Quando Godinho Lopes encomendava auditorias
Como a memória de alguns é muito curta, vamos lá avivá-la. A respeito de auditorias, por exemplo.
Em Fevereiro de 2012, Luís Godinho Lopes abalava o universo leonino ao anunciar o resultado de uma "auditoria independente" às gestões anteriores solicitada pela sua equipa directiva logo no início do mandato.
O Sporting entrara em "falência técnica", proclamou o então presidente do Sporting, apontando o dedo acusador a quem o precedeu.
A auditoria examinara com minúcia 13 anos de gestão leonina - entre 1998 e 2011 - abrangendo os mandatos de José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco e José Eduardo Bettencour. E as conclusões foram devastadoras.
Houve "resultados líquidos negativos consolidados em quase todas as épocas". Acumulara-se um "défice crónico de tesouraria", de "quase 20 milhões de euros por ano", forçando o consequente "recurso a empréstimos" que contribuíram para o "agravamento do passivo" em 230 milhões, fixando-se então nos 276 milhões.
Na altura, isto provocou compreensíveis reacções de desagrado. Dias da Cunha, por exemplo, veio a público garantir que tinha deixado o Sporting "equlibrado financeiramente".
O que aquela auditoria não podia prever era o descomunal aumento do passivo que viria a ser ampliado durante a gestão de Godinho Lopes. Cem milhões, a somar ao resto.
Não deixa entretanto de ser irónico que seja hoje ele apontado a dedo, do mesmíssimo modo como procedeu em relação a outros. Não consta que na altura se tivesse arrependido de ter agido como agiu.