Reflexões sobre o Sporting (2)
Autor convidado: Luís Barros
Recuperar a Alma Leonina
Olhemos para o FC Porto. Nos últimos 40 anos criou uma cultura vencedora, porque soube gerir o seu património humano desportivo, mantendo uma linha e uma filosofia que passa de geração em geração. Fernando Gomes, João Pinto, Paulinho Santos, Rui Barros, Sérgio Conceição e até mesmo António Folha, agora treinador do Portimonense, são exemplos de antigos profissionais que estiveram ou estão na estrutura desportiva do FC Porto.
O que se tem passado no Sporting, principalmente nos últimos anos? Vemos um Inácio que entra e sai conforme a vontade e as necessidades do ex-presidente. Vimos um dos grandes símbolos vivos do Sporting, Manuel Fernandes, ser enxovalhado publicamente, ser despedido e readmitido pelo ex-presidente, conforme as suas vontades e necessidades egocêntricas. Quem mais ficou na estrutura desportiva? Ninguém.
Como se pode passar a tão famosa "mística" sem haver um ídolo ou um farol que incentive e crie a ilusão em futuros e jovens craques? Não se pode. Por isso, o Sporting vive com a "mística" da formação e da "criação" de dois craques planetários que o foram mas com as camisolas de outros clubes. Isto tem de mudar: o futuro Presidente terá de tomar isso em conta. Para ressuscitar a formação é imperioso que haja "homens do futebol" na estrutura e não só treinadores de formação.
Oceano, Sá Pinto, Beto e Carlos Xavier são exemplos de homens do futebol que poderiam fazer parte da estrutura e trouxessem de novo, alguma da Alma Leonina que em parte se perdeu e que tanta falta nos tem feito nos últimos anos.
LUÍS BARROS
Sócio n.º 106.542-0