Pelo Sporting, contra as mentiras (sempre)
O semanário Expresso, em peça assinada pelo jornalista David Dinis, põe em foco as mentiras com selo oficial propaladas pelo titular da pasta da Administração Interna que pretenderam atingir a reputação e a credibilidade do Sporting.
Recordo que as inaceitáveis declarações deste ministro, na sexta-feira da semana passada, procuraram imputar ao nosso clube os desacatos ocorridos na noite de 11 de Maio e na madrugada do dia 12, a propósito da celebração do título, alimentando implicitamente o mito de que o Sporting é responsável pela proliferação da chamada "variante delta" em Portugal.
Declarações proferidas a propósito da divulgação do relatório da Inspecção Geral da Administração Interna àqueles acontecimentos que o ministro recebeu na segunda-feira e só entendeu divulgar quatro dias depois, no final da semana, convocando os jornalistas sem lhes fornecer cópias do documento - só recebidas mais tarde, nas redacções. E com nomes rasurados, também por decisão ministerial: ficamos sem saber quem disse o quê nas reuniões realizadas. Qualquer semelhança entre este lamentável comportamento e a transparência governativa é pura coincidência.
Destaco de seguida trechos desta peça, sob o título "Ninguém defendeu a proibição dos festejos". Para que os leitores concluam, uma vez mais, quem falta à verdade neste caso.
Os sublinhados a negro são da minha responsabilidade.
«O Sporting pediu uma reunião em Março ao Ministério da Administração Interna mas a resposta foi que era cedo. A Câmara de Lisboa pediu uma reunião à PSD em Abril, mas a resposta foi que era cedo e que o Governo podia "proibir" os festejos por causa da pandemia.»
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«As duas reuniões para decidir o que fazer na noite em que o Sporting se tornaria campeão nacional de futebol só aconteceriam a cinco e quatro dias do jogo decisivo, já com o País fora do estado de emergência, com a vacinação dos mais idosos avançada e sem que alguém defendesse que não deveria haver qualquer festa com adeptos.»
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«Depois de [Fernando] Medina dizer claramente que preferia um evento com adeptos organizado ("é melhor organizar um festejo do que nada preparar"), o número dois da DGS chegou a quantificar as propostas em cima da mesa: se os festejos com adeptos fossem no interior do estádio, com as regras de distanciamento em vigor para outros eventos (nos estádios ainda estão proibidos), só seria permitida a entrada de 2500 pessoas; se fosse uma festa limitada no Marquês, não caberiam mais do que seis mil.»
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«Foi quando Medina perguntou como se controlariam os milhares que se juntariam à volta do estádio que o encontro chegou a um impasse. Esta hesitação repetiu-se na reunião do dia seguinte, no salão nobre do MAI: aí, nem o chefe de gabinete do secretário de Estado do MAI (que presidiu à reunião) nem o do secretário de Estado da Saúde - ou seja, ninguém do Governo - deram indicação para não haver festa com adeptos.»
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«O impasse acaba por se desfazer na véspera do jogo: a Secretaria de Estado do MAI enviou um e-mail às forças de segurança para prepararem tudo o que estava "acordado entre a Câmara e o Sporting" e garantirem a segurança das comemorações. Em anexo seguia um ofício, assinado pelo ministro Eduardo Cabrita, que aceitava a solução da autarquia e do clube.»
Leitura complementar: Pelo Sporting, contra as mentiras.