Quatro milhões a um técnico sem títulos
Com a SAD leonina a atravessar sérias dificuldades financeiras que já nem o maior propagandista do carvalhismo consegue ocultar, e sabendo que está a dias de ser destituído pelos sócios do Sporting a quem tem feito tudo para silenciar a voz, traz para Alvalade um treinador que não regista um só título de campeão no seu currículo. Ao contrário do que tinha feito com Marco Silva e Jorge Jesus, desta vez não lhe exige que vença o campeonato, o que não deixa de ser sintomático sobre a falta de ambição deste homem que, numa das suas habituais bravatas de miúdo num pátio escolar, jurava em tempos demitir-se se não vencesse pelo menos duas vezes o campeonato nacional nos quatro ano seguintes.
Não contente com isto, proporciona ao servo-croata um contrato de longa duração - nada menos que três anos, sabendo muito bem que onerará os depauperados cofres leoninos caso ocorra uma rescisão unilateral, de resto mais que previsível atendendo ao percurso profissional do treinador em causa. E vincula a SAD a um insuportável ónus financeiro ao pagar-lhe quatro milhões de euros por época, o que faz deste técnico sem títulos o mais bem remunerado do futebol português.
Como se o Edifício Visconde Alvalade fosse o cofre-forte do Tio Patinhas.
Encurralado como nunca, ensaia novas e mais danosas fugas para a frente. Já em desespero, por pressentir que o chão está a fugir-lhe debaixo dos pés.
Não invejo a tarefa do sucessor: quando chegar o momento de verificar as contas, uma a uma, saberemos todos qual a extensão global dos danos.