Preocupação
Existem duas características identitárias no nosso clube que nos enche de orgulho enquanto sportinguistas:
- a formação, no futebol;
- o ecletismo das modalidades.
Nas modalidades a marca de Moniz Pereira é incontornável deixando a saudável herança de que o sucesso se obtém através de trabalho, trabalho, trabalho e não através de “compra” de atletas estrangeiros para assim atalhar o sucesso.
Esta é uma característica do Sporting.
Na formação, a imagem de marca é Aurélio Pereira. Não vou repetir muito daquilo que deve ser a orientação do clube, destaco em particular os textos de Pedro Azevedo aqui publicados que, se me permite, faço meus. Porém deixo uma interrogação.
Os tristes episódios do dia 15 de Maio e as suas consequências têm que ser motivo de profunda reflexão, principalmente ao nível do impacto que possa ter tido ao nível da formação. Recordo que de todos os jogares que rescindiram após o 15 de Maio só regressaram aqueles que não eram oriundos da formação.
Não vou questionar as razões que cada um destes jogadores tiveram para a rescisão, porém vem-me à memória episódios anteriores a estes de pessoas que se serviram da formação do Sporting como se de um salto de trampolim se tratasse.
Qual a formação que queremos para o nosso clube?
Deixo a pergunta para os candidatos à presidência e recordo as palavras de Manolo Vidal, a propósito de um desses “trampolinistas”: «Estamos a fazer um exame de consciência, porque de certeza absoluta que formámos um grande jogador mas não conseguimos formar uma pessoa com carácter».
Infelizmente o tempo disse que o clube não fez, para a formação, esse exame de consciência.