Parece-me uma pessoa interessante, um homem culto, inteligente e com uma sólida experiência de vida. Normalmente seria um excelente Presidente do Sporting, porque raio de razão não o será agora?
Não tenho comentado muito aqui, isto tem estado radioactivo. Não suporto o ódio, o preto e branco, as lógicas de exclusão e precisamente por isso sou a favor do fim das claques. De todas, mas sobretudo de uma claque fascista chamada Juve Leo. Aguardo, sentado diga-se, que haja um candidato que tenha a coragem de propor isso!
Com seriedade tocou em alguns pontos importantes, caro PPS. Não sou contra a extinção de todas as claques pois lembro de ir assistir jogos do Sporting aqui no Norte em que se não fossem as claques os jogadores estaríam completamente "abandonados". Defendo sim regulação e a criação de um código deontológico (será possível não sendo uma actividade remunerada?) para extinguir os criminosos, bani-los dos Estádios e Pavilhões. E a aplicação da lei por parte do Estado. Se os Órgãos Desportivos não cumprem a sua função que sejam severamente punidos. Enquanto não "doer" nunca mais terá fim este forrobodó. SL
Sinceramente sou contra o banditismo organizado das claques. Acho inacreditável que o Estado tolere que hajam milícias legalizadas, que fazem da intimidação e da violência o seu modo de agir, quando as proíbe naturalmente noutros campos, como por exemplo os movimentos políticos, na justa medida em que o principio das sociedades modernas é que só o Estado tem o monopólio da violência. Desculpem tornar isto um pouco técnico mas vou citar o nº 4, do Artigo 46º da nossa Constituição:
PARTE I - Direitos e deveres fundamentais TÍTULO II - Direitos, liberdades e garantias
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Artigo 46.º - (Liberdade de associação)
(...) 4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares fora do Estado ou das Forças Armadas, nem organizações que perfilhem a ideologia fascista.
Fim de citação.
Reparem no papel que o legislador constituinte deu à proibição da violência organizada e das milícias. E a proibição de organizações que perfilhem a ideologia fascista, como claramente as claques o são, a nossa Juve Leo em particular mais ainda, na justa medida em que alberga líderes de movimentos fascistas, que já foram condenados ou estão acusados de crimes gravíssimos, aos quais o clube insiste em fechar os olhos.
Queria por último fazer notar que eu não defendo a proibição das claques por causa de Alcochete, já a defendo há décadas, de um modo solitário e tendo a incompreensão da generalidade dos adeptos, que se deixam ir nas loas do "apoio" das claques. Apoio? Quer-se dizer chama-se apoiar a aplaudir quando se ganha, e a assobiar, quando não fazer coisas piores, quando se perde? Não amigos, eu não chamo isso apoiar. Apoiar é o que fazem os ingleses, apoiar é aplaudires um guarda redes que dá dois frangos que te custam uma Champions. Eu defendo uma lei igual à inglesa, proibição pura e simples das claques, prender os criminosos e fazer com que os selvagens voltem à selva, e o desporto seja o lugar dos desportistas.
Destaco o seguinte: «A vitória sem esforço, dedicação e devoção não é glória. É vitória. E no desporto a vitória faz parte, como a derrota, como começar e acabar. A vitória, no ideal de nobreza desportiva conta pouco. Desporto não é guerra, não é ganhar que interessa. Quando os meus filhos me dizem que são os melhores em algum desporto, pergunto-lhes se são os que se esforçam mais a fazê-lo e se gostam suficiente do que fazem para ajudar os que não têm tanto jeito, e, sobretudo, se são os que se divertem mais com esse desporto. Menos que isso, não há glória.»
Exemplar. É um texto que muitos desses anormais que emporcalham o nome do Sporting deviam ler e assimilar. Partindo do princípio de que são alfabetizados.
Este código é para os Sportinguistas que vivem o Clube como nós. Não é para quem usa estas associações para cometer toda a espécie de crimes. Não sei em que medida poderão os clubes contrariar esta lógica de "arrumar" com este banditismo sem que haja a aplicação da lei. Se hoje só existem 28 adeptos proibidos de frequentar recintos desportivos, isto vai muito mal. O último relatório divulgado do MP, salvo erro, é a imagem do "lavar as mãos" das autoridades em relação à violência no desporto. No nosso caso é muito pior por apresentar indivíduos de índole fascista! Tenho para mim que as autoridades ainda não se aperceberam da gravidade da situação.
Caro PPS, o seu desejo, sabe-o, é o mesmo que o meu no que às claques diz respeito. Muito sinceramente, acho que será muito difícil acabar com elas, nomeadamente a JL, pelo poder que deixaram que fosse adquirindo ao longo dos anos. Quem tiver coragem para tal, irá ter que, para além de usar uma armadura bem forte, uma escolta policial permanente. E como eu gostava de estar errado.
Quanto ao candidato, que é o tema do post, é apenas mais um nome no exercício de "especulação", do Pedro Correia (que eu respeito e que faz todo o sentido, como ele muito bem sabe), de modo que quando houver nomes, logo me pronunciarei.
É como dizes, Edmundo: trata-se de um mero "exercício de especulação", até com fins algo lúdicos. Para descomprimir um pouco. No final far-se-á um balanço. E proporei uma espécie de votação a todos quantos quiserem participar.
Caro PPS: percebo perfeitamente o seu ponto de vista. Mas, como diz o Edmundo, um candidato que propusesse isso veria imediatamente a vida transformada num inferno, dentro e fora do Sporting.
Com o passar dos anos, as claques acumularam imenso poder e privilégios. Só isto explica que se movimentem com tanto à-vontade nos espaços mais privados e restritos de Alvalade. Têm direito a quatro mil ou cinco mil bilhetes de borla por jogo, que comercializam como querem, e ainda recebem dinheiro extra do clube.
Esses meninos são uns mamões. Tornaram-se uma espécie de "Estado" dentro do Estado leonino.