Quente & frio
Gostei muito de tudo. Do jogo repleto de emoção do princípio ao fim. Das bancadas em Alvalade cheias de adeptos vibrantes. Da nossa capacidade de superar obstáculos - com 55 desafios já disputados nesta temporada, contra apenas 47 dos portistas. Da entrega dos jogadores leoninos à luta pelo segundo troféu mais cobiçado do futebol português. Da nossa superioridade durante quase toda a partida. Do nosso triunfo em campo frente ao FC Porto, por 1-0 - o primeiro clássico que terminamos nesta época com vitória no tempo regulamentar de jogo. Do nosso acesso à final da Taça de Portugal, que disputaremos a 20 de Maio no estádio do Jamor.
Gostei do golo de Coates, que nos permitiu empatar a eliminatória, após termos sido derrotados 0-1 na primeira mão, no Porto. O internacional uruguaio, que tinha estado no centro de todas as críticas pela desastrada exibição frente ao Atlético de Madrid, na capital espanhola, soube redimir-se esta noite em Alvalade, não apenas por ter sido o único a meter a bola nas redes adversárias mas também pela sua excelente actuação no plano defensivo, com corte soberbos aos 31', 42' e 111'. Destacou-se ainda, no desempate por penáltis, por ter convertido a nossa quarta grande penalidade. Após Bruno Fernandes, Bryan Ruiz e Mathieu, e antecedendo Montero. Nenhum deles falhou neste momento decisivo.
Gostei pouco do sofrimento a que fomos submetidos até este desfecho bem sucedido - o terceiro que conseguimos por marcação de penáltis, após a meia-final da Taça da Liga (contra o FCP) e a final desta competição (contra o V. Setúbal), também decididas por grandes penalidades, com a balança a pender sempre a nosso favor. Prova inequívoca da maturidade competitiva e da força mental do plantel verde e branco, por mais que o cansaço físico prevaleça. Tudo está bem quando acaba bem.
Não gostei da ineficácia ofensiva dos nossos avançados, incapazes de marcar um só golo em lances de bola corrida ou bola parada. Bas Dost, anulado pelos centrais portistas, praticamente passou ao lado do jogo. Montero teve bons apontamentos (nomeadamente quando partiu os rins a Alex Telles, numa incursão pelo flanco direito aos 116') mas só foi bem sucedido na ronda dos penáltis finais. Doumbia entrou muito tarde, aos 105', e pouco ou nada fez no escasso tempo em que esteve em campo.
Não gostei nada da meia hora inicial desta meia-final em Alvalade, em que o Sporting se mostrou lento, previsível, inofensivo à frente, com notória falta de intensidade. Felizmente soubemos dar a volta por cima e melhorar muito no segundo tempo, culminando no golo aos 84' que levou a partida para prolongamento. Era já meia vitória, antecipando o bom desfecho desta difícil partida que ainda mais valoriza o triunfo leonino. Prenúncio de novas e ainda mais saborosas vitórias.