Pirotecnia ultra
Depois da chuva de tochas sobre os adeptos do clube da casa em Milão, o Benfica foi (levemente) sancionado pela UEFA, uma multa de quase nada e uma proibição de não-venda de bilhetes para o próximo jogo fora de casa.
Também o Sporting esteve ainda há pouco ameaçado de sofrer uma sanção deste tipo, ultras aditivados e pirotécnicos existem dos dois lados, o limite do que fazem depende mais de quem governa o clube no momento e do controlo que tem ou deixa de ter sobre as claques. Há quem corte a direito com as claques legais, reconhecidas ou clandestinas, os respectivos líderes e a sua máquina económica (para não lhe chamar outra coisa, até porque parece que existem membros no activo das forças policiais nas claques, e a existirem sabem mais do que eu sobre o assunto) e há quem mantenha relações de promiscuidade que no caso do FC Porto atingem proporções épicas. Quando Pinto da Costa cair da cadeira cá estaremos para ver o que irão provocar.
Mas, devido a isso ou não, também é verdade que o Benfica se tem destacado pelos actos criminosos das suas claques relativamente às claques e aos adeptos do Sporting. Todos nos lembramos do "very light" sobre o nosso adepto Rui Mendes, do atropelamento e fuga sobre o adepto da Fiorentina, da emboscada com martelo no Estoril, e outras. Digamos que o Benfica facilmente acolhe marginais e delinquentes, o próprio Luis Filipe Vieira não tinha limpo o cadastro e o Sporting (ou pelos menos as claques do Sporting) é o alvo predilecto dos mesmos.
Depois dos acontecimentos, saltam cá para fora as justificações. Estas, a mando de Rui Costa, apenas me lembram aquelas do Bruno de Carvalho depois do assalto a Alcochete, até porque para a semana vamos "comemorar" cinco anos depois daquele dia bem negro da história do Sporting.
"O Sport Lisboa e Benfica vai avaliar a possibilidade de recorrer desta decisão da qual foi notificado hoje pela UEFA." A sério? E vai avaliar como? Atirando tochas para cima da tribuna presidencial no próximo jogo da Luz?
Para mim só há uma forma de lidar com este tipo de situações: os sócios fazerem justiça dentro dos próprios clubes, identificarem e expulsarem os responsáveis das claques, reconhecidas ou não, que "autorizam" estes actos. Porque se eles não autorizassem, por muito murro ou pontapé que ocorresse na bancada, aquilo não acontecia.
Era o que o Sporting deveria ter feito a seguir ao "bombardeio" de Rui Patrício e ao assalto a Alcochete.
SL