Profissional da inveja
Faz-me sempre impressão ver o ódio primário que a excelência desperta nos medíocres. Hoje, durante mais de uma hora, um treinador de futebol que há anos não treina equipa alguma disparou todo o tipo de farpas a Cristiano Ronaldo num canal televisivo. Em certos momentos o homem já não falava: gritava. Parecia possesso na sua ira desmedida contra o capitão da selecção nacional, como se não perdoasse a Ronaldo, tão português como ele ou qualquer de nós, ser hoje considerado o melhor jogador do planeta.
A 48 horas do Dinamarca-Portugal, cujo resultado pode abrir caminho ao apuramento da nossa selecção para o Euro-2016, este profissional da inveja deu largas a um vício muito lusitano: demolir tudo quanto se destaca da mediania. É uma atitude característica de mentes estreitas e de seres pequenos. E tão velha entre nós que parece remontar aos confins dos tempos, muito antes de alguém ter dado o primeiro pontapé numa bola algures neste mundo.