Que se passa com o sexteto de corda?
A peculiar conferência de Bruno de Carvalho explicita duas coisas: 1. que há uma congregação, porventura conspiratória, contra ele, integrando desde elementos externos ao clube (agentes de jogadores; porventura outros clubes; comunicação social; isto para além dos responsáveis políticos do país, anteriormente referidos), passando por simpatizantes e sócios do clube, e culminando em gente que lhe tem sido próxima, como patrocinadores, investidores, membros dos corpos dirigentes já demitidos ou outras figuras que o têm publicamente apoiado. Ou seja, é como se algo cósmico, como se o mundo conspire contra Bruno de Carvalho; 2. amanhã há um jogo muito importante, há que preservar a estabilidade do clube e da equipa para se obter sucesso, e a responsabilidade do assalto a Alcochete é do Rui Patrício e dos outros jogadores, porque ripostaram a ameaças físicas e injúrias dos sócios/praticantes de actos terroristas (assim definidos consoante o momento em que deles fala).
Eu posso perceber que para alguns apoiantes de Bruno de Carvalho seja difícil, por paixão ou iliteracia, perceber o quão evidentemente patológico e ilógico é o actual quadro mental do presidente do Sporting. E não o digo com sarcasmo ou como injúria. Um estado destes exibido com esta exposição pública de forma tão ilimitada não augura nada de bom para o próprio, e digo-o com sincera preocupação. O que não consigo perceber é como é que aquela meia dúzia de pessoas que o rodeia, o sexteto de corda que o sustenta no posto, e que com ele contactam, não percebe a situação. Como não se demitem, terminando esta tétrica agonia? Todos assim desiquilibrados decerto que não estão. Ou são imbecis. Ou estão aprisionados, por alguma ameaça (interna actual; externa futura). Em ambos os casos deveriam compreender o que já deveriam ter compreendido - não há condições para o ainda presidente ir à final da Taça de Portugal porque não há condições para ele continuar a ser presidente. Independentemente de outros juízos. E seria até a melhor forma de o salvaguardarem, de tudo o que aí vem e dele próprio, que se demitissem antes da congregação sportinguista de amanhã.
Quanto aos jornalistas que ainda o rodeiam, e que se preocuparão com o futuro, nisso do "quem é que empregará um jornalista tão servil?". Não se preocupem, há muita gente à procura. Terão emprego imediato. Ainda para mais tendo sido fiéis até tão próximo do fim. Deixem, por favor, e falo sentidamente, apenas alguém para o acompanhar a casa. Ao hamletiano presidente, não vá ele desgraçar-se. Protejam-no, agora, dele próprio. Dado que antes, neste entrentanto, não o souberam fazer.