Quente & frio
Porro, um dos dínamos da nossa equipa na goleada de ontem ao Braga
Foto: Tiago Petinga / Lusa
Gostei muito da goleada desta noite em Alvalade. Houve manita: o Sporting fulminou o Braga por 5-0. Passámos às meias-finais da Taça da Liga, afastando a turma minhota da competição. Resultado construído ao intervalo. Com golos de Gonçalo Inácio (5'), Paulinho (7'), Pedro Gonçalves (20'), Trincão (41') e Edwards (45'+3). Um festival de futebol de ataque, com excelentes passes, recepções orientadas, assistências e golos numa partida em que todo o nosso onze titular esteve em alta rotação, exibindo intensidade e classe. Nada fácil escolher o melhor em campo: elejo Edwards por ter conquistado dois penáltis - o primeiro convertido por Pedro Gonçalves, o segundo por ele próprio - e protagonizado os momentos mais vistosos de futebol ofensivo com o seu inegável virtuosismo técnico como interior direito, marcando o compasso do nosso ataque. Também Paulinho, Trincão, Porro e Nuno Santos justificam destaque numa partida em que o colectivo leonino funcionou como raras vezes temos visto nesta temporada. Correspondendo ao apelo que aqui lhes fiz.
Gostei que tivéssemos terminado mais um jogo sem sofrer golos. Foi o sexto consecutivo a vencer, para duas competições: registamos 23 golos marcados e apenas um sofrido nestas partidas. Só na Taça da Liga, título de que somos detentores há duas temporadas, levamos agora o melhor registo de sempre: quatro vitórias, com 18 marcados e nenhum sofrido. Demonstração inequívoca de saúde animica da nossa equipa. Conclusão óbvia: fez-nos muito bem esta interrupção do campeonato imposta pelo calendário do Mundial.
Gostei pouco da chuva muito forte que caiu ontem em Alvalade durante toda a segunda parte, prejudicando o espectáculo e contribuindo para a quebra de rendimento do Sporting, que no entanto foi superior ao Braga, sem a menor contestação, até ao apito final. Adán limitou-se a duas defesas, uma em cada parte do jogo. Não era preciso carregar mais no acelerador: o resultado estava construído ao intervalo. Também é verdade que nenhum dos suplentes esteve ao nível dos titulares: Jovane (por Paulinho, 71'), Dário (por Ugarte, 71'), Esgaio (por Porro, 76'), Arthur (por Trincão, 76') e Sotiris (por Edwards, 86').
Não gostei da fraquíssima assistência, com pouco mais de vinte mil espectadores nas bancadas - mas o alerta das autoridades para outra noite de temporal em Lisboa - embora sem impor a realização do jogo à porta fechada, como tinha sucedido no Sporting-Marítimo - contribuiu decerto para desmobilizar muita gente. Foi pena: esta goleada leonina merecia ter sido testemunhada por muito mais adeptos ao vivo.
Não gostei nada dos "olés" soltados por certos membros das claques e da habitual javardice a que alguns chamam "cânticos". Nada disto tem a ver com o espírito leonino. Alguns imbecis teimam em copiar os piores modelos. Acabam por não se distinguir deles - e talvez a intenção seja mesmo essa. Deviam todos juntar-se num recinto qualquer e entoarem os tais "cânticos" uns para os outros. Tão distantes de nós quanto possível.