Que plantel para o próximo ano? (1)
Já não falta muito para o início da próxima época em que na primeira metade vamos ter de alternar entre duas competições, defender o título nacional ao mesmo tempo que defrontamos na Champions oito diferentes adversários.
Ora, daquilo que me recordo nos últimos 50 anos, nunca nos aconteceu sermos campeões nacionais numa época em que disputamos a Champions/Taça dos Campeões Europeus. O que por diversas vezes aconteceu é que o desgaste da competição europeia se fez sentir e bem na competição interna, e o resultado final foi uma classificação final na Liga muito abaixo do desejável. Como aconteceu na época passada, quando a uma boa campanha europeia com vitórias perante Tottenham e Eintracht Frankfurt e a eliminação do Arsenal, na altura líder da Premier League, correspondeu o quarto lugar na Liga. Se calhar já ninguém se recorda do onze com que o Sporting perdeu em Arouca na época passada, três dias depois da derrota de Marselha.
Foi o seguinte:
Adán; Inácio, Coates e Matheus Reis; Esgaio, Pedro Gonçalves, Essugo e Nazinho; Trincão, Rochinha e Arthur Gomes.
Obviamente não chegou.
A permanência de Rúben Amorim é fundamental para as coisas correrem bem, pela sua liderança tranquila e competente, pelo seu modelo de jogo afinado e completamente absorvido pelo plantel, pela polivalência treinada de muitos jogadores dentro do sistema táctico.
Mas para que o fracasso interno não volte a acontecer, é necessário que o plantel tenha uma quantidade de qualidade que não teve nem este ano nem nos anteriores, e que a equipa possa mudar quatro ou cinco jogadores entre jogos consecutivos sem quebra de rendimento.
O princípio-base de constituição dum bom plantel é assegurar dois jogadores de rendimento aproximado dentro das características de cada um. E a melhor forma de avaliar isso é comparar o onze titular com o suplente.
O melhor onze do Sporting este ano terá sido:
Adán; Diomande, Coates, Inácio; Catamo, Hjulmand, Morita e Nuno Santos; Trincão, Gyökeres e Pedro Gonçalves.
O onze suplente, ou melhor dizendo o onze de suplentes, aqueles que para além dos anteriores mais entraram em jogo este ano, terá sido:
Israel; Quaresma, Neto, St. Juste; Fresneda, Koindredi, Esgaio e Matheus Reis; Edwards, Paulinho e Bragança.
Ora destes 22 jogadores, já sairam dois, Adán e Neto, e pelo que se vai lendo poderão sair mais estes: Paulinho (Toluca?), Koindredi (empréstimo?), Diomande (Inglaterra?), Inácio (Inglaterra?), Edwards (Inglaterra?) e St. Juste (PSV?).
Entradas, para já, temos quatro: Kovacevic (Raków) e Debast (Anderlecht), a que se juntam o regressado Mateus Fernandes e o promissor Quenda.
Depois temos outros regressados de empréstimo como Diogo Callai, Dário Essugo, Afonso Moreira, Samuel Justo, mais Pontelo, que poderão fazer a pré-época e depois seguirem para novos empréstimos. Talvez seja também esse o caso de Rodrigo Ribeiro.
Estranhamente ou talvez não, a equipa B parece não contar em termos de reforço efectivo do plantel. De saída estão os mais velhos como Chico Lamba, Miguel Menino e Tiago Ferreira, e de saída a custo zero (!!!) está o promissor Marco Cruz, "comprado" por 10M€ ao FC Porto (e lá está a dívida ao Sporting no mapa das dívidas de curto prazo daquela SAD). Diogo Abreu sairá também?
Depois temos os "restos de colecção", Rúben Vinagre, Sotiris, Tanlongo, Jovane, que também parecem não contar. O que no caso de Sotiris e Tanlongo é pena, pois estamos a falar de internacionais pela Grécia e pela Argentina. Falta ali mentalidade/adaptação ao clube e ao futebol português como também ainda falta a Fresneda, mas a qualidade está lá.
Que dizer de tudo isto?
A fórmula de poucos mas bons reforços funcionou muito bem esta época. Hjulmand e Gyökeres duraram toda a época quase sem lesões, mas será um grande risco começar a próxima da mesma forma. Não se trata apenas de compensar as saídas, o plantel precisa mesmo de ser reforçado.
SL