Rescaldo do jogo de hoje
Não gostei
Da nossa primeira derrota nas competições internas desta temporada, ao 30.º jogo oficial. Perdemos 0-2 em casa do Estoril, equipa claramente superior nesta partida e que esteve sempre mais próxima de marcar o terceiro do que o Sporting de marcar o primeiro, condicionando por completo a nossa construção ofensiva.
De Bruno César. O treinador apostou nele como titular, fazendo-o alinhar na posição que costuma ser confiada ao lesionado Gelson Martins. Aposta falhada. O brasileiro nunca deu profundidade nem velocidade ao jogo e protagonizou um falhanço incrível, isolado por Coentrão, quase em cima da linha de golo. Saiu aos 57', já demasiado tarde.
De Rúben Ribeiro. Entrou para substituir Bruno César, mas foi tão inócuo como o colega. Por vezes, ao receber a bola, parecia não saber o que fazer com ela: fintava e refintava, lateralizava e acabou desarmado com frequência. De uma sua perda de bola inadmissível em zona de construção, aos 69', acabou por resultar o terceiro golo do Estoril, que o vídeo-árbitro anularia. Aos 77', bem posicionado, foi incapaz de cruzar. Outra partida para esquecer deste "reforço de Inverno".
De Montero. Onde anda o goleador que há duas épocas abandonou prematuramente Alvalade em troca de uma nulidade chamada Hernán Barcos e deixou saudades entre os adeptos? Outra recentíssima "contratação de Inverno" do Sporting, o n.º 40 entrou na segunda parte, substituindo o banalíssimo Battaglia, mas passou ao lado do jogo. Viria a meter a bola dentro da baliza, aos 90'+5', mas estava em fora de jogo.
De Bruno Fernandes. O capitão da selecção sub-21 andou escondido do jogo, sem nunca ter revelado a influência que demonstrou noutras partidas. Falhou passes, falhou cruzamentos e deixou-se condicionar pelas marcações. Esbracejou e barafustou muito, mas devia barafustar só com ele próprio.
Da nossa inconsistência ofensiva. Criámos poucas oportunidades de golo e, quando aconteceram, foram incrivelmente desaproveitadas. Por Coates (43'), Bruno César (44'), Acuña (57') e Mathieu (89').
De uma substituição inexplicável. Fábio Coentrão estava a ser um dos sportinguistas mais inconformados e com maior capacidade de resposta no terreno, com grandes cruzamentos aos 43' (para Coates) e aos 44' (para Bruno César), além de um remate que rasou o poste, aos 48'. Iam decorridos 64 minutos quando Jorge Jesus lhe deu ordem de saída, trocando-o pelo apático, lento e macio Bryan Ruiz. Uma substituição falhada, como era de esperar.
Da ausência simultânea de Bas Dost e Gelson Martins. Estes dois jogadores são essenciais para as aspirações leoninas. Com eles afastados, por lesão, a eficácia da equipa cai a pique. Não por acaso, ambos já marcaram 24 dos nossos 43 golos na Liga.
Dos cantos desaproveitados. Tivemos 15 - o maior número de cantos de que já dispusemos num jogo deste campeonato. Fomos incapazes de aproveitar qualquer destas oportunidades. Bryan Ruiz, por exemplo, entregou directamente a bola ao adversário ao marcar dois cantos.
De termos ficado em branco contra a pior defesa da Liga. Há 12 jornadas consecutivas que marcávamos pelo menos uma vez. Hoje, nem um golo para amostra.
De termos perdido a liderança. Entrámos em campo, às 18 horas, no comando do campeonato e terminámos no terceiro posto, em igualdade pontual com o Benfica e menos dois pontos do que o líder, FC Porto (que tem meio jogo ainda por disputar, precisamente contra o Estoril).
Gostei
De Rui Patrício. No seu 445.º desafio oficial de verde e branco, ultrapassando o histórico Vítor Damas em número de actuações pelo Sporting, foi o nosso jogador com exibição mais positiva. Evitou dois golos, com defesas extremamente difíceis, ao sair destemidamente aos pés de Bruno Gomes, atacante do Estoril, aos 83' e aos 90'+1'. Sem ele, teria havido goleada.
Do vídeo-árbitro. O Estoril marcou um terceiro golo, aos 69', que o árbitro Manuel Mota acabaria por invalidar após consulta ao VAR. Boa decisão: Ewandro estava em fora-de-jogo.
Do apoio dos adeptos. A casa do Estoril recebeu uma "onda verde", com adeptos leoninos enfrentando a tarde fria para incentivar os nossos jogadores. De nada valeu desta vez. E no final era evidente a decepção de todos quantos lá se deslocaram com cachecóis verdes.
Que não houvesse problemas na bancada. O topo norte do estádio António Coimbra da Mota esteve fechado ao público, evitando-se um novo folhetim, na sequência do que aconteceu ao intervalo do Estoril-FC Porto.