Para trás e para os lados
Alguns adeptos são pragmáticos. Se a equipa teve um bom resultado, jogou bem, se não jogou mal.
Eu não concordo nada com esta forma de ver as coisas.
Outros acham que se a equipa joga rápido para a frente joga bem, quando abranda e acontecem os passes para trás e para os lados está a jogar um mau futebol.
Ainda concordo menos.
O objectivo dum jogo de futebol não é marcar muitos golos, é marcar mais golos que o adversário.
Para isso é preciso maximizar as possibilidades de marcar e minimizar as de sofrer. Saber desposicionar a defensiva adversária, atacar mantendo o posicionamento.
Atacar rápido e em força para mim quer dizer futebol de matraquilhos. Bola acima, bola abaixo, futebol inglês de há uns anos atrás, futebol dos sub23 de hoje em dia. Isso justifica-se quando a equipa esta a correr atras do prejuizo, mas é muito limitado como plano de jogo habitual.
Este Sporting em 3-4-3 de Amorim está pensado para permitir a equipa atacar mantendo uma grande segurança defensiva, desde logo protegendo a zona central da defesa, assegurando que o seu patrão é o mais possivel resguardado.
Isso é feito saindo à jogar pelo guarda-redes, atraindo a pressão, encontrando espaço nas costas do ataque adversário, acelerando pelas laterais, ou seja, criando muito estrago com pouca gente.
A bola vai circulando para trás e para os lados para cansar o adversário e retirar os seus jogadores da zona de conforto, de forma a que quando um jogador adversário recupera a bola tem de gastar alguns segundos preciosos a perceber onde estão os colegas.
Esquecendo os jogos com os rivais e com os grandes da Champions, o Sporting perdeu pontos quando não teve paciência para circular a bola e embarcou no jogo directo do adversário, deixando partir o jogo, perdendo o controlo do mesmo, sujeitando-se ao erro.
Foi assim com o Braga no domingo, foi assim com Braga, Sta Clara e Famalicão na época passada.
Tal como a equipa tem de ter paciência no jogo, os Sportinguistas têm de ter paciência nas bancadas ou frente a TV.
Jogar como nunca e perder como sempre não interessa.
Quem tem a bola está sempre mais perto de ganhar. Sem ela o adversário não consegue jogar. E para a conservar ela tem de circular também... para trás e para os lados.
As grandes equipas, como o Man.City, conseguem combinar muito bem controlo com contundência ofensiva, sabem quando e onde acelerar, quando e onde travar.
O Sporting ainda não chegou lá. E quando acelera muitas vezes descontrola.
SL