Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de anteontem

sarabia.jpg

Sarabia aplaudido no estádio e saudado pelo treinador aos 63': saída em grande

 

Gostei

 

Da desforra. Serviu-nos de pouco, de quase nada. Mas soube muito bem, em nossa casa, derrotar (por 4-0) a única equipa que nos impôs um desaire fora de Alvalade na Liga 2021/2022, mesmo ao cair do pano da primeira volta: o Santa Clara, de Ponta Delgada, agora mergulhado numa convulsão interna que afastará o quarto treinador da temporada e boa parte dos jogadores. Desejo-lhes boa sorte, apesar de tudo.

 

Da goleada. Não bastava vencer: era preciso convencer. E foi isso que fizemos em campo. Após um período algo titubeante, em que andámos a mastigar jogo e sofremos pelo menos um calafrio, impusemos o nosso domínio e os golos foram saindo de rajada. Marcados por Tabata (41'), Porro (51'), Sarabia (56') e Edwards (78'). Muito bons, todos. O último, com um disparo do inglês a meia distância sem tomar balanço, é uma obra de arte.

 

De Sarabia. Voltou a fazer a diferença. Sempre a espalhar classe em campo. Entregando-se ao jogo ao serviço de um emblema que envergou por empréstimo mas que serviu com inegável profissionalismo durante toda a temporada. Jogou mesmo, não fingiu que jogava. Inclusive neste seu último desafio de verde-e-branco. Marcou o nosso terceiro da noite de sábado, elevando para 21 o número de vezes que a pôs lá dentro com a camisola do Sporting. Foi brindado com duas ovações: ao minuto 17, o número que ostentou na camisola, e ao minuto 63, quando deu lugar a Rodrigo, visivelmente comovido com a justa homenagem.

 

De Porro. O melhor em campo. Marcou (o segundo) e deu a marcar (o terceiro). Com uma energia imensa, parecia estar a iniciar agora a temporada. No último lance do desafio, ainda tentou bisar. Espectacular passe longo aos 28'. Centro perfeito aos 82' para Rodrigo: bastaria ao benjamim da equipa contornar o guarda-redes, mas acabou por rematar fraco, à figura, talvez em homenagem implícita ao ausente Paulinho. Novo cruzamento impecável aos 90'. O jovem internacional espanhol, agora já sob contrato do Sporting, promete ser uma das grandes figuras da próxima época.

 

De Nuno Santos. Outro jogador que parece estar a iniciar a temporada, tão boa é a sua condição física - das pernas aos pulmões. Grande centro de trivela (45'+1), outro óptimo cruzamento (76'), assistência para o segundo golo. É daqueles que nunca baixam os braços e vão sempre à luta, pressionando continuamente o adversário: o Sporting precisa de jogadores como ele.

 

De Tabata. Voltou a marcar, desbloqueando um jogo que parecia condenado a ir para o intervalo com o empate a zero. Golo precioso, de execução perfeita, com um remate acrobático sem deixar a bola tocar no chão. Colocando o ex-internacional olímpico brasileiro no patamar dos jogadores desde já candidatos à titularidade na época 2022/2023.

 

De Gonçalo Inácio. Actuou quase todo o tempo na posição certa: como central, do lado esquerdo, onde pode dar o melhor uso ao seu pé mais dotado. E assim fez, com um fabuloso passe vertical de 65 metros para Pedro Gonçalves assistir Tabata no golo que desbloqueou a partida. Cortes impecáveis aos 7' e aos 13'. Passou a jogar no eixo quando Coates cedeu lugar a Marsà.

 

Das estreias ao cair do pano. Houve três: João Virgínia, pela primeira vez no lugar de Adán numa partida do campeonato; André Paulo, que o substituiu na baliza aos 79' só para não ficar fora do retrato de grupo; e José Marsà, que tem actuado na equipa B e rendeu Coates como central, também aos 79', numa prova de confiança que o treinador lhe manifesta. Veremos, no caso do jovem defesa catalão, se é para ter continuidade na época que vai seguir-se.

 

Das palmas a Morita. O japonês do Santa Clara pode jogar de verde-e-branco na próxima época. Ao ser substituído, aos 73', recebeu calorosos aplausos dos adeptos leoninos. Será bom indício?

 

Da nossa segunda parte. Com três golos e alguns momentos espectaculares. Energia positiva à solta no relvado, boa vibração nas bancadas. Futebol-festa: fechou-se com chave de ouro.

 

De mais uma vitória. Foram, no total, 27 em 34 desafios na Liga que agora terminou. Igualando a nossa melhor soma de triunfos de sempre num campeonato nacional de futebol, registada em 2015/2016. E conseguindo mais um do que na época passada. No conjunto das competições, vencemos 39 dos 53 jogos.

 

De outro jogo sem sofrer golos. Registo que merece destaque: as nossas redes permaneceram intocadas em 18 destes 34 desafios. Notável. E fomos a equipa menos batida em casa, com apenas oito golos encaixados. Nenhuma outra conseguiu melhor.

 

Do quarto jogo seguido a marcar pelo menos três golos. Depois do 0-3 no Boavista-Sporting, do 4-1 no Sporting-Gil Vicente e do 2-3 no Portimonense-Sporting. Catorze nas últimas quatro partidas da Liga 2021/2022. Foi pena esta veia goleadora ter estado ausente noutros períodos: fez-nos falta.

 

De chegarmos ao fim com 85 pontos. Igualamos a nossa segunda melhor pontuação de sempre num campeonato - precisamente aquela que nos permitiu ser campeões há um ano. Melhor, só na Liga 2015/2016, quando chegámos aos 86, mas também na segunda posição. De qualquer modo, jamais havíamos conseguido somar 170 em duas épocas consecutivas - sinal inequívoco de que o trabalho que se vai fazendo em Alvalade é consistente e não fruto do acaso.

 

 

Não gostei

 

De termos esperado mais de 40 minutos pelo primeiro golo. Mas valeu a pena. E abriu caminho para os três que se seguiram, todos no segundo tempo.

 

De Pedro Gonçalves. Assistiu no terceiro golo, é certo, e teve intervenção no primeiro. Mas desperdiçou três ocasiões de marcar: aos 45'+1, aos 72' e aos 76'. Na segunda, em que lhe bastaria encostar, concluiu com um remate disparatado para a bancada. Termina a época pior do que começou: com má relação com a baliza, ao contrário do que havia sucedido em 2020/2021, quando se sagrou melhor rematador do campeonato.

 

De Daniel Bragança. Fez toda a partida no posto habitualmente reservado a Matheus Nunes, mas nunca foi o acelerador do jogo ou o municiador do ataque que a equipa exigia. Falta-lhe compleição física e poder de choque para actuar naquela zona do terreno, ao lado de Palhinha. Renderá melhor se avançar uns metros no relvado, mas aí a concorrência aumenta. Conclusão óbvia: se Matheus continuar no plantel, não irá tirar-lhe o lugar.

 

Dos falhanços. Houve alguns, felizmente sem consequências de pior. O mais arrepiante foi uma entrega de bola de Coates a Ricardinho, aos 30', que deixou um colega do Santa Clara isolado perante João Virgínia. Felizmente para nós, o jogador vestido de encarnado rematou mal, fazendo a bola rasar o poste. 

 

Que Feddal não pudesse despedir-se a jogar. Um problema físico impediu o central marroquino de dizer adeus ao público nesta partida final da temporada. Cessa contrato no Sporting, irá ter novo destino clubístico. Não nos esqueceremos dele: foi um dos obreiros do título de campeão após 19 anos de jejum. Cumpriu 34 jogos na época passada (com dois golos) e 26 nesta. Tudo de bom para ele nas etapas pessoais e profissionais que irão seguir-se.

 

De ver a casa a "meio gás". Apenas 28.942 espectadores em Alvalade numa noite amena de sábado: sabe a pouco. É verdade que o título já estava entregue ao FC Porto desde a jornada anterior, mas esta equipa vice-campeã nacional que conquistou dois troféus na temporada (Supertaça e Taça da Liga), teve o mais destacado desempenho leonino de sempre na Liga dos Campeões e uma exibição colectiva ao nível do campeonato 2020/2021, até com melhor saldo entre golos marcados e sofridos, merecia mais adeptos a aplaudi-la neste desafio final.

3 comentários

  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 16.05.2022

    Já estamos a passar do Daniel Bragança para o Pedro Gonçalves?
    Isso significa o quê?
    Que o facto de ele ter sido o maior artilheiro da Liga anterior e um dos artífices da conquista do título é irrelevante?
    O rapaz afinal é fraco em termos psicológicos? Então como é que conseguiu marcar todos aqueles golos e fazer todas aquelas assistências em 2020/2021?
    Não faltava até quem aparecesse aqui gente a exigir que ele tinha de ser titular da selecção nacional.

    Quanto ao Daniel, como aqui já foi referido, a questão é ele encaixar-se neste modelo concreto de jogo. Isto não é retirar-lhe mérito nem desvalorizá-lo.
    Das duas uma: ou Amorim adopta outros sistemas que vá alternando com o principal, ou deverá prescindir dos jogadores que menos se adequam ao modelo que gosta de pôr em prática.
    Nesta segunda hipótese, Daniel dificilmente vingará como titular.
    Será solução alternativa para saltar do banco à hora do jogo e tentar desbloquear partidas que estejam difíceis aproveitando o natural desgaste do onze adversário com o seu trabalho mais em jeito do que em força, a sua inteligência táctica e o seu inegável talento técnico.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 16.05.2022

    Quandio começamos a discutir questões como a do encaixe, isso é o mesmo que nada. Não passam de conjecturas. Juguei que não se pronunciava sobre conjecturas. Dizer que o Bragança rende mais aqui ou ali é especular. Cingo-me aos factos. E os factos estão aí. Também, remeter o Bragança a suplente perpétuo, achando que é util para entrar em dados momentos do jogo com a esperança de o desbloquear, não é futuro que se deseje para o rapaz. De certeza que ele não quer isso.
    Por outro lado, parece que nao estou a expressar-me bem. Mas eu vou repetir. Eu disse que alguns jogadores, apesar de terem épocas de afirmação, sofrem eclipses. Acha que o Pedro Gonçalves não sofreu um eclipse esta época? Acha que estou a especular? Mas eu disse mais. Disse que estes casos muitas vezes são psicológicos e, por isso, podem ter solução. Também não é verdade o que digo? Acha que estou a colocar o Pedro Gonçalves de lado, por ter esta opinião? Pelo contrário, estou a renovar nele a minha confiança, de que o alheamento por que passou esta época seja um problema passageiro. Mas que o Sporting deve estar atento ao jogador, para perceber o que se passa, isso deve. Não acredito que pense o contrário.
    AHR
  • Comentar:

    Mais

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

    Este blog tem comentários moderados.

    { Blogue fundado em 2012. }

    Siga o blog por e-mail

    A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

    Pesquisar

     

    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D