Perder a bola é "acção decisiva"
Há coisas que não compreendo. Uma delas é a devoção do jornal A Bola por Bruno Fernandes. Na edição de hoje, ao apreciar a actuação individual dos nossos jogadores no desafio frente ao Vorskla, o jornalista de turno escreve assim, naquele estilo tão característico do diário da Travessa da Queimada, que decidiu abolir os artigos definidos e indefinidos, talvez para economizar caracteres:
«Aos 40', assina [um] pormenor delicioso, mas [o] remate sai por cima, e aos 65' volta a tentar de longe, desta feita à figura do guarda-redes.»
Tudo isto para tentarem incensar um jogador que se encontra claramente muito abaixo da forma revelada na época que passou. O tal "pormenor delicioso" foi uma charutada bem acima do travessão e a "tentativa" de marcar concretizou-se num passe inofensivo e açucarado ao guardião ucraniano.
Mas o melhor, na edição de hoje, foi verificar que A Bola tenta atribuir ao n.º 8 do Sporting a co-autoria do golo que ontem nos valeu três pontos em Poltava. Reparem só na prosa empolgada: «Tem acção decisiva no golo da vitória.»
Alguém que viu o jogo achará isto correcto?