Por favor não vendam o Palhinha
O jovem João Palhinha é uma referência do SC Braga, clube onde está há uma época e (quase) meia. E não surpreende ninguém que assim seja.
Muito já foi aqui dito sobre o absurdo que foi a cedência de um jogador com potencial, que ocupa uma posição de que estamos desfalcados, a um clube cujo presidente destila ódio sempre que fala do Sporting - e ternura, quando fala do rival de Carnide. Das várias decisões absurdas da gestão interina de Sousa Cintra (que inclui a forma como varreram Mihajlovic, cujos resultados são agora conhecidos) esta é para mim a mais inexplicável. Isto sem querer crucificar Cintra, a quem se deve também o ingresso de Nani e o regresso de Bruno e outros.
A única parte que saiu a ganhar no negócio de Palhinha foi o Braga, com o empréstimo por 2 anos de um jogador com mentalidade, porte físico, entrega ao jogo, mobilidade, entre outros atributos.
E, nunca esquecendo: ele foi o único jovem jogador da formação que não rescindiu depois da trapalhada armada pela Juve Leo na Academia em 2018. E pressões para que rescindisse e assinasse por outros clubes não faltaram.
Essa dignidade não pode ser esquecida jamais pelos sportinguistas.
Daqui a uns meses teremos Palhinha de volta ao Sporting. Ou será que não teremos? Porque as suas exibições na Liga Europa têm despertado cobiça de clubes lá fora. E não faltarão propostas por ele, seguramente. Haverá certamente a tentação de fazer um encaixe modesto, como nos casos de Thierry e Matheus. Ou se calhar até menos. O próprio jogador deverá sentir a tentação de experimentar outra Liga.
Mas só há uma maneira de acabar com o absurdo que tem sido a ligação de Palhinha (e outros, como Geraldes) ao clube: dar uma oportunidade séria para se afirmar no Clube. Mostrar o que vale, fazer uma grande temporada. Quem sabe, cumprir o sonho de um título de campeão pelo Sporting. Porque Palhinha tem chama de campeão.
Por favor não vendam o Palhinha...