Eu achei o Paulo Oliveira o nosso melhor defesa. Com uma actuação irrepreensível - e desta vez colocado no sítio certo, na metade direita do eixo defensivo.
William, não esqueçamos, começou a construir o golo. Com uma boa recuperação de bola e um passe milimétrico para o pé do Gelson.
William está a ser isso mesmo. Umas coisas sabe fazer e faz bem, mas não corre e não se esforça o necessário para proteger aquele espaço em frente à defesa que se torna uma zona fraca para os adversários.
Pode ser tudo uma questão de equilíbrio. Se existissem defesas laterais em condições mais posicionais o William podia ser assim. Sentado na poltrona, de frente para o jogo. Com laterais projectados no corredor que defendem pouco ou mal, este William não serve e precisamos de outro tipo de jogador na equipa.
De qualquer forma, vendo a evolução de William (continua lento e pesado, não marca golos de meia-distância, marcou apenas um golo de cabeça) e vendo jogar alguns nºs 6 europeus, parece-me que vai ser difícil vende-lo pela cláusula de rescisão. Digo eu, oxalá me engane.
Mas se ficar tudo bem, porque o que faz faz bem. Desde que exista um sistema táctico que o proteja.
Eu aprecio muito o William e gostaria de o ver inserido num sistema táctico que potenciasse mais as suas qualidades. Reger uma área de 40 metros, quase sempre em desigualdade numérica com os adversários, e ter que acorrer às dobras por desposicionamento constante dos laterais, é obra. William é um falso lento, que corre muito mais do que parece. Não por acaso, na final europeia de 10 de Julho em Paris, as estatísticas comprovaram que ele foi o jogador que mais correu, entre portugueses e franceses.