Quando o Paulinho mostra os dentes... eles até caem!
E hoje, com Paulinho nos pré-seleccionados de Martinez para o Euro, eles devem estar mesmo no chão, depois de tudo o que disseram para tentar destruir um bom avançado, um bom jogador de equipa, e um bom marcador de golos, muitos decisivos para as vitórias do Sporting.
Logo eles começaram por analisar à lupa o que custou a contratação, depois por comparar os golos que marcava por minuto com outros avançados. Os 13 milhões de base logo chegaram a 23, numa aritmética criativa onde entrava tudo aquilo que nunca entrou noutras contratações do Sporting ou doutros clubes, mesmo sem contabilizarem o gasóleo para o ir buscar, nem nenhum irmão a vir com ele e a ser emprestado ao Sintrense.
E eles não foram lampiões nem morcões andrades, foram mesmo de dentro do Sporting, movidos pelo ressabiamento cego e pela oposição sem quartel ao presidente que o contratou. O tema Paulinho foi mesmo levado à AG da SAD e logo bufado pelos candidatos derrotados nas últimas eleições. Neste blogue, sem nunca se ter chegado ao "bullying" militante da tasca, também o tema foi recorrente.
Para andar no "bota abaixo" ao Paulinho, e isso não se confunde com a legítima crítica nas más exibições, são precisas duas coisas: não pôr os pés em Alvalade e onde joga o Sporting, e perceber muito pouco de futebol. Quem vai ao estádio percebe a importância do Paulinho no terreno do jogo com ou sem bola, e do carinho que recebe das bancadas (agora mesmo na recepção da CML cantaram o seu "hino"), quem percebe de futebol sabe apreciar a visão de jogo e a técnica do jogador e desculpa-lhe as suas limitações em termos de eficácia frente ao golo.
O grande Manuel Fernandes, que jogava metade do que ele fora da área, mas que dentro dela era um verdadeiro "matador", nunca disse dele que era o melhor n.º 9 depois dele, mas sempre o elogiou apontando as suas virtudes. Vi muitos avançados correrem para a baliza adversária e marcarem golos, mas nunca vi nenhum fazer o sprint de uma ponta a outra do campo rumo à sua baliza no encalço a um avançado contrário como o vi fazer em Arouca há três anos. Isso define o homem por detrás do jogador.
Paulinho nunca foi nem será um puro 9 como é Gyökeres ou como foram Bas Dost, Jardel, Yazalde e e tantos outros. Fez a sua formação em clubes modestos e passou por diferentes posições mais recuadas até se fixar na linha avançada, no Braga e no Sporting.
Os melhores momentos de Paulinho no Sporting foram como pivot ofensivo, recuando no terreno para atrair defensores contrários e lançar os interiores, beneficiando Pedro Gonçalves ou Sarabia, ou como segundo ponta-de-lança entrando nos espaços abertos pela movimentação do colega, como acontece agora com Gyökeres e aconteceu episodicamente com Slimani. Paulinho não tem culpa de Slimani se ter portado mal e ser forçado a sair ou de Amorim se ter equivocado com o ataque móvel e descurado a contratação do seu substituto, e só no final da época passada ter lançado Chermiti e nesta contratado Gyökeres.
O último golo do Sporting na época do título 20/21 foi marcado por Paulinho. O último golo do Sporting nesta época do título foi marcado por Paulinho. Mas muitos outros foram decisivos, nesta e noutras épocas, para o Sporting vencer.
O melhor dele pode muito bem estar ainda para vir. Muitos avançados-centro tem as suas melhores épocas depois dos 30 anos, e Paulinho tem apenas 31. E ele sabe que não pode falhar golos da forma que falhou alguns.
De qualquer forma, e pelo que já fez, e acredito que ficando vai fazer ainda mais, o bicampeão Paulinho vai ficar na história do Sporting como um dos melhores avançados-centro que vestiu a nossa camisola.
A Selecção Nacional precisa dum avançado como ele ao lado do nosso Cristiano Ronaldo. Como precisa muito do talento noutras posições de Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves e Trincão.
SL