Um genuíno adepto de futebol, mesmo não sendo sportinguista, só pode encarar com optimismo e satisfação esta quebra do duopólio SLB/FCP por parte do Sporting. Praticando bom futebol, com um dos melhores desempenhos defensivos das principais ligas europeias e a maior diferença pontual numa década para o segundo classificado à 20.ª jornada. Proeza alcançada por um plantel com dois terços de portugueses e numa época em que Rúben Amorim já apostou em 11 jogadores da formação em todas as provas.
São óptimas notícias para o Sporting, claro. Mas são também excelentes notícias para o futebol português.
Sim, o Porto é uma pequena cidade da Europa (por exemplo, em termos demográficos o Grande Porto tem apenas um milhão de habitantes), como somos um pequeno país do Sul da Europa, ou estarei errado?
Caramba, que raio de fita métrica a sua. Se somos um "pequeno país da Europa", como chamará você à Lituânia ou à Estónia ou à Dinamarca ou à Eslovénia ou à Suíça ou à Letónia ou à Eslováquia ou à Bélgica ou à Holanda - Estados com metade, um terço ou um quinto da área territorial portuguesa? Já para não falar do Luxemburgo, do Mónaco ou do Liechtenstein...
Agora sem desconversar, fui buscar a fita métrica, e observei o Ranking UEFA de clubes (porque estamos num blog de futebol), com a população respectiva, ora aí vai o Ranking UEFA:
1º Espanha, população 45 milhões. 2º Inglaterra, população 56 milhões. 3º Itália, 60 milhões. 4º Alemanha, 83 milhões. 5º França, 67 milhões. 6º Portugal, 10 milhões.
Portanto, observamos o ranking UEFA de Clubes, com a dimensão demográfica dos seis primeiros classificados, porém, se fizermos o mesmo exercicio, ora em termos de dimensão geográfica, ora em termos de dimensão económica (até poderia identificar o PIB respetivo, mas nem vale a pena),, porque afinal Portugal é um imenso país ... Vá lá, não quero que troque as estações ...
Está a ver como afinal me dá razão? No futebol, então, temos dimensão de grandes. E não devemos envergonhar-nos disso. Antes pelo contrário: devemos orgulhar-nos.