Porta Rui Patrício
Há pouco mais de um ano, quando concorri ao lugar em que agora trabalho, tive que mudar a minha residência para Évora. Com pouquíssimo tempo disponível, procurei uma casa que tivesse o número de quartos necessário (tenho 3 filhos e muitos livros) e um quintal para o Stromp, tudo isto dentro do centro histórico. Numa das agências que contactei, a senhora acabou por me falar numa casa com as condições que pretendia, embora com muitos receios, porque os senhorios estavam interessados apenas na venda. Chamou logo a atenção para a impossibilidade de usar a garagem por estar cheia com o mobiliário e outros bens dos donos da casa. Sem problemas.
Combinámos encontrar-nos no local. Descemos a rua, à procura de uma casa que correpondesse à descrição e com uma garagem ao lado. A única que encontrámos tinha a porta vermelha. E as janelas vermelhas. E o portão da garagem vermelho. Olhámos uns para os outros, até que um deles se atreveu:
- Mãe... porta vermelha...?
- Calma, ainda não vimos a casa, pode ser que valha a pena.
Ao chegar, a senhora da imobiliária fez-nos sinal:
- É mais para baixo, nem é bem nesta rua, é aqui numa travessa.
Dobrámos a esquina e..."É aqui." Olhámos outra vez uns para os outros:
- Mãe! As portas são verdes! E mãe, é o número 1, é a porta do Rui Patrício!
Ficámos com a casa. Até tinha quintal para o Stromp!