel Keizer, o mais pacífico e pacato dos treinadores que têm passado pelo futebol português.

 

Da nossa triste mediania longe de Alvalade. Nesta Liga 2018/2019 apenas conseguimos vencer quatro vezes fora de casa. Justifica reflexão urgente. E muito séria.

 

 

 

Gostei

 

Da comparação com a época passada. Na Liga 2017/2018, ainda com Jorge Jesus ao leme da equipa, fomos ao Funchal perder por 2-1, neste mesmo estádio. Desta vez trazemos de lá um pontinho. É pouco, mas apesar de tudo é menos mau.

 

De termos conseguido encurtar a distância face ao Braga. A progressão foi mínima, mas nas contas finais pode tornar-se relevante para apurar quem preencherá o último lugar do pódio. Perante a inesperada derrota dos braguistas em casa, frente ao Belenenses, o nosso empate na Madeira permitiu-nos aproximar do terceiro posto. Diminuindo a diferença face ao Braga de quatro pontos para três.

 

Das substituições ao intervalo. Desta vez Keizer não hesitou nem adiou: aproveitou o intervalo para tirar dois jogadores já amarelados, Gudelj e Borja, substituindo-os (com vantagem para a equipa) por Idrissa e Raphinha. Este último, em particular, alterou o cariz do jogo, tornando a nossa equipa mais acutilante e determinada nos lances ofensivos. Foi dele a jogada mais perigosa do encontro, travada in extremis, aos 76', por uma excelente intervenção do guarda-redes Charles, naquela que foi a defesa da noite. Voto no brasileiro como o melhor dos nossos: o Sporting beneficiou muito com ele em campo. Apetece perguntar por que motivo Raphinha não jogou de início.

 

Do primeiro quarto de hora da segunda parte. Domínio total do Sporting nesta fase do jogo. Infelizmente, um domínio não traduzido em golos.

 

De termos mantido as nossas redes invioladas. Vinte e duas jornadas depois, enfim, voltamos a não sofrer golos fora de casa.

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