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És a nossa Fé!

Que plantel para o resto da temporada?

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Com o Sporting destacado na liderança da Liga, tendo decorrido já mais de 1/3 da prova, e o mercado de Inverno prestes a abrir, penso que vale a pena voltar a reflectir sobre o valor do plantel actual de acordo com os objectivos ainda viáveis para esta época. Não para desvalorizar ou desmerecer o brilhante trabalho que estes jogadores e este treinador têm feito, mas para analisar os pontos de melhoria face ao que todos queremos e ansiamos.

E que objectivos são esses? Em primeiro lugar o apuramento directo para a Champions do próximo ano, ou seja, ficar à frente de Porto ou Benfica, e Braga. Depois podem acontecer coisas melhores, uma dobradinha seria óptima. No que respeita a piores, o 3.º lugar deste abre também um caminho (das pedras) para a Champions do próximo ano.

Como sabem, Rúben Amorim instituiu no Sporting um modelo de jogo muito próprio alicerçado num sistema táctico 3-4-3 do qual não abdica, e que no meu entender se baseia na segurança defensiva e na posse paciente, a toda a largura do campo, à procura dos momentos certos de ruptura atacante. Com Amorim não existem planos B e C, são os ajustamentos de posicionamento de pormenor e as alterações de protagonistas que trazem coisas diferentes ao jogo de acordo com o que o mesmo está a pedir. Amorim, como eu, acredita que é fazendo muitas vezes a mesma coisa que a fazemos melhor.

À partida pode dizer-se que esta ideia não é melhor nem pior do que as dos bons treinadores que ultimamente têm passado pelo Sporting, as de Marcel Keizer, Jorge Jesus, Marco Silva ou Leonardo Jardim, mas o que não há dúvida é que está a resultar. Essa ideia patrocinada por Frederico Varandas e Hugo Viana levou a uma selecção criteriosa do melhor que havia internamente, alguns ficaram mesmo pelo caminho, e foram procurados reforços com critério. O Covid atrapalhou a pré-temporada, perdemos o acesso à Liga Europa, mas a equipa reencontrou-se na Liga e os resultados têm sido entusiasmantes.

 

Com o sistema táctico definido, podemos então voltar a avaliar o plantel, notando que existem jogadores que poderão ocupar diferentes posições do 3-4-3.

Vamos então pontuar de 1 a 5 cada posição, sendo 3 o mínimo exigível para o pretendido, um plantel com condições plenas para alcançar os objectivos da época:

 

Guarda-Redes - Max (21 anos, 1,90m), Adán (33, 1,90m), André Paulo (24, 1,88m) - Nota 4 (mantém)

Para esta posição Amorim pretende um híbrido de Damas e Fraguito (ou Rui Patrício e William para os mais novos), o que, convenhamos, é pedir muito. Adán tem sido o titular na posição, veio com a ferrugem de ter estado demasiado tempo a aquecer o banco de grandes clubes espanhóis, mas tem estado globalmente bem, com uma ou outra falha como aquela saída contra o Famalicão, passes que vão parar fora do campo ou aos pés dos adversários, mas esteve a grande nível nestes dois últimos jogos. Max tem estado remetido a uma situação de suplente e de aprendizagem contínua, mas já demonstrou que pode muito bem fazer o lugar, e se calhar mais dia menos dia vai superar Adán. Aparentemente Renan não conta para Amorim, veio o André Paulo que ganha minutos na equipa B. Acho que estamos bem servidos na posição, e Max merece actuar nas competições menores, a começar pela Taça da Liga.

 

Ala Direito - Porro (20 anos, 1,76m), Plata (19, 1,79m) - Nota 4 (era 2,5)

Esta posição é um híbrido de extremo com lateral, o tal "carrillero" argentino. A posição de lateral direito tem sido tradicionalmente o calcanhar de Aquiles do plantel, e só com muita boa vontade e caridade cristã poderíamos considerar Ristovski, Bruno Gaspar, Thierry Correia ou Rosier à altura das necessidades. Ou porque defendem mal ou porque atacam pior. Porro tem vindo a demonstrar coisas dum lateral direito de topo, já é capitão dos sub-23 de Espanha, e candidato à selecção A. Plata está a ser adaptado para ala, e já demonstrou também que pode fazer bem o lugar, nalguns jogos pode até ser uma arma para desequilibrar a partir do banco. Matheus Nunes ou Nuno Mendes podem fazer o lugar em emergência. Estamos bem servidos nesta posição.

 

Defesa Central Direito - Eduardo Quaresma (18, 1,85m), Neto (32, 1,85m) - Nota 2,5 (mantém)

Esta é a posição Mathieu (dextro). O problema é que ele já cá não está, Neto tem muitas dificuldades na construção e Quaresma ainda está muito verde. Pelo que temos aqui um problema. Sério.

 

Defesa Central - Coates (29, 1,96m), Neto (32, 1,85m) e Inácio (18, 1,86m) - Nota 4 (mantém)

Esta é a posição tradicional de defesa central onde "El patron" Coates está como peixe na água. Por outro lado, Neto e Inácio parecem render mais nesta posição central do que nos lados. Pelo que estamos bem servidos.

 

Defesa Central Esquerdo - Inácio (18, 1,86m), Feddal (30, 1,92m)  - Nota 3  (era nota 3)

Feddal tem estado melhor que Neto, e garante uma boa saída de bola pela esquerda e uma protecção das costas de Nuno Mendes. Inácio, tal como Quaresma do outro lado, ainda está muito verde para a posição e Borja parece estar de saída. Pode vir aí Matheus Reis para consolidar a posição. De qualquer forma parece que estamos melhor do que do outro lado.

 

Ala Esquerdo - Nuno Mendes (18, 1,84m), Antunes (33, 1,76m), Nuno Santos (25, 1,76m)  - Nota 4 (era 3)

Falhando aqui ou ali, Nuno Mendes continua a demonstrar valor para ser o titular indiscutível da posição, forte a defender, centra e remata bem a atacar. Antunes continua à procura do ritmo perdido. Quando for preciso pôr a carne toda no assador Nuno Santos faz muito bem a posição. Estamos bem.

 

Médios Centro - Palhinha (25, 1,90m), Matheus Nunes (21, 1,83m), Daniel Bragança (21, 1,69m), João Mário (27, 1,79m) - Nota 4 (era 3)

Palhinha e João Mário têm sido uma dupla eficaz e que se complementa muito bem, um mais na destruição outro na construção. Matheus Nunes e Bragança são alternativas de qualidade, um mais "box-to-box", o outro mais "play maker". Na equipa B existe ainda um Bruno Paz a recuperar o tempo perdido por uma lesão grave. Estamos bem servidos.

 

Interiores Direitos / Esquerdos - Tabata (23, 1,73m), Jovane (22, 1,76m),  Nuno Santos (25, 1,76m), Pedro Gonçalves (22, 1,73m), Tiago Tomás (18, 1,80m) - Nota 4 (Era 3)

Esta é a posição Balakov. Têm sido estes jogadores o abono de família da equipa, uns mais verticais outros a render mais entre-linhas no passe e remate. No conjunto marcaram mais de 2/3 dos golos, têm sido fundamentais para a excelente carreira do Sporting na Liga. Quatro deles vieram/foram promovidos já com Amorim e correspondem à ideia dele de jogo. Obviamente nenhum aguentará estar no topo uma época inteira, existem lesões e ciclos de forma, mas estamos bem servidos nesta posição.

 

Pontas de lança - Sporar (26, 1,86m), Luiz Phellype (27, 1,88m) - Nota 1,5 (era 3)

Aqui continuamos com um problema grave. Sporar é um ponta de lança móvel de qualidade, muito bom no contra-ataque, mas a quem falta instinto de "rato de área", se calhar neste esquema de Amorim será mais um interior que um ponta de lança, e LP29 continua a recuperar de grave lesão. Pedro Mendes está num empréstimo que não está a correr bem, Pedro Marques está muito bem na equipa B. Não existe aquele ponta de lança que a equipa precisa, e se Amorim quer o Paulinho entende-se o tipo de lança que ele pretende. 

 

Mas, dentro do estilo, o Sporting já teve bem melhor que Paulinho. Um bom ponta de lança, como Slimani ou Bas Dost nos seus melhores tempos, é um verdadeiro "canivete suiço" para uma equipa de futebol. Uma referência ofensiva para guarda-redes, defesas e alas, uma presença na área que arrasta marcações e provoca faltas, um grande marcador de golos com os pés e a cabeça, mais um defesa central nas bolas paradas defensivas, e depois disso tudo aquele que resolve por si o que o conjunto não consegue, levando a equipa ao colo e desmoralizando o adversário. Precisamos de alguém assim, até porque aqueles dois deixaram saudades.

Pode-se ganhar sem ponta de lança? Claro que sim, mas tem de se jogar muito e/ou ter muita sorte...

 

Treinador : Rúben Amorim (35, Nível III) - Nota 4,5 (Era 4)

Disciplinador, inspirador, com uma ideia de jogo bem definida da qual não se afasta faça chuva ou faça sol, com relvado luzidio ou pantanal, um discurso assertivo, sem reservas em apostar nos jovens, lembra-me com as devidas distâncias os melhores treinadores ingleses que tivemos, Malcom Allison ou Bobby Robson. Aém disso, tem uma boa leitura de jogo e geralmente mexe na equipa de forma positiva, como aconteceu agora contra o Braga. E está a construir uma equipa que sofre poucos golos, porque todos reagem bem à perda de bola e também porque em vantagem circula muito e bem a mesma, desgastando o adversário e controlando as suas reacções.

A equipa parece bem fisicamente, os guarda-redes parecem bem entregues a Vital, continua apenas a faltar alguém mais experiente no banco para o proteger de intervenções desnecessárias.

 

Resumindo: Com cerca de 1/3 dos jogos realizados estamos na liderança da Liga, com Benfica e Porto à perna, os dois com plantéis com outra dimensão e um ou outro craque que faz a diferença nos grandes jogos. Conviria muito que finalmente viesse um ponta de lança de qualidade, e também, se possível, um defesa central para actuar do lado direito. No fundo encontrar os sucessores de Bas Dost e Mathieu, porque de Bruno Fernandes, Acuña ou Raphinha já encontrámos.

De onde vem o dinheiro? Não há clube nenhum no mundo que não tenha dívidas, nem nenhum que compre tudo a pronto pagamento (parece que há um clube português de grande passivo a contratar jogadores pagando a meia dúzia de anos), importa é ser sustentável, desportiva e financeiramente, e para isso o acesso aos milhões da Champions é crucial. Sistematicamente fora da Champions, o Sporting está condenado a ser o Braga do sul, e não foi para isso que o Sporting foi criado. Foi para ser "um grande clube, tão grande como os maiores da Europa".

Para isso ajudava muito libertar o plantel e as finanças da SAD dos excedentes, frutos da incompetência duns e doutros ou simplesmente da falta de sorte: Renan, Ristovski, Bruno Gaspar, Rosier, Doumbia, Battaglia, Paulista, Camacho, Ilori, Diaby, Ivanildo e não sei quantos mais. 

SL

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