Que vão pela sombra
Ao contrário de alguns outros sportinguistas, não lamento que o ganês Boateng e o grego Mitroglou tenham ficado pelo caminho quando já eram aguardados em Alvalade (o jogador do Schalke chegou a submeter-se a exames médicos, que não foram positivos, e o avançado do Olympiacos foi desviado à última hora para a Luz).
Em primeiro lugar porque viriam engrossar a massa salarial do Sporting sem garantias efectivas de rendimento futebolístico: têm ambos um historial prolongado de lesões.
Em segundo lugar, persegue-os a fama de serem "problemáticos" - Boateng foi até fotografado a beber álcool e fumar minutos antes de se submeter a um controlo anti-doping, no final de um jogo: não seria difícil imaginá-los a resistir, de forma activa ou passiva, ao controlo disciplinar de Jorge Jesus.
Finalmente, e admitindo nesta matéria mera embirração pessoal, ambos pareciam mais candidatos a quebrar o recorde absoluto de tatuagens do que de golos ou de assistências para golo em Alvalade.
Não me agrada ver a minha equipa transformada em passarela de tatuados da cabeça aos pés - a sobriedade visual tem, quanto a mim, valor desportivo reforçado. E agradar-me-ia muito menos a proliferação de jogadores "problemáticos", com tendência a exibir maior exuberância fora dos relvados do que lá dentro e a perturbar a boa harmonia que deve reinar num balneário.
Nem um nem outro ficam. Problema nenhum. Que vão pela sombra: por estes dias, o sol aperta e o calor é muito.