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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de anteontem

Não gostei

 

 

Do resultado do Sporting-Belenenses SAD. Terminou empatado 2-2: foi o nosso terceiro empate nos últimos quatro jogos, indício evidente de quebra global da equipa. Mas pior foi a exibição: só por volta dos 70' os nossos jogadores parecem ter despertado da letargia que se apoderou deles em campo. Jogando sem ritmo, falhando passes, abusando dos atrasos ao guarda-redes, com lentíssima circulação de bola. Pareciam estar a cumprir uma tarefa burocrática na repartição. Como se não quisessem ser campeões. 

 

De Adán. Tinha brilhado no jogo anterior. Desta vez borrou a pintura, com um erro inadmissível, daqueles que podem custar campeonatos: apertado por Cassierra, hesitou quanto ao pé a utilizar na saída de uma bola e acabou por chutar no ar, desequilibrando-se. Ofereceu assim ao Belenenses SAD o segundo golo. Iam decorridos 54', passávamos a perder 0-2. Nos minutos imediatos instalou-se o descontrolo emocional na equipa. A partir daí foi tremideira até ao fim.

 

De João Mário. Exibição apática do campeão europeu, que abusou de jogar a passo e das lateralizações sem rasgo, incapaz de queimar linhas ou de um passe de ruptura. Pior ainda: ao ser chamado para converter um penálti, aos 42', permitiu a defesa de Kritciuk. Foi substituído aos 67', tendo saído tarde de mais.

 

De Gonçalo Inácio. O pior jogo do jovem central desde que ascendeu à nossa equipa principal. Está de algum modo envolvido nos dois golos: no primeiro, logo aos 13', deixou-se fintar por Miguel Cardoso, que colocou a bola na área; no segundo, quando o Sporting precisava de construir um rápido lance ofensivo, optou por mais um burocrático atraso a Adán num passe de risco, que precipitou o erro do guarda-redes.

 

De Tiago Tomás. Outra exibição para esquecer. Aos 4' já estava a ser amarelado por uma entrada negligente, por trás, no meio-campo defensivo do Belenenses SAD, sem qualquer necessidade. Depois falhou três vezes a possibilidade de atirar com sucesso às redes azuis: aos 18' chutou para a bancada; aos 23', saiu-lhe um remate frouxo; aos 28', bem servido, desperdiçou a melhor oportunidade. Péssimo no capítulo da finalização. Foi bem substituído ao intervalo.

 

De Paulinho. Uma nulidade. Sucedem-se as jornadas com o nosso ponta-de-lança sem demonstrar em campo as qualidades que fizeram dele a contratação mais cara do Sporting. Atravessa uma evidente crise de confiança: nunca está no sítio certo quando é necessário. Foi preciso Coates, um central, ir lá à frente mostrar-lhe como se faz. O ex-artilheiro do Braga já parece ter esquecido. E nem serve para marcar penáltis. Como se implorasse ao treinador para o deixar fora do onze titular.

 

De Palhinha e Porro. Dois dos nossos melhores jogadores nesta época 2020/2021 vieram irreconhecíveis da mais recente pausa para desafios das selecções A em que ambos se estrearam. Em nítida quebra de forma, contribuíram ambos para a apagada exibição da equipa. 

 

Dos ataques inconsequentes. Em remates, o desequilíbrio neste dérbi lisboeta dificilmente podia ter sido maior: 28 do nosso lado e apenas três do Belenenses SAD. Problema: os nossos foram quase todos muito ao lado ou resultaram em pontapés frouxos que o guarda-redes deles facilmente interceptou. 

 

Das substituições tardias. Este desafio, contra uma equipa que defende com linhas muito baixas, pedia desequilibradores e criativos. Mas eles estavam quase todos no banco. E só foram lançados na segunda parte, por esta ordem: Nuno Santos (46'), Tabata (61'), Jovane (67'), Daniel Bragança (67') e Matheus Nunes (77'). Foi quanto bastou para o empate, alcançado no último lance do desafio. Mas já não chegou para a reviravolta que se impunha: ficaram mais dois pontos pelo caminho.

 

Das hesitações do treinador. Rúben Amorim, ausente do banco por castigo, demorou muito a desmanchar o sistema dos três centrais que já não fazia qualquer sentido com a nossa equipa a perder por 0-2 e o Belenenses SAD totalmente remetido ao seu reduto defensivo. Impunha-se reforçar as linhas dianteiras, o que só aconteceu aos 77', quando Coates - quase em desespero táctico - passou de central a ponta-de-lança improvisado. Lá atrás ficavam Gonçalo e Matheus Reis, que chegaram e sobraram. Não fazia falta mais nenhum.

 

 

Gostei

 

De Coates. Voltou a fazer a diferença, marcando o seu sétimo golo desta temporada. Este Sporting 2020/2021 - que já conquistou nove pontos no tempo extra - deve muito ao internacional uruguaio, não apenas no domínio defensivo, onde é um baluarte, mas também quando é preciso desatar os nós lá na frente. O nosso primeiro golo resultou de um forte cabeceamento do nosso capitão, elevando-se acima da muralha defensiva azul, aos 83'. Voto nele como melhor em campo.

 

De Jovane. Parece ser uma espécie de patinho feio no Sporting de Rúben Amorim. A verdade, porém, é que costuma corresponder quando é chamado. Voltou a acontecer: entrou aos 67', rendendo Palhinha, e funcionou como talismã leonino. Aos 90'+4 ganhou um penálti que ele próprio converteu num pontapé imparável. Valeu-nos um ponto e mostrou a João Mário como se faz. 

 

De Nuno Santos. Faltava quem soubesse cruzar com critério e qualidade. E foi do pé esquerdo dele que saiu esse centro que tanta falta nos fazia. Com precisão cirúrgica, a partir da linha, para a cabeça de Coates. Outra assistência para golo de um jogador que tão útil nos foi na primeira volta mas deixou de ser titular com a chegada de Paulinho. Tem de voltar ao onze inicial. O Sporting precisa dele em campo, não no banco.

 

De Nuno Mendes. Foi o único que na primeira parte sobressaiu da mediocridade e da mediania. Se alguém merecia a vitória, era ele. Bom nos duelos individuais, sem ter medo de transportar a bola, aos 41' foi ele a sofrer a falta que deu origem ao primeiro penálti de que beneficiámos neste jogo - o tal que João Mário foi incapaz de converter.

 

De termos cumprido o 28.º jogo seguido sem perder. Outro máximo ultrapassado: continuamos a ser a única equipa invicta na Liga 2020/2021. A seis jornadas do fim. 

 

Dos 70 pontos já atingidos. Estamos a três vitórias de conseguir o acesso directo à Liga dos Campeões.

 

De Nuno Almeida. Actuação impecável do árbitro algarvio, com critério largo e sem hesitar nos momentos potencialmente mais controversos, apontando duas vezes para a marca da grande penalidade. 

 

Da atitude da equipa nos 20 minutos finais. A perder por 0-2, os nossos jogadores encheram-se de brios, carregaram no acelerador e fizeram enfim enorme pressão sobre o Belenenses SAD, que passou a aliviar de qualquer maneira. Só foi pena terem esperado tanto tempo para mostrarem como se deve fazer. Não podiam ter despertado mais cedo?

 

De termos contrariado Petit. O benfiquista que treina o falso Belenenses, com a boçalidade que o caracteriza, tinha expressado na véspera do jogo o desejo de «tirar a virgindade» ao Sporting. A ele é que ninguém consegue tirar a grunhice. Trata-se de um caso irrecuperável.

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