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Daniel Bragança acaba de marcar o terceiro golo, confirmando vitória leonina na Taça

Foto. Rodrigo Antunes / Lusa

 

Gostei muito de Geny, o melhor jogador da terceira eliminatória da Taça de Portugal contra o Olivais e Moscavide que o Sporting foi hoje disputar ao estádio da Amadora. Após uma primeira parte medíocre, em que aquela equipa do quinto escalão do futebol português nos deu sempre boa réplica, o internacional moçambicano fez a diferença ao ser lançado por Rúben Amorim, para substituir Fresneda, logo no recomeço da partida. Uma troca que se impunha - e resultou sem a menor dúvida. Geny mexeu com o jogo, tornou enfim a nossa equipa dona e senhora do corredor direito. Domínio traduzido em golo aos 53': um grande remate de ressaca, indefensável, assinalando a estreia do jovem extremo como artilheiro da equipa A. E ainda foi ele a assistir no terceiro. Não custa prever que será uma das nossas estrelas da temporada em curso. Tem de jogar mais.

 

Gostei de ver o Sporting seguir em frente, para a eliminatória seguinte da Taça de Portugal: já estamos melhor do que há um ano, quando fomos varridos nesta fase pelo modesto Varzim, do terceiro escalão. Também gostei do penálti cavado por Edwards, que ele próprio converteu, empatando o jogo aos 44'. E de ver Daniel Bragança estrear-se como goleador esta época ao converter o terceiro, emendando à boca da baliza aos 90'+4 e fixando o resultado: 1-3. Trincão também merece destaque: jogou e fez jogar, servindo Edwards (63'), Geny (69') e Nuno Santos (72'). O terceiro golo começa a ser construído por ele. Gostei igualmente do Olivais e Moscavide, que disputa o campeonato distrital de Lisboa: equipa muito bem orientada por Ricardo Barão, assumido sportinguista e filho de Francisco Barão, antigo campeão nacional com as nossas cores.

 

Gostei pouco de ver tanto desperdício na zona de finalização. É inacreditável como a baliza parece crescer, em certos momentos, para a linha avançada leonina mesmo defrontando uma equipa não-profissional. Acertámos três vezes na barra - por Trincão (13'), Pedro Gonçalves (20') e Edwards (53'). Na segunda parte, o perdulário Paulinho destacou-se como rei dos golos falhados: apanhado em fora-de-jogo aos 80', cabeceando à figura do guarda-redes Ruben (85'), inutilizando um excelente centro de Geny (86'), incapaz de acertar na bola (89'). Fez-nos sentir saudades de Gyökeres, que desta vez permaneceu no banco de suplentes.

 

Não gostei de Fresneda: falhou por completo na missão que o técnico lhe confiou. Incapaz de acertar movimentos com Edwards, precipitado, desposicionou-se com facilidade, cometeu um penálti totalmente escusado que nos custou um golo do Olivais e Moscavide, marcado logo aos 8' pelo veterano Fabrício, motorista da Uber. Estivemos a perder até aos 44' e só aos 53' chegámos à vantagem mínima - ampliada no último minuto da partida. Amorim lançou no onze titular, já a pensar no jogo de quinta-feira para a Liga Europa na Polónia, sete jogadores que não têm actuado de início: Israel (no lugar de Adán), St. Juste (Diomande), Neto (Coates), Dário (Morten), Bragança (Morita) e Trincão (Gyökeres), além de Fresneda (que rendeu Esgaio). Alguns não corresponderam à confiança que neles depositou o treinador - com destaque para o jovem espanhol e para Dário, que acusa ainda muita inexperiência, apesar de ter vindo da selecção sub-21.

 

Não gostei nada que nesta fase da Taça de Portugal os jogos permaneçam sem vídeo-arbitragem. Só isto explica que tenha ficado por marcar um penálti claro cometido por João Varela por mão na bola, aos 36'. Percebe-se que o árbitro de campo e o assistente não tenham visto, mas impunha-se a tecnologia para preservar a verdade desportiva. Hoje é difícil compreender - e tolerar - que a chamada "prova rainha" do futebol português mantenha esta mácula, como se fosse algo imprestável. Isto tem de ser revisto com a máxima urgência. Para evitar que se repita no próximo ano.

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