Razões para votar Bruno de Carvalho
Todos os mandatos - e o da presidência do Sporting Clube de Portugal não é excepção - devem ser avaliados à luz de um critério elementar: enquanto eleitores, basta-nos saber se a situação melhorou entre o ponto de partida e o ponto de chegada.
No caso de Bruno de Carvalho, a resposta é simples. O Sporting de Março de 2017 está inegavelmente melhor do que o Sporting de Março de 2013.
Graças, em grande parte, à dedicação, à devoção e ao esforço do homem que, tendo recebido o clube na pior situação de sempre, soube reconduzi-lo à rota do prestígio de que se vinha afastando de forma quase irremediável.
Houve falhas? Houve erros? Claro que sim.
Mas só por manifesta desonestidade intelectual alguém pode negar que Bruno, no essencial, cumpriu as promessas feitas aos sócios na campanha de há quatro anos.
O clube desembocava do desastroso mandato de Godinho Lopes, com dois exercícios orçamentais que o colocaram à beira do abismo e a pior situação desportiva de que há memória. Um quadro negro que o punha integralmente à mercê dos credores, prontos a banquetear-se com os despojos.
"O Sporting é nosso outra vez", bradou o novo presidente ao vencer nas urnas, com quase 54% dos votos. Não era apenas um slogan: era uma proclamação de vontade firme que encontrou eco na esmagadora maioria dos sportinguistas.
Bruno conduziu uma bem-sucedida reestruturação financeira sem sacrificar a SAD leonina, mantendo-a sob domínio dos sócios.
Conteve custos, diminuiu o passivo e ampliou receitas.
Concretizou as duas maiores vendas de jogadores equipados de verde e branco: João Mário e Slimani transferiram-se para os campeonatos italiano e inglês por 70 milhões de euros.
Duplicou os direitos televisivos e negociou aquele que viria a ser o maior contrato do historial leonino, com a operadora NOS.
Atraiu um número recorde de adeptos, conseguindo a maior enchente de sempre em Alvalade desde a edificação do actual estádio.
Com ele na presidência, o número de sócios duplicou. E as quotas passaram a estar consignadas ao financiamento das modalidades, permitindo a sua ampliação: aumentaram de 35 para 50.
Modalidades históricas foram recuperadas, como o hóquei em patins e o ciclismo. Também o futebol feminino renasceu.
Muitos sonharam, mas ele não se limitou ao sonho: soube torná-lo realidade em domínios muito diversos.
Neste mandato, nasceu a Sporting TV, funcionando como elo de ligação de sócios e adeptos.
O tão ansiado pavilhão para a prática das modalidades ergueu-se enfim e prepara-se para ser inaugurado, com um nome que honra a memória de João Rocha, um presidente inegavelmente vencedor.
As precárias finanças leoninas robusteceram-se de tal maneira que a SAD acaba de apresentar 46,5 milhões de euros de lucro no primeiro semestre desta temporada oficial - o nosso melhor exercício orçamental de sempre.
Houve mais.
No capítulo desportivo, conquistas de títulos europeus no atletismo e no hóquei em patins.
No futebol, com Leonardo Jardim, o regresso às competições europeias.
Com Marco Silva, a conquista de uma Taça de Portugal.
Com Jorge Jesus, uma Supertaça. E a maior pontuação de sempre num campeonato. E o maior número de vitórias jamais obtidas num campeonato.
Mais ainda.
Foram recuperados os passes integrais de quase todos os jogadores, que haviam sido hipotecados para salvaguardar o pagamento de despesas correntes.
Pela primeira vez na história do nosso futebol sénior, Portugal alcançou um título, sagrando-se campeão europeu em 2016 com quatro titulares do Sporting em posições-chave.
Nunca os profissionais leoninos, potenciados por treinadores de inegável qualidade, tiveram uma cotação tão alta no mercado internacional.
Este é o essencial de um mandato de quatro anos.
Um mandato que merece ser renovado como reconhecimento do mérito de Bruno de Carvalho.
Por todos os motivos que já enumerei e também por este: devemos demonstrar que não somos ingratos.