Quando já pensávamos ter visto tudo…
«"Fui repreendido por suturar Bas Dost",
recorda enfermeiro do Sporting.
Carlos Mota, enfermeiro do Sporting, marcou presença esta quarta-feira no Tribunal de Monsanto, onde testemunhou no julgamento do processo do ataque à Academia de Alcochete, a 15 de maio de 2018.
Mota recorda ter suturado Bas Dost depois das agressões ao avançado holandês, medida que conduziu a uma repreensão, revelou: "Não vi a agressão ao Bas Dost. Fui eu que o suturei, fui repreendido porque achavam que tinha de esperar que chegasse o médico que vinha de Lisboa para suturá-lo. (...) Frederico Varandas estava lá. Só sei que o homem estava a sangrar, a chorar deitado, e eu propus-me a suturá-lo. Fui repreendido, dizendo eles que era um ato médico. Fiquei surpreendido, porque se tinha de chamar um médico que estava em Lisboa e ia demorar a chegar a Alcochete", relatou o enfermeiro, que garante não ter sentido medo.
"Andei em enfermagem para servir quem necessita. Não tive medo, fui agredido, mas não tive medo", acrescentou Carlos Mota, recordando também a chegada de Bruno de Carvalho à Academia após a invasão:
"Chegou de semblante triste, naturalmente. Acho que foi uma vergonha para o Sporting. Recordo [o ataque] com tristeza, porque sou enfermeiro e sportinguista desde que nasci. É triste que se aproveitem estas situações para denegrir e dar cabo do Sporting. Ele era presidente na altura, bem ou mal, era o presidente, eu respeitava-o por isso", rematou Carlos Mota.»
In: Jornal «O Jogo» acedido em 29/01/2020