Questões a resolver no plantel leonino
Texto de Rautha
No estado actual do Sporting, com mais de quatro treinadores numa época (entre interinos e efectivos), estabilidade e conforto são coisas que não têm existido.
Acredito que alguns destes jogadores, com as devidas condições, sem um cabaz de saídas e entradas, sem 20 esquemas tácticos diferentes e filosofias diferentes, poderão render muito mais do que agora.
Obviamente, é a minha opinião o que descrevo abaixo. Nada mais que isso.
Neto é jogador de selecção. Líder da defesa de um campeão russo. Vê vários amarelos, por descontrolo emocional. Porque até um tipo com 32 anos e largos anos de experiência se descontrola. Não deveria mas com tudo o que se tem passado no Sporting ultimamente... até eu, que por norma sou bastante comedido.
Borja é jogador de selecção. Não que queira dizer muito, foi lá parar porque calçava no Sporting e Queirós achou que era seleccionável. Não sendo um jogador de quem eu goste - e parece-me que o Sporting precisa de muito mais do que alguém que "não compromete" - julgo que em melhores condições, com um pouco de confiança, poderá ser um suplente adequado a Nuno Mendes na esquerda.
Até porque Antunes, previsível reforço, tem um historial tremendo de lesões. E tem 34 anos. Parece-me mais uma reforma dourada a um amigo do Viana, infelizmente.
Ristovski - Mais um jogador de selecção. Não que ser seleccionável pela Macedónia seja um feito inalcançável. É esforçado. Não dá um lance por perdido. Seria um bom suplente. Talvez com concorrência à altura (esperemos que Porro assim o seja), consiga melhorar. Não é com Rosier e Camacho que o fará.
Luiz Phellype - Mais possante que Sporar, mais estático. Joga melhor de costas para a baliza. Marcou golos importantes. Se voltar recuperado da grave lesão, poderá ser bastante útil, mesmo como suplente.
Quanto aos restantes, não são material para o Sporting. E ainda acrescentaria Bruno Paulista, Misic (cuja cláusula deverá ser accionada, julgo), Alan Ruiz (parece que ainda é nosso).
Talvez tentasse introduzir Leonardo Ruiz na pré-época, embora me pareça similar a Tiago Tomás.
Quanto a compras, acho irreal pensar-se em jogadores de ligas alemãs, MLS ou afins. São salários incomportáveis para a nossa realidade. Com um tecto habitual de 2 milhões por ano, é praticamente impossível almejar contratar alguém destas ligas.
Falar em Adrien, Quaresmas, até Beto, só fará sentido se aceitarem baixar consideravelmente os salários.
Até porque, com todo o entulho adquirido nos últimos dois anos, com salários demasiadamente altos, e com a pandemia ainda em avanço significativo, com a respectiva crise económica adjacente, o tecto disponível para salários deverá baixar drasticamente, uma vez que não temos receitas para o manter.
Mas continuamos a comprar jogadores com salários chorudos para a reforma dourada. Adán não será nada barato, Antunes também não. Feddal não virá a ganhar menos de um milhão por época, com certeza.
E, sejamos honestos, não pagar o treinador, múltiplas queixas de falta de pagamento, inclusive de clubes estrangeiros, não abona em nada se pensarmos adquirir um Taremi ou um Nuno Santos.
A julgar pelo falatório, não me admirava que, até ao final da janela de transferências, fôssemos buscar alguém ao Braga, a pagar com um lote de jogadores.
Texto do leitor Rautha, publicado originalmente aqui.