Regresso ao futuro
Foi realmente um magnífico fim de semana desportivo para o Sporting Clube de Portugal.
Ganhámos ao Benfica em andebol, ao Porto em futebol, andebol e basquetebol, com esses e outros resultados conquistámos a Supertaça de andebol e continuamos no topo da classificação nos campeonatos de futebol, futsal, andebol, basquetebol e hóquei em patins, em 2.º lugar no futebol feminino e no voleibol, 4.º no voleibol feminino onde perdemos pela tangente no Dragão Arena. No futebol continuamos em competição na Liga Europa, na Taça da Liga, na Taça de Portugal. No andebol, na "Liga Europa" da modalidade. No hóquei, na "Champions" da modalidade.
Enfim, mesmo com um ou outro percalço, dificilmente a época desportiva do Sporting poderia estar a correr melhor. Com isso, também o ambiente no estádio e no pavilhão no que respeita ao apoio às equipas pelas duas claques ainda em guerra com a Direcção é bem diferente da que foi no passado. E daquela oposição que andou em AGs a ajavardar a discussão e a impedir aprovações das contas do clube, ou nas AGs da SAD a bufar para o exterior a sua versão do que lá se passava, nem um pio.
Ao contrário, no rival do Norte as nuvens negras adensam-se e o acidente de automóvel de que foi vítima o presidente - felizmente não aproveitaram para lhe roubar a carteira e o telemóvel - talvez seja um prenúncio do triste fim da sua presidência, e da corte de amigos bem nutridos da sua idade que o acompanha.
O buraco financeiro e a gestão danosa denunciados pelo candidato Villas Boas, o estádio a assobiar de cada vez que os SuperDragões cantam o nome do dono, no futebol o autocarro de flops caros que ou não jogam ou enterram a equipa, David Carmo, Fran Navarro, Nico qualquer coisa, o desespero do arruaceiro Pepe que tenta resolver ao murro aquilo que já não consegue jogando à bola, um Conceição também ele com os nervos em franja incapaz de pôr a equipa a jogar futebol, nem a queda do governo Costa e do seu secretário de Estado dragão ajuda, vão fazer com que as próximas eleições sejam dramáticas e de resultado incerto.
Com tudo isto o Sporting Clube de Portugal, ao contrário das comparações estúpidas com o Sporting Clube de Braga que propagandeavam os ressabiados internos, se conseguir manter esta dinâmica de vitória, e para isso pode contar com a excelência dos treinadores de que dispõe e da superior valia dos plantéis e das estruturas técnicas, e com o apoio de quase todos os sócios e adeptos, corre o risco de ultrapassar bem depressa o Futebol Clube do Porto em todos os indicadores disponíveis, resultados desportivos, valor dos plantéis, resultados financeiros, número de sócios pagantes, academias de formação, etc. Depois, correr atrás da liderança. Para isso o acesso regular à Champions é essencial.
Mas para isso acontecer, o clube não pode andar a dormir fora do campo, nem ter preconceitos de sujar as mãos na luta pelo poder das sedes de decisão. Tem de saber fazer-se ouvir juntos dos poderes desportivos e influenciar decisões, não pode assistir calado a "roubos de catedral" como os de Guimarães e de anteontem em Alvalade. Frederico Varandas falou bem sobre o primeiro, e este comunicado sobre o segundo é muito feliz também:
"O Sporting Clube de Portugal felicita a decisão hoje anunciada pela La Liga de tornar públicos os áudios das comunicações entre o VAR e as equipas de arbitragem após o final de cada dia de competição.
O Sporting CP foi e continua a ser a favor do VAR, assim como da sua necessária evolução. O Clube não altera a posição nem em virtude dos erros que o afectam, nem do resultado final desportivo. O Sporting CP defende também que o VAR tem de melhorar.
A análise crítica do Sporting CP relativamente aos critérios de arbitragem depende da necessidade urgente da definição dos mesmos e da transparência das decisões. Não faz sentido uma semana ser adoptado um critério de intervenção e na semana seguinte outro.
Nos recentes jogos contra o Vitória SC e contra o FC Porto foi por demais evidente como o VAR adoptou critérios opostos. Em ambos foi o Sporting CP que saiu prejudicado.
Recorde-se que há mais de um ano, o Sporting CP ficou sozinho quando apresentou a proposta para serem implementadas medidas que permitam a divulgação dos áudios e garantam uma maior transparência à arbitragem e integridade às próprias competições.
Há poucos dias foi também conhecido o caso da MLS que definiu medidas para a nova temporada, entre elas replicar o procedimento utilizado no rugby em que as decisões tomadas pelo VAR são anunciadas pelo juiz da partida aos espectadores em tempo real.
É urgente que, em Portugal, sejam seguidas as boas práticas de outros países, tal como preconizámos em tempo oportuno. O futebol português não pode ficar para trás.
O VAR é uma ferramenta essencial para uma maior justiça e transparência das competições. Quem não defende o VAR, não defende a busca da verdade desportiva.
O Sporting CP apela por isso a que haja urgentemente uma uniformização e entendimento do protocolo VAR por parte dos árbitros. Ganham os árbitros, ganham os clubes, ganha a verdade desportiva.
O Clube considera também que é importante que se caminhe para árbitros especialistas e exclusivos de VAR. O Sporting CP sabe que o actual número de árbitros não o permite fazer neste momento, mas desafia o Conselho de Arbitragem a que comece a preparar o futuro.
O Sporting CP reconhece o esforço do Conselho de Arbitragem em querer melhorar a arbitragem e continuará a lutar pela verdade desportiva. Essa nunca existirá sem uma arbitragem livre, independente e qualificada."
Concluindo, daquilo que sempre ouvi dele, não tenho dúvidas de que João Rocha ficaria muito feliz se isso acontecesse.
SL