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És a nossa Fé!

Primeira goleada, já no comando da Liga

Nacional, 1 - Sporting, 6

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Trincão, momentos após marcar o quarto golo, muito cumprimentado pelos companheiros

Foto: Homem de Gouveia / Lusa

 

Poucos previam que pudesse ser tão fácil. Muito mais do que em Janeiro de 2021, quando nos deslocámos à Choupana e arrancámos lá, a ferros, uma vitória esforçada mas mais do que merecida em inesquecível noite de vendaval. Depois o Nacional baixou de divisão, andou três épocas no escalão secundário. Regressa agora, com o estatuto de campeão da Liga 2 e sete reforços no plantel, o que não parece ter empolgado os seus adeptos: abundavam as clareiras no estádio onde o Sporting fez anteontem a sua primeira deslocação fora de portas neste campeonato.

Havia receios sobre a prestação leonina por parte dos pessimistas do costume. Eram infundados, como se viu. Numa primeira parte que dominámos sem discussão entre os minutos 5 e 35, tendo recuperado a supremacia após quatro minutos vacilantes. E sobretudo ao longo de todo o segundo tempo, em que marcámos quatro golos e podíamos ter concretizado outros tantos. Desfecho: primeira goleada da época, por 6-1. E já o comando da Liga 2024/2025, logo à segunda jornada.

 

Rúben Amorim, numa adaptação ao seu modelo habitual, deu instruções aos alas para actuarem sobretudo como extremos - Geny à esquerda, Quenda à direita. O que alargava a nossa frente de ataque, à semelhança dum rolo compressor. Com Gyökeres no meio do ataque enquanto Pedro Gonçalves e Trincão preenchiam os espaços, abrindo linhas de passe e desgastando o bloco defensivo adversário.

Neste modelo que anda a ser posto em prática com sucesso, Gonçalo Inácio acorria com frequência a dobrar o companheiro da ala esquerda e Eduardo Quaresma fazia o mesmo no flanco oposto, compensando os adiantamentos. No duelo do meio-campo, com Morten ausente por lesão, Morita e Daniel Bragança deram conta do recado. Com o internacional japonês a desdobrar-se também em movimentos de recuo, reforçando os companheiros da defesa.

 

Resultou. E de que maneira. 

Pedro Gonçalves, numa jogada individual que o confirma como o melhor português da actual equipa leonina, fez uma exibição fulgurante de virtuosismo técnico ao inventar o nosso primeiro golo. Estavam decorridos 16': o transmontano pegou nela, deixou cinco adversários pelo caminho e já em desequilíbrio ainda conseguiu dar-lhe o rumo certo, anichando-a no fundo das redes. Estava aberto o caminho para a vitória.

O Nacional tentou dar luta. E chegou a criar a ilusão de que isso seria possível quando empatou a partida num bom disparo a meia altura, aproveitando uma momentânea falha de cobertura do nosso corredor esquerdo. Mas os profetas da desgraça mal tiveram tempo de gritar «Eu não dizia?!» Pedro Gonçalves, novamente protagonista, criou um desequilíbrio e serviu Trincão: o minhoto estava marcado pelos centrais mas desembaraçou-se deles e fuzilou, em remate cruzado. Repondo a justiça no marcador e fixando o resultado ao intervalo: 2-1.

 

Depois só deu Sporting. Com Quenda a confirmar o seu talento muito acima da média: temos aqui um menino prodígio. Outro tesouro da Academia de Alcochete. Derrubado em falta quando fazia uma incursão para o centro, já dentro da área, possibilitou o nosso terceiro golo. Penálti concretizado aos 51' por Gyökeres: o craque sueco marcou-o de modo irrepreensível.

Adivinhava-se goleada. E aconteceu mesmo, em vertiginosa sucessão. Trincão finalizou sem problema, aos 57', após oferta de Geny. Daniel Bragança - com braçadeira de capitão - deu espectáculo ao receber de Pedro Gonçalves na meia-direita e serpentear entre a defesa contrária antes de fuzilar com nota artística aos 66'. E Gyökeres bisou também, aos 76', num disparo fortíssimo, isolado com passe vertical de Debast a merecer aplauso. O jovem defesa belga começa a dar nas vistas pelos melhores motivos.

 

Pela segunda época consecutiva, o Sporting emerge como vencedor nas duas jornadas inaugurais da Liga: é um bom auspício para o que vai seguir-se. Temos 12 golos marcados em três jogos oficiais - melhor marca ofensiva desde a temporada 1990/1991, mesmo sem termos contratado ainda o tal avançado grego que tanto se aguarda.

Rúben Amorim soma e segue: 216 jogos oficiais, 150 triunfos no seu currículo em Alvalade. O melhor do século, um dos melhores da história do nosso clube.

O Nacional, que vinha de 14 jogos sem perder, sofreu a maior derrota de sempre em casa. Talvez muitos dos seus adeptos adivinhassem, daí nem sequer terem optado por comparecer no estádio. Temos pena.

 

Breve análise dos jogadores:

Vladan - Boas defesas aos 31' e aos 47'. Talvez pudesse ter feito melhor no golo solitário que sofremos. 

Eduardo Quaresma - Atento e seguro: o melhor do trio de centrais. Espectacular corte de carrinho aos 30'.

Diomande - Algumas falhas de cobertura: não é Coates quem quer. Faltou-lhe velocidade no lance do golo.

Gonçalo Inácio - Central projectado na ala, influente na construção. Desposicionado no golo da turma madeirense.

Quenda - Excelente técnica, maturidade táctica. Cava o penálti que sentenciou o jogo. Quase marcou aos 24': bola roçou no poste.

Morita - Médio mais recuado, apoiou os centrais. Perdeu a bola aos 49': podia ter dado empate ao Nacional.

Daniel Bragança - Capitão, foi ele a gerir e organizar jogo no corredor central. Marcou um golaço - o nosso quinto.

Geny - Parece cada vez mais adaptado à ala esquerda. Recupera, domina e assiste no quarto golo leonino.

Trincão - Muito confiante. Estreia-se a marcar nesta nova época, e logo com um bis. Esteve quase a fazer outro golo, aos 74'.

Pedro Gonçalves - Marcou um, deu dois a marcar. Soma 80 golos e 54 assistências em quatro anos no Sporting. Cada vez mais influente, cada vez mais maduro. Melhor em campo.

Gyökeres - Também ele bisou. Primeiro de penálti, depois num fabuloso pontapé de meia distância. Em excelente forma.

Debast - Substituiu Eduardo aos 69'. Destacou-se ao assistir no sexto golo: pontapé vertical de 40 metros.

Dário - Entrou para o lugar de Morita aos 79'. Mostrou-se confortável no corredor central. Primeiros minutos da época.

Matheus Reis - Rendeu Geny aos 79'. Discreto, controlou ala esquerda. Sem sobressaltos.

Edwards - Substituiu Trincão aos 85'. Quase sem tempo para se mostrar: o resultado estava construído.

Fresneda - Entrou aos 85', rendendo Diomande, só para ganhar algum ritmo.

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