Porque vou votar favoravelmente as expulsões
Os sócios Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho foram expulsos do Sporting Clube de Portugal por deliberação do Conselho Fiscal e Disciplinar. No pleno uso dos seus direitos entenderam recorrer para a Assembleia-Geral do clube, órgão social a quem cabe apreciar e decidir o recurso apresentado.
No próximo sábado, enquanto sócios, estamos convocados para reiterar ou revogar a decisão do CFD, como pretendem os sócios em causa. Após alguma ponderação decidi votar favoravelmente ambas as expulsões, confesso que cheguei a hesitar no caso de Alexandre Godinho, mas não seria justo, porque esteve até ao fim com Bruno de Carvalho nos actos de maior gravidade que lesaram a imagem da instituição. Estão em causa:
-Usurpação de funções.
-Nomeação de órgãos ilegais.
-Tentativa de boicote à realização da AG de 23 de Junho.
-Impedimento de acesso físico de membros da CG às instalações do clube.
-Tentativa de bloqueio das contas bancárias do clube em momento posterior à destituição.
Ao contrário dos restantes membros do anterior Conselho Directivo, os dois sócios em causa não acataram as legitimas das decisões dos sócios, com a agravante no caso de Bruno de Carvalho, continuar a incendiar ânimos, levando a que alguns apoiantes mais exaltados não reconheçam os actuais órgãos sociais em funções, insistindo na teoria da cabala, insinuando manipulação de resultados, entre outras delirantes teses, sem nada conseguirem provar.
Há sócios que não concordam comigo, respeito todas as posições, mas não sancionar Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho seria indultar à partida o comportamento incorrecto e total desrespeito pelos estatutos do clube, aprovados diga-se, por uma birrinha, mais uma, do ex-presidente, tendo chegado ao ponto de chantagear os sócios, ameaçando com a sua demissão caso não aprovassem a proposta por maioria albanesa.
A saída de cena de Bruno de Carvalho deixará órfã uma minoria de sócios, ainda assim em número relevante. São sportinguistas como todos os outros, apelo ao seu rápido regresso à razão, porque ninguém está a mais no clube, embora certo tipo de postura seja dispensável, direi mesmo que é intolerável o comportamento que alguns tiveram no passado sábado. Mas a saída de cena trará a vantagem de permitir que alguém ocupe um espaço que existe de crítica à actual direcção. Como vimos no passado sábado, foram vários os sócios que nem se preocuparam com o orçamento, aproveitando o ensejo para derrotar uma vez mais o brunismo, que já se percebeu, é rejeitado pela maioria dos sócios. Sem Bruno de Carvalho, com ou sem a sua tropa letal, Frederico Varandas e seus pares ficarão sujeitos a um maior escrutínio, aliás, tendo chamado a si a responsabilidade pela gestão do futebol profissional e sem desculpas por ter tido tempo para preparar a época, a exigência terá forçosamente que subir na próxima época, no que concerne ao futebol.
Uma palavra para o modelo de funcionamento desta Assembleia-Geral, irei voltar ao assunto brevemente noutro post, mas aproveito a oportunidade para dizer que não concordo que a votação seja aberta durante o período de intervenção dos sócios. Não é que seja muito relevante ou que pudesse alterar o resultado, a esmagadora maioria dos sócios já decidiu o sentido de voto, mas é uma questão de princípio. Um juíz forma a sua convicção durante todo o julgamento, mas não vai ler a sentença antes das alegações finais, mesmo que já a tenha tomado a sua decisão.
Saudações leoninas