Rescaldo do jogo de hoje
Gostei
Da goleada. A nossa primeira deste campeonato. A nossa primeira vitória fora. Com quatro jogadores a facturar no campo do Gil Vicente. Um triunfo categórico: quatro golos sem resposta. Aos 12' já tínhamos dois.
Da exibição. Não vencemos apenas: convencemos também. Com uma exibição cheia de categoria e classe. À Leão.
De Nani. Novamente em grande. Assumindo-se como líder da equipa, o patrão indiscutível da linha ofensiva, o criativo deste Sporting 2014/15. Sempre em jogo, sempre em movimento, abrindo sucessivas linhas de passe, desequilibrou várias vezes a defesa adversária ocupando o corredor central do ataque. Um artista. E um trabalhador incansável também. Marcou um golo - o segundo na partida e o segundo pelo Sporting em cinco dias, novamente com excelente execução técnica. E participou na construção do terceiro e do quarto. O melhor em campo hoje: adorei vê-lo novamente festejar com um salto mortal à retaguarda.
De João Mário. Estreia como titular no campeonato, entrando para o lugar de André Martins como já sucedera quarta-feira, na segunda metade da partida na Eslovénia. Muito dinâmico, veloz, em grande forma física. Fez assistências para dois golos - o terceiro e o quarto. E desmarcou Slimani num lance aos 25' que quase originou outro. Agarrou a titularidade na posição 10. Prestem atenção a ele: veio para ficar.
De Adrien. Outro jogador em grande forma. Cometeu uma proeza digna de registo ao inaugurar o marcador, pondo fim à fugaz crise de golos da nossa equipa, com um forte disparo de fora da área após passe de Slimani. Foi quanto bastou para levantar o moral da equipa.
De Carrillo. Entrou só aos 71', para o lugar de Capel, mas teve tempo suficiente para marcar o quarto golo, coroando uma excelente jogada de contra-ataque que envolveu também Nani e João Mário. Foi o terceiro dele neste campeonato: já marcou mais na Liga 2014/15, à quinta jornada, do que em qualquer dos anos anteriores. É até agora o goleador da nossa equipa.
De Rui Patrício. Completou hoje 200 jogos ao serviço da equipa principal do Sporting, onde actua desde 19 de Novembro de 2006, quando foi lançado por Paulo Bento. É já o terceiro guarda-redes com mais jogos no nosso clube, após os históricos João Azevedo e Vítor Damas. Está de parabéns. E os colegas contribuíram para a festa, com um grande trabalho de equipa, neste jogo em que as redes leoninas permaneceram invictas.
Do nosso meio-campo. Foi indiscutivelmente superior ao do Gil Vicente, ocupando quase todo o tempo a área da equipa adversária. Os jogadores de Barcelos tiveram imensa dificuldade em progredir no terreno: isto ajuda a explicar o facto de não terem construído uma só situação de golo em toda a partida.
Da aposta contínua na formação. Alinhámos hoje com seis jogadores formados na nossa Academia. Nunca me cansarei de sublinhar este aspecto, que constitui uma das marcas específicas do Sporting.
Da intervenção do treinador. Marco Silva mexeu bem na equipa. Com João Mário e Capel titulares, além de Jonathan Silva no lugar de Jefferson, castigado. Continuou a jogar com as linhas subidas e mandou ocupar mais o corredor central do ataque. E não cedeu àqueles que exigiam a decapitação do eixo defensivo. Foi recompensado ao conseguir a primeira vitória confortável desta época: quem não arrisca não petisca.
Do apoio dos adeptos. Havia cerca de quatro mil sportinguistas a incentivar a equipa no estádio - mais do que os apoiantes do Gil Vicente. No Sporting o 12º jogador nunca falha.
Não gostei
Que Slimani tivesse desperdiçado um golo quase certo. Tinha apenas o guarda-redes pela frente, aos 25', quando João Mário o isolou. Mas o argelino acabou por atirar à figura. Felizmente redimiu-se ao marcar o terceiro golo, num lance semelhante.
De ver Jonathan Silva ainda preso de movimentos. O lateral esquerdo argentino ocupou hoje o lugar de Jefferson. Arriscou pouco no ataque e revelou alguma intranquilidade. Mas não esqueçamos que vem de uma lesão e este foi o seu jogo de estreia na Liga portuguesa.
Do persistente jejum de Montero. Marcou pela última vez no campeonato precisamente contra o Gil Vicente, em Dezembro de 2013. Mas nem esse incentivo funcionou neste jogo, onde entrou apenas aos 74' para substituir Slimani.
Da chuva de cartões amarelos. Foram oito num jogo globalmente correcto em termos disciplinares. Carlos Xistra arbitrou à portuguesa: em caso de dúvida, ia exibindo cartões, procurando roubar protagonismo aos jogadores. Em certos casos de forma ridícula, como aquele que mostrou a Slimani quando o argelino, carregado em falta, pediu um cartão para o adversário que viria efectivamente a ser admoestado desta forma.
Que cheguemos à sexta jornada com menos dois pontos do que em 2013/14. Mas tenho a convicção plena de que não tardaremos a superar esta diferença.