Quente & frio
Gostei muito que tivéssemos seguido em frente na Liga Europa. Algo que nada teve a ver com este jogo, pois era uma meta já alcançada antes deste Lask Linz-Sporting, que terminou com uma pesada derrota: perdemos por 0-3.
Gostei de ver seis jogadores da nossa formação hoje em campo. Infelizmente, o contexto não os favoreceu: integraram um colectivo sem rotinas nem automatismos. Ilori revelou-se a deesgraça do costume, com responsabilidades directas no primeiro golo. Rodrigo, em quem Silas voltou a confiar, não conseguiu ser melhor. Miguel Luís dá sempre a impressão de se esconder do jogo. Pedro Mendes - em estreia como titular da equipa principal - actuou na posição errada. Camacho teve uma exibição calamitosa, falhando um golo cantado aos 63', na única oportunidade do Sporting em todo o jogo. Restou Max, que elejo como o nosso menos mau: em campo desde o minuto 37, sofreu logo a seguir um golo de penálti, mas fez boas defesas (70', 86', 90'+1), adiando o terceiro, que só surgiu ao cair do pano.
Gostei pouco de ver o inutil Jesé como titular da nossa frente de ataque. Quando até tínhamos dois pontas-de-lança convocados: um, Luiz Phellype, ficou no banco até aos 71'; o outro, Pedro Mendes, foi relegado para uma ala, onde rende muito menos. Como se o nosso treinador apostasse tudo em evitar que marcássemos.
Não gostei que tenhamos jogado com menos um, por expulsão de Renan, a partir dos 34'. Nem da deficiente abordagem de Ilori e Rodrigo na cobertura do canto de que nasce o primeiro golo, nem de ver Rosier totalmente desposicionado no segundo, nem de ter sofrido o terceiro a escassos 20 segundos do apito final, com toda a nossa equipa acometida de paralisia. Também não gostei de ver Acuña, Wendel e Bolasie como suplentes não utilizados. E de confirmar que este Sporting sem Bruno Fernandes, hoje ausente por castigo, é uma equipa que roça a mediocridade.
Não gostei nada que este jogo tenha sido perdido por clamoroso lapso do técnico, ao decidir mudar nove titulares em relação ao desafio contra o Moreirense do passado domingo, alterando também (uma vez mais) o sistema táctico, hoje num 4-2-3-1 inicial. O Lask, que jogou no mesmo dia, apenas mudou dois. Não há milagres, muito menos na Liga Europa: ao apostar num inédito onze, Silas abdicou desde o minuto zero de finalizar a fase de grupos no primeiro posto. Seguimos em segundo, iremos defrontar um adversário oriundo da Liga dos Campeões. O pior cenário, portanto. Não havia necessidade.