Quase como se fosse por ideologia
«Frederico Varandas já não tem como fugir. O Sporting tomou más decisões e, para as consertar, tomou outras piores que o escorraçaram do pódio, a uns lunares 22 pontos do campeão. Perdeu seis dos sete jogos que fez com as três equipas das quais quer estar próximo e, pelo menos, meia dúzia dos nove reforços contratados foram pouco mais do que inúteis. De fortes hipóteses, os erros potenciais passaram a factos.
A justificação de que, no último defeso, só pôde escolher entre o mau e o péssimo foi-se esgotando com o andar da época e os sucessivos fracassos nas correcções de curso. As várias opções de alto risco também foram dando razão aos contestatários, uma a uma. Bolasie, Jesé e Fernando não substituíram Bas Dost, nem sequer Raphinha, e o Varandas "Mário Centeno" que vendeu dessa maneira dois titulares acabou a contrastar violentamente com o Varandas "Indiana Jones" que paga (um dia destes) 12 milhões de euros por um treinador. Mesmo que Rúben Amorim funcione, e pode acontecer (como Bolasie e Jesé podiam ter funcionado), continua a ser um indício de que a administração do Sporting não valoriza a sua própria (e natural) inexperiência, porque se continua a rodear de estreantes, em todos os postos, quase como se o fizesse por ideologia.»
José Manuel Ribeiro, ontem, n' O Jogo