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És a nossa Fé!

Quente & frio

Gostei muito daquele golo que ontem à noite levantou o nosso estádio. Um golo já inesquecível de Bruno Fernandes, fazendo uma vez mais uso do seu pontapé de meia distância. Desta vez o esquerdo, mas com a eficácia de sempre. Um tiro muito bem colocado, disparado ao ângulo superior da baliza adversária, junto ao primeiro poste, sem hipóteses para Svilar. Um golo que proporcionou a nossa primeira vitória frente ao Benfica em futebol profissional desde 15 de Novembro de 2015 e nos transporta à final da Taça de Portugal, a decorrer no Jamor a 25 de Maio - quarta presença leonina consecutiva em finais de torneios, somando a Taça da Liga a esta competição. Foi, enfim, um golo que resultou de uma eficaz jogada colectiva, ao primeiro toque, iniciada precisamente com uma recuperação de bola protagonizada por Bruno Fernandes - sempre ele. Vencemos por 1-0 e foi quanto bastou para anularmos a desvantagem que trouxemos do estádio da Luz. Bruno, pelo seu lado, soma 26 golos e 14 assistências nesta temporada. Ontem podia ter marcado mais um: bastaria que aquele seu míssil teleguiado na conversão de um livre, aos 49', tivesse entrado em vez de embater na trave. É obra, não apenas a nível de Portugal mas do conjunto do futebol europeu.

 

Gostei que neste desafio houvesse enfim superioridade táctica do Sporting frente ao Benfica, organização colectiva e mobilidade no terreno, com os nossos alas a travarem a progressão dos extremos do SLB enquanto o corredor central impedia os passes em profundidade para as costas da defesa. Só uma vez Pizzi conseguiu pôr isso em prática, numa das duas situações de perigo que o Benfica foi capaz de criar em 90 minutos. Sem que Renan tivesse necessidade de fazer uma defesa digna desse nome ao longo de todo o jogo, o que diz muito sobre a disponibilidade física e mental da equipa que Marcel Keizer dispôs no relvado, anulando o dispositivo montado por Bruno Lage nesta meia-final onde até os "suspeitos do costume" (Gudelj, Bruno Gaspar e o próprio Diaby) se mostraram em bom nível.

 

Gostei pouco que só no quarto confronto com o Benfica realizado na presente temporada tivéssemos revelado a superioridade reconhecida nos parágrafos anteriores. Após um empate (1-1) na Luz, para o campeonato, uma derrota em Alvalade (2-4), também no âmbito da Liga 2018/2019, e outra derrota (1-2) na primeira mão desta meia-final. E por falar em meia-final: não faz o menor sentido que o desafio da primeira mão tenha ocorrido a 16 de Fevereiro, com esta segunda mão a disputar-se quase dois meses depois. A Federação Portuguesa de Futebol, organizadora da prova, tem de rever isto.

 

Não gostei da condescendência do árbitro Hugo Miguel no campo disciplinar, procurando dirigir o jogo "à inglesa" durante a primeira parte enquanto na segunda, adoptando critério oposto, desatou a exibir cartões a torto e a direito. Enquanto poupava Pizzi a um vermelho directo por entrada grosseira por trás, rasteirando Bruno Fernandes numa clara jogada de perigo aos 47', e deixava um miúdo cheio de borbulhas apontar-lhe o dedo e quase encostar-lhe a testa à cara após ter visto um amarelo. Com apitadores "internacionais" como este, não admira que Portugal continue sem ver representantes da arbitragem nas fases finais dos grandes torneios de futebol. 

 

Não gostei nada que energúmenos da falange de apoio do clube ainda presidido por Luís Filipe Vieira imitem sons de very light assassinos e continuem a frequentar impunemente estádios de futebol. 

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